Quando a infausta ceifeira levou o Mário, informámos um vulto ligado ao CEHLA, coisa onde manda o dr. José Martinho Gaspar e onde se aboletam também o Doutor Joaquim Candeias Silva, a Teresa Aparício e o Alves Jana, da importância de salvaguardar o espólio do dr. Francisco Correia Semedo e do filho, o nosso amigo Mário Semedo, em Abrantes.
Disseram-me que já estavam a tratar do assunto.
Trataram tanto que a drª Isabel Semedo teve a boa ideia de oferecer esse espólio, em Janeiro de 2018, ao Ephemera, onde o dr.Pacheco Pereira salvaguarda documentos importantíssimos da História Política portuguesa e não só.
Quanto à actuação canhestra da Vereação de Cultura e da direcção do Arquivo Eduardo Campos, poupo comentários.
Teremos de agradecer à Isabel Semedo e ao Ephemera salvaguardar este espólio.
Segue a biografia do Mário e do Senhor seu Pai pela irmã:
Mário José Esteves Correia Semedo
Nasceu em Abrantes a 1 de Maio de 1956.
Frequentou o Colégio La Salle e o Liceu Nacional de Abrantes. Entrou no ISCTE em 1973, no curso de Economia, que não terminou.
Participou, empenhadamente, no CineClube e nas “Jornadas Culturais” em Abrantes, nos finais dos anos sessenta e início dos anos setenta. E nas eleições de 69 e 73.
Trabalhou e/ou colaborou com vários jornais e revistas, entre os quais: “Página 1”, “Europeu”, “Ribatejo”(Santarém) e “Primeira Linha”(Abrantes). Passou, brevemente, pelo Ensino. Também, pela Rádio (Abrantes). Coordenador de redacção da revista “Tudo como Dantes”(Abrantes).
Publicou em 1998, “Os dias do tratador”, pequeno romance cuja acção se desenrola durante a 1ª Guerra Mundial.
Foi militante do MES.
Faleceu, prematuramente, com 57 anos, a 12 de Dezembro de 2013.
Francisco Lopes Correia Semedo
Nasceu em Gavião, distrito de Portalegre, a 2 de Novembro de 1919.
Frequentou o Liceu de Castelo Branco e licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1946.
Delegado do Ministério Público em Rio Maior, foi afastado da Função Pública.
Instalou-se em Abrantes onde fez o estágio de advocacia. Foi advogado até ao final da sua vida.
Militante do MDP/CDE, participou activamente em várias campanhas eleitorais e em acções contra as políticas de Salazar e Marcelo Caetano.
Homem de cultura e de intervenção pública, de fortes convicções políticas, mas também homem de consensos, foi convidado e aceitou presidir à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Abrantes, após o 25 de Abril de 1974. Não se candidatou às eleições autárqicas.
Faleceu a 31 de Outubro de 1995.
(devida vénia ao Ephemera)
Correia Semedo no 1º de Maio de 1974
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