Na última Zahara, C. Silva voltou a insinuar que o Capitão Elias da Costa ter-se-ia apoderado dum livro municipal. Agora o argumento usado é que em outras câmaras do país existem exemplares do Livros de Registo de Décima (um imposto sobre a propriedade) e na de Abrantes não. Portanto, usando a lógica dedutiva, de que Dupont e Dupond, foram expoentes gloriosos, o militar teria de ter surripiado o livro.
Acontece que Elias da Costa deu outra explicação. A CMA vendeu ao desbarato grande parte do Arquivo e foi ele que pediu aos seus alunos liceais que andassem armados em detectives, tentando recuperar o espólio, privatizado por edis incultos, alguns com nome a ornamentar arruamentos.
E depois copiou e estudou o encontrado. Outros livros foram-lhe emprestados, caso do Livro de Fintas que era de Diogo Oleiro.
(Elias da Costa, Abrantes e Abrantinos, pag 3, livro XVIII, citado pelo Sr. José Vieira, no imprescindível ''Coisas de Abrantes'')
E se o ''Livro de Registo de Décimas'' também foi vendido a ''bombistas e merceeiros'', por um Presidente analfabeto, como os outros, lá se vai a tese de que Elias da Costa surripiava livros.....
Francamente em vez de prestar homenagem a quem estudou a nossa história, é triste andar a sujar o seu nome.
ma
O capitão Artur Elias da Costa é vítima dum processo político salazarista e é compulsivamente transferido de unidade.
Era 1932.
Elias da Costa vinha da contestação armada à República (fora sidonista) e era um homem às Direitas e das Direitas.
Mesmo assim não se salvou da perseguição política. Mas em 1933 já era proposto para uma condecoração, que não chegaria a receber...
ma
1957
Fonte : Inspecção de Bibliotecas e Arquivos
O capitão Elias da Costa fez doação da sua biblioteca ao Estado, através dum legado testamentário, em 1957.
Nos usuais da BN estão alguns destes livros.
Se não ficaram na Biblioteca Pública de Abrantes, a culpa foi uma, da Câmara de Abrantes.
Dirigida por amigos de Manuel Fernandes, que não queriam nada com um estado-novista da outra linha.
O sectarismo político conduziu nesta terra a desastres culturais terríveis.
Como o da Isilda Jana, com o arquivo de Diogo Oleiro.
mn
Foto da revista abaixo citada , com a devida vénia
O Capitão Artur Elias da Costa, militar, professor do ensino secundário, publicista, estudioso de coisas abrantinas (deixou uma Monografia inédita sobre ''Abrantes e os Abrantinos'' (1948) (1), doada pela família à CMA, que acho que pode ser consultada na Biblioteca António Botto ou no Arquivo Eduardo Campos e que já devia ter sido editada) exilou-se em Abrantes depois de ter de deixar a Covilhã devido ao anti-semitismo local. Deve ter sido o último cristão-novo a praticar o velho culto marrano nesta Cidade, ainda na década de 50 do século passado.
Foi professor de Matemática no Colégio situado na Praça Raimundo Soares, de alunos da geração de João Nuno Serras Pereira, Duarte Castel-Branco e João Manuel Bairrão Oleiro
A questão do abandono da Covilhã teve também ver com a sua defesa dos direitos dos operários locais.
Podem ler num link abaixo um estudo sobre a sua genealogia e a sua obra, da autoria de Paulo Valadares, mas que dá pouca importância à sua obra no cenário abrantino. Ao contrário do seu amigo Barros Basto que seguiu o caminho de propagar o judaísmo no Norte de Portugal e fundou a sinagoga do Porto, em política foi simpatizante da ditadura.
A sua obra abrantina publicada além de colaboração nos jornais locais, consta de vários artigos no livro dirigido por Diogo Oleiro: Abrantes Cidade Florida
Neste número da revista Gerações Brasil ainda um importante estudo sobre a Nobreza de raiz cristã-nova, de Paulo Valadares, que no caso abrantino alcança várias famílias em especial os Viscondes da Coriscada (originários da Covilhã, pátria marrana) e os Condes de Castro Solla.
Basta um olhar à genealogia para encontrar a trisavó dum reputado industrial abrantino, já falecido, queimada pelo Santo Ofício.
E entre os parentes dalguma destas famílias um certo Fernando António Nogueira Pessoa.
MN
Referências: Paulo Valadares ''Capitão Artur Elias da Costa'' e ''Uma teia familiar: ''Cristãos Novos Portugueses Nobilitados no Século Passado'' in Gerações Brasil/Maio 1999, vol 5, nº 1/2
Eduardo Campos in ''Introdução'' à Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, do capitão Mourato, Ed. CMA, Abrantes, 1981
vai o post dedicado ao amigo Vortex que fez este comentário em Dezembro
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