Em Junho de 1972, as BR faziam ir pelos ares 15 Berliets que a MDF estava a preparar para o Exército em Cabo Ruivo. Este é o comunicado:
Na madrugada do dia 11 de Julho, em Cabo Ruivo, as Brigadas Revolucionárias realizaram, com êxito, mais uma acção armada: 15 camiões pesados Berliet (franceses), que iam ser entregues ao exército fascista para servirem na guerra colonial, foram destruídos. O seu valor ascende a cerca de 15 mil contos.
Esta acção está na sequência das acções realizadas pelas Brigadas Revolucionárias na madrugada do dia 1.º de Maio, com a tentativa de corte de energia em parte do centro e em todo o sul do país, e da acção do dia 11 de Junho, de recuperação de centenas de quilos de explosivo, na pedreira entre Loulé e Boliqueime, no Algarve.
A acção do 1.º de Maio, que visava paralisar toda a actividade económica para que os trabalhadores comemorassem o seu dia, embora tenha sido realizada com os maiores cuidados técnicos, não resultou devido à uma alteração na potência do explosivo utilizado.
A recuperação do explosivo da pedreira do Algarve visou superar esta situação, o que foi totalmente conseguido. O guarda da pedreira, ao contrário do que afirma a nota da PIDE, foi tratado com todo o respeito, o respeito que nos merecem os trabalhadores, ao mesmo tempo que lhe foi explicado o significado e importância política de uma tal acção.
Com esta primeira acção contra a guerra colonial, as Brigadas Revolucionárias manifestam a sua profunda determinação de tudo fazerem para transformarem a guerra colonialista dos fascistas e imperialistas numa guerra revolucionária dos trabalhadores contra os seus opressores.
É na prática do combate contra o inimigo comum que se torna viva a solidariedade entre o povo português e os povos das colónias.
A acção armada das Brigadas Revolucionárias é parte integrante da luta geral dos trabalhadores portugueses pela revolução socialista. Contrariamente ao que pretende fazer crer o Governo fascista de Marcelo Caetano através dos comunicados da PIDE o proceso de luta armada é irreversível em Portugal.
A única alternativa para a tomada do poder pelos trabalhadores e o triunfo da ditadura do proletariado é a luta armada e não qualquer outra via, como pretendem ilusões reformistas, através de manobras de cúpula, desligadas das massas.
Caminhar firmemente para ligar num mesmo objectivo a acção armada e a luta de massas — eis a tarefa imperiosa que se põe a todos os revolucionários.
VIVA A LUTA REVOLUCIONÁRIA ARMADA.
Lisboa, 11 de Junho de 1972.''
Segundo o D. de Lisboa desse dia não houve vítimas. Alguma bibliografia diz que a acção foi no Tramagal, o que é falso.
devida vénia https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/brigadas/br_sec3.htm
Ademais, em 1 de Maio de 1972, alguns postes de alta-tensão no Castelo de Bode também foram pelos ares.
O deputado Calapez Martins (que tinha sido oficial no RI2) pediu a restauração da pena de morte para os responsáveis destes e doutros atentados bombistas. Era Janeiro de 1974
mn
(....) Os trabalhadores da Fábrica Metalúrgica Duarte Ferreira enfrentam o patrão, impedindo a sua entrada nas instalações fabris. Manifestam-se dispostos a tomar conta da produção, dando-lhe um destino. Este era outro caso especial. Com o arranque da descolonização, Portugal mudara de rumo, deixando certas indústrias de fazer sentido. A metalúrgica construía então veículos militares Unimog - mais tarde os UMM.Com o fim da guerra, entrou em declínio, sendo objecto de intervenção estatal. Conta o administrador do Banco da Agricultura, Filipe Pinhal: "Um dia, Costa Martins [ministro do Trabalho] telefonou-me: Se o banco não desbloquear crédito para pagar salários aos trabalhadores da Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF) - cuja comissão de trabalhadores era muito activa -, não se admire se, ao fim do dia, não puder sair, porque eles vão estar aí à sua porta." O Banco de Agricultura era um dos três bancos que apresentava créditos mais elevados sobre a MDF.(...)
in Cristina Ferreira, '' Unicidade sindical combate o "ventre mole da Revolução", Público, 3/4/2000
No processo de comunização em curso, no ano de 1974, são presos os gestores da Duarte Ferreira (MDF), segundo o académico António José Telo in História Contemporânea de Portugal
Tal prisão, sem culpa formada, como é próprio de candidatos a ditadores , inseria-se na política de sovietização de Portugal dirigida por Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal.
Que se saiba nunca a CMA, onde coabitavam o Zé Bioucas, o Semedo, o Manuel Dias, o futuro presidiário Campante, o Zé Vasco, e mais algum direitista cujo nome se omite, tomou posição pública contra as prisões políticas.
Se bem nos lembramos a ''historiografia'' local é omissa, como é natural, em relação a estas prisões.
O Prof. Telo é um dos grandes especialistas em história contemporânea.
ma
In Indústrias e Élites no Alentejo de Paulo Eduardo Guimarães
Homenagens ao velho ferreiro e nem sequer uma rubra flor na tumba do Zeferino
Nem o Partido dele, o PCP se lembrou.....
Devia ser perigoso o Zeferino, tinha uma pistola ''Savage'', quando o prenderam .....
Não nos digam que o Zeferino, ''destilava ódio'', como o Durruti,
Luís Dias foi o protagonista da organização duma candidatura ao Turismo de Portugal para ''perpetuar'' a memória da MDF.
Naturalmente foi chumbada.
No entanto o Vereador e a Lígia e o séquito foram atirar foguetes para Dubrovnik.
ma
A ex-avençada municipal e candidata PS à Assembleia de Freguesia do Tramagal, Lígia Marques e o Luís Dias estiveram presentes na Croácia, neste evento.
Do programa a parte mais interessante era a visita turística
Apresentaram este texto sobre a MDF e o Museu.
Além de erros de inglês, como definir Eduardo Duarte Ferreira, como ''Commander''.......Comandante por ser Comendador, quando a tradução era Knight Commander (membro duma ordem honorífica) vieram explicar ao mundo que a MDF instituiu o primeiro sistema de previdência social em Portugal, coisa que é falsa.
A MDF foi um claro exemplo de paternalismo social, mas essa preocupação é muito mais antiga em Portugal.
'' In the MDF museum we tell the stories of opportunities and conquests, such as the acquisition of the Enamel Crockery Factory in Oporto or the Auto Division that built the product that left the largest hallmark in our national history – the mythical military truck Berliet-Tramagal. It tells the story of its centennial brand, one we recognize and discover throughout the country and even beyond our country’s borders - the Butterfly. Through it we learn the story of more than 2600 workers and their families who had access to the country's first welfare system, health, education, culture, sport and housing, and who were free to celebrate the 1st of May since 1901, even during the dictatorial regime. ''
A MDF começa a trabalhar em finais do século XIX .
Ora já bastante antes muitas empresas lusas tinham instituído sistemas de protecção social.
Nesta tese (1) onde se estudam os sistemas de protecção social das variadas companhias ferroviárias, demonstra-se para este ramo industrial esse facto.
Basta citar a criação em 1866 da Caixa de Socorros da Real Companhia Ferroviária. E a Companhia abrangia Abrantes, porque explorava a Linha de Leste.
É com base nessas experiências já amplamente testadas em Portugal e em Abrantes, terra de importante nó ferroviário, que Eduardo Duarte Ferreira vai montar o sistema patronal de assistência social tramagalense.
Portanto antes de informarem o Mundo, estudem História de Portugal, é o conselho que paternalmente damos ao Luís Dias e amigos.
mn
(1)- Rafael Pereira Gonçalves, Associativismo Social Ferroviário em Portugal, tese de mestrado no ISCTE
Em 1985 o Pravda dedicou um longo artigo à MDF. Conseguiremos o exemplar?
mn
Anuário de 1915 da Ohio Northern University
mn
Tinha de ser a Palha de Abrantes a dar uma lição aos caciques ''socialistas''.
O investigador da UNL João Edral (numa colaboraçao UNL/ Palha fez esta comunicação: Movimento de trabalhadores da Metalúrgica Duarte Ferreira entre 1974 e 1985: crónica de uma delapidação”
Os caciques já podem convidar o investigador e a Lourdes Martins a irem à Croácia.
ma
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