Sala ''IV - Aspeto dos retábulos de Santos-o-Novo e de Abrantes (Gregório Lopes); Vitrina com salvas da Renascença, o anjo de Santa Clara do escultor Nicolau Chanterene, do séc. XVI; vendo-se ao fundo, na Sala V, o retábulo barroco de madeira policromada e dourada, outrora em Santa Clara de Coimbra. Museu Machado de Castro'' -legenda do catálogo.
Em 1955-56, os Painéis da Misericórdia estiveram em Londres, na Exposição de Arte Portuguesa (800-1800).
Tudo isso se deveu à colaboração do comissário da exposição Reynaldo dos Santos, com Diogo Oleiro e naturalmente com a Mesa da Santa Casa, sendo salvo erro, Provedor, o Dr.Agostinho Baptista
Teremos de algum dia estudar isto melhor, pelo que sabemos foi impecável a colaboração entre Reynaldo de Santos e Diogo Oleiro.
Foi ele que levou as peças abrantinas a uma das capitais do Mundo da Arte.
Tanta massa gasta em foguetório e com pouco dinheiro e sólido prestígio, senão Reynaldo dos Santos não o convidaria para colaborar, Diogo Oleiro mete-os num canto escuro.
ma
créditos: Fotos de Mário Novais da Biblioteca Gulbenkian
Fonte: Arquivo de Cascais
Casamento do historiador abrantino Diogo Oleiro com D.Carolina Bairrão, no Tainho, onde o pai da D.Carolina era feitor de Vicente Themudo, um militar da velha fidalguia abrantina, que deixou a boa parte da grossa fortuna à Santa Casa (1).
Entre os padrinhos, o tio de Diogo Oleiro, dr. Ramiro Guedes.
O casamento segue o ritual republicano da época, primeiro registo civil e mais tarde cerimónia religiosa.
DO tinha sido o encarregado de montar o registo civil (que já existia no tempo da Monarquia, para os casamentos de pessoas de religião não católica ou ateus) e como a generalidade dos republicanos abrantinos, termina a dar o nó religioso, na Capela do Conde de Alferrarede.
ma
Diário das Sessoes de 6-11-1919
Escreve assim o Prof Doutor Meneses Cordeiro, num brilhante estudo,
''O Divórcio e o Casamento na 1º República''
Quem conseguiu o lugar em Abrantes?
Quem mandava em Santarém?
O Tio dele, Ramiro Guedes...., Governador Civil
a leitura está feita, Oleiro era um radical republicano em 1911.....
Tudo isto aparece por acaso e ainda falta ver qual foi a alteração feita à pressa à Lei do Divórcio de 1910 para que a excelentíssima Senhora D.Clemência Dupin se pudesse divorciar ......
O que foi mudado foi o art 7º :
''7º A loucura incurável quando decorridos, pelo menos, três anos sobre a sua verificação por sentença passada em julgado, nos termos dos artigos 419º e seguintes do Código do Processo Civil; (redacção de Diário do Governo, nº26, 4/11/1910)''
Manuel Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo Leitão e Carvalhosa, 2º Visconde de Santarém, foi um político, diplomata e historiador importante do sec XIX.
Desempenhou cargos de governo no consulado miguelista e quando da derrocada do regime absoluto, na sequência da guerra civil, refugiou-se em Abrantes, acompanhando as Infantas e outras personalidades que fugiam de Santarém.
Deixou copiosa obra, especialmente importante sobre os Descobrimentos, boa parte feita no exílio ( seguiu esse caminho , porque coitado não teve a flexibilidade para se tornar num bom liberal, era burro, o nobre Visconde) e uma ingente correspondência, publicada pelo seu neto, o 3º Visconde, com muitas personalidades do seu tempo, incluindo algumas que eram suas adversárias políticas, mas que o respeitavam como um prestigioso homem de Cultura e cultivado diplomata.
Santarém, em Setembro de 1833, ficou alojado na casa de Brás Consolado , o mais rico dos negociantes e proprietários locais e homem flexível.
De miguelista passaria a ser bom liberal.
A casa era na rua Manuel Constâncio.
Em 1853, o dono do Convento de Cristo, que o comprara por 5 contos, Costa Cabral, Conde de Tomar à época,
escreve ao exilado miguelista, pedindo-lhe informações sobre os Templários e o Convento de Cristo.
Por carta de 29 de Março de 1853, o Visconde informa Costa Cabral que só lhe pode dar informações parciais sobre a questão da Ordem Militar, porque os apontamentos que tinha sobre Tomar, e sobre o Convento e Igrejas, aí coligidos durante uma larga estadia, lhe tinham sido roubados durante o transporte dos seus bens de Abrantes para Lisboa, juntamente ''com a sua prata'', quando ele tivera de acompanhar as Infantas e o Tesouro Real, que estivera depositado, cá na terra, em busca de segurança na raia alentejana, em Outubro de 1833.
Tendo em conta a sua obra de Historiador.....podemos dizer que se perdeu um tesouro ......para a História templária....graças ao saque dos liberais aos bens de Manuel Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo Leitão e Carvalhosa.
mn
Diogo Oleiro, Abrantes, Cidade Florida
Correspondência Científica e Literária do Visconde de Santarém
Coisas sérias sobre o Templo :
Alain Demurger, Les Templiers, une chevalerie chrétienne au Moyen Âge, Paris, Seuil, coll. « Points Histoire », (1re éd. 2005), 664 p., poche (ISBN 978-2-7578-1122-1)
ver aqui donde se retirou
Fez-se aqui um post sobre a venda na Cabral de Moncada, duma peça proveniente do Convento da Graça.
Em 2016, o Doutor Mário Varela Gomes identificou e estudou outra peça que considera singular, também proveniente do dito Convento e comprada em leilão na Soares & Mendonça, pelo Dr.Fernando Moncada Costa, que a ofereceu ao Museu de Olaria de Barcelos.
A peça tinha atestada a sua origem, por uma inscrição a tinta da china onde se lia '' Sec XVII- (...) Encontrei-a numa cisterna entulhada do Convento da Graça, do desaterro para a estação de camionagem ''.
Trata-se das obras que foram feitas, sacrificando acefalamente a cerca do Convento, para construir a garagem dos Claras.
E outra cerca (agora a de S.Domingos) voltou a ser anexada para fazer a USF dos dois desgraçados mortos em acidente de trabalho.
Mestre Diogo Oleiro anotou o achado de várias cerâmicas do Convento.
E é provável que esta peça e mais algumas que foram vendidas provenham da sua colecção.
O artigo do eminente arqueólogo saiu na revista ''Arqueologia & História'', nº 68, 2016.
Leva o título acima enunciado e o Autor considera que a peça que só teria paralelo, pela sua forma rara, com outra barroquizante, proveniente da fossa-lixeira do antigo Convento de Santana em Lisboa.
A peça é de barro fino, e MVC anota que um dos centros produtores destas peças era o Sardoal.
Deixo para os interessados em cerâmicas a leitura do artigo.
E volto a escrever o que já se tinha dito no post anterior
''
Como é que coisas do espólio histórico dos nossos conventos se encontram à venda?
(...)
O que é que anda a fazer o Luís Dias?
O que é que andou a fazer a Isilda?
Os pratos das nossas freirinhas de setecentos deviam estar num Museu abrantino, já basta que as peças nambam e os brincos de ouro estejam no MNAA.
(..)
Já agora também comprámos umas coisas, que deviam estar no AHA ou noutro sítio abrantino, mas que não devem ser entregues a irresponsáveis.
mn
bibliografia: Diogo Oleiro, O convento da Graça, Jornal de Abrantes
Mário Varela Gomes, estudo citado
ps- a única bibliografia abrantina que cita o autor, é o sr. José Vieira, no Jornal de Alferrarede. que pelos vistos é fonte mais credível que a Zahara ....
O Dr.Álvaro Batista, arqueólogo da CMA, faz algumas observações sobre a criminosa destruição das ruínas de S.Amaro, imóvel classificado, e um dos poucos restos da Abrantes quinhentista.
E faz algumas perguntas e considerandos, que urge tratar.
Pergunta o arqueólogo se houve resposta pública à carta aberta do historiador dr. Paulo Falcão Tavares.
Não houve essa resposta.
Foi contactado por este blogue um Vereador da Oposição e mesmo assim o assunto não foi tratado em sessão camarária, como devia ser.
Mas a CMA respondeu à Tubucci e tivemos acesso a essa resposta.
Mas antes disso convém esclarecer que foi a CMA que destruiu a capela e só lá deixou o cunhal.
Isso foi no século XIX, para alargamento da rua, agora baptizada Marquês de Pombal, tendo mais tarde Diogo Oleiro (cuja família era a dona dos imóveis) oferecido a imagem do Santo à Igreja de São Vicente.
Graças ao Dr.João Nuno Alçada, neto de Diogo Oleiro, sabemos que a sua família comprou em 1871, por 30.000 réis, a D.Maria Cândida Oliveira Falcão e a João Tavares Oliveira Graco, um casarão que tinha sido capela de Santo Amaro, sito na Rua da Corredoura.
Regresso à resposta da autarquia, sobre as perguntas concretas disse isto:
Ou seja não informaram quem era o representante legal da empreiteira
Sobre a alínea c) deram uma resposta evasiva
Sobre a alínea d)
Aos considerandos da Tubucci pelas pinturas criminosas dos vândalos do Creativ Camp não foi dada resposta.
Aos considerandos da Tubucci sobre a destruição da muralha no Largo da Feira, não foi dada resposta.
Sobre o caso concreto de Santo Amaro, foram publicadas a 4/9/17 fotos da destruição e a CMA ficou muda.
A CMA sabia da intenção dos empreiteiros e não tomou as providências cautelares necessárias.
Diz o Álvaro que a CMA enviou o assunto para tribunal.
Basta isso?
Não basta, a CMA tinha o dever de embargar a obra licenciada e não o fez.
Como não embargou as obras ilegais com que o Graça das seringas deu cabo da Quinta do Vale de Roubão.
Como não o meteu num tribunal.
A política patrimonial desta gente caracteriza-se por pagar a tipos para pintarem imóveis classificados sem licença da tutela.
Por demolir muralhas históricas.
Por tentar construir torres de 40 metros em edifícios do século XVI.
Pode isto mudar?
Pode, se a sociedade civil protestar.
Se os media denunciaram a situação.
Se os partidos e agentes políticos actuarem.
Mas sei por informação da Tubucci que algum media subsidiado se recusa a publicar denúncias.
MA
A família do Prof. Bairrão Oleiro manifestou por carta à cacique o seu agradecimento pela homenagem a Diogo Oleiro
E resta acrescentar que o desprezo ao trabalho histórico de Diogo Oleiro
veio na sequência de publicações de Eduardo Campos e de Candeias Silva...
É politicamente incorrecto escrever isto?
Pode acontecer que sim, mas é pia verdade.
E lamentável foi, que Lucília Moita, que como Directora do D.Lopo, tinha obrigação de saber do papel de Mestre Oleiro na preservação da nossa memória, não tivesse alçado a sua voz publicamente para condenar a actuação desta gente.
O nosso obrigado ao Dr.Manuel Bairrão Oleiro por chamar as coisas pelo seu nome.
ma
A homenagem a Diogo Oleiro devia (além de mais coisas) ter incluído o descerramento duma lápide na casa onde o Mestre viveu e escreveu tantos dos seus estudos abrantinos. Mas não houve lápide.
Não nos digam que é porque querem demolir esta notável peça de arquitectura novecentista abrantina...
mn
Postal do Dr.Emílio Salgueiro para Diogo Oleiro
onde o jurista abrantino lhe dá pressa para terminar o artigo sobre Abrantes....para o 2º volume do Guia de Portugal de que Raul Proença estava a organizar a edição
O artigo foi aqui reproduzido, com continuação neste post
O dr. Emílio Salgueiro foi um apaixonado estudioso de História abrantina, um magistrado de dilatada carreira (não encontro agora a foto) e autor de obras inéditas como ''“Famílias Nobres de Abrantes e seu termo” e de muitos artigos dispersos sobre temática abrantina
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