Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo de São Tomé, D.Manuel António Mendes dos Santos, que Deus guarde, fez Justiça!
Se D.Manuel António Mendes dos Santos, pela Graça de Deus e da Santa Sé Apostólica, Ordinário Diocesano de São Tomé e Príncipe fosse Bispo de Portalegre e Castelo Branco onde estaria o pateta das Seringas??
Curvamo-nos face à Justiça do Bispo de S.Tomé.
Sua Excelência Reverendíssima em entrevista a São de Deus Lima (2011) não tem papas na língua: (...)
''Infelizmente continuamos a ter a situação do ‘’banho’’.
P - O senhor tem sido, de há algum tempo a esta parte, um crítico muito frontal do fenómeno do ‘’banho’’ nas suas diferentes formas, incluindo ‘’a boca da urna’’…
R – Sim, em primeiro lugar porque acho que é um espectáculo triste. As pessoas vendem-se por pouco dinheiro. Talvez as pessoas ocultem o seu exercício de liberdade, não sei, mas não deixa de ser um pouco degradante até para a democracia em São Tomé e Príncipe. Mas sabemos também que as pessoas esperam o ‘’banho’’ devido à pobreza, como forma de arranjarem alguns trocos para a sua sobrevivência.
P – Há quem defenda que o banho é o txikilá dos pobres…correspondendo a uma espécie de lógica redistributiva, ainda que eticamente discutível, num país de grandes assimetrias e desigualdades.
R – Sim, mas mesmo assim, é condenável, porque se as pessoas têm consciência disso, que não esperem pelas eleições para comprar os pobres, isso não se pode justificar. Não falo de brindes e ofertas, isso é normal. Têm de ser ajudados todos os dias, ao longo do ano.
P – O ‘’banho’’, que é tido como uma criação dos políticos, ter-se-á virado contra os políticos?
R – Creio que sim e que alguns já terão sentido na pele essa situação. Perceberam, em alguns momentos, que pessoas que estavam para os receber em comícios e outras ocasiões, viravam costas e iam embora. E sabemos também, até pelas notícias, que boa parte da abstenção foi por causa de pessoas que estiveram todo o dia à boca da urna para que lhes pagassem e não votaram porque o dinheiro apareceu tarde ou não apareceu. Os políticos estão a sofrer as consequências daquilo que semearam.
P – Muitos candidatos instaram os eleitores a embolsar o dinheiro e a votar em consciência. A sua posição?
R – Se as pessoas são pobres e os candidatos têm dinheiro para dar, não vou dizer às pessoas que deitem fora. Ao menos que façam bom uso desse dinheiro. Mas que isso não sirva para comprar o meu voto.
P – O que diria a uma comunidade sem água e sem luz, que planeasse um boicote em época eleitoral para reivindicar a instalação dessas condições, como aconteceu em Mé-Zóchi e Lembá?
R – Em primeiro lugar, diria que têm razão porque toda a gente tem direito a reivindicar condições de vida mais dignas. Mas também lhes diria eventualmente que o momento de eleição talvez não seja o melhor, talvez uma manifestação pacífica usando os meios de comunicação. Até porque não é um boicote livre, há um grupo que decide boicotar as eleições e ninguém pode votar. Nem que houvesse apenas uma pessoa que achasse que devia usar o seu direito de voto, deveria poder fazê-lo. Portanto esses boicotes são anti-democráticos.
P – As autoridades devem intervir nestas situações?
R – Sim, embora com alguma serenidade porque uma intervenção de força só exacerba ainda mais os ânimos e não ajuda a situação.
P – Houve suficiente debates, as propostas e projectos foram suficientemente explicados?
R – Uma campanha, sobretudo para o cargo de Presidente da República, baseia-se muito no candidato. Sobretudo aqui em São Tomé e Príncipe, as pessoas conhecem o candidato que está em causa, a sua história, a sua ideologia e votam em A, B ou C . Talvez mais debates na televisão e na rádio, permitindo o cruzar de argumentos…(....)''
Já gostaríamos que Dom Antonino não tivesse papas na língua
devida vénia ao blogue Tela Nom e à autora citada.
mn