Uma grande tese de doutoramento. A vida e obra do maior crítico de Fátima pelo Prof. Doutor Reis Torgal da UC.
Pode ler aqui na página da Álma Máter
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DOIS LIVROS E DOIS AUTORES
António Boto é um poeta português, cujos admiradores afirmam ser “o maior do seu tempo”. “Suas poesias - afirma um foliculário pequeno-burguês - andam pelo vasto mundo, traduzidas em quase todos os idiomas e onde ecoam, provocam deslumbramentos”.
“Os ventos da adversidade sopraram forte sobre a existência do grande vate”, - continua afirmando o mesmo foliculário - “e aos dias de triunfo sucederam as horas tristes de solidão e sofrimento. Os amigos e patrícios que o adulavam e procuravam, foram desaparecendo”.
Nem N. S. de Fátima, a Santa da Cova da Iria, cuja glória ele cantou no mais belo poema da raça, num livro recentemente editado nesta Capital, lhe está valendo no momento.
Ele continua só, com os seus sofrimentos e suas angústias.
Permaneceu e talvez ainda permaneça recolhido a um quarto da Santa Casa da Misericórdia desta Capital, mercê da generosidade de uma criatura de bons sentimentos, por sinal bem colocado na vida: ministro do Supremo Tribunal Federal.
Tomás da Fonseca, também português de nascimento e de ideias contrárias às do “consagrado” autor de “Fátima”, escreveu outro livro sobre a mesma “Fátima”, relatando, em seus mínimos detalhes, as mistificações engendradas pelos roupetas portugueses para explorar monetariamente o “aparecimento” da “Santa” em terras de Portugal.
O livro de Tomás da Fonseca, como o de António Boto, foram publicados aqui, no Brasil. Enquanto o de Boto permanece, como inédito, por falta de leitores e seu autor se encontra recolhido a um quarto de hospital, lamentando-se da ingratidão dos “amigos” e da “misericórdia divina”, o livro de Tomás da Fonseca encontra-se com a edição quase esgotada e o seu autor gozando a mais perfeita saúde, apesar de sua avançada idade.
Verifica-se, facilmente, a diferença entre um apologista e defensor da existência de Deus, abandonado por todos aqueles que deviam ampará-lo, principalmente os católicos, e um livre-pensador cuja vida inteira de lutas contra a Igreja lhe renova constantemente as energias físicas e morais para prosseguir, com mais vigor, no esclarecimento da verdade.
O confronto é bastante elucidativo para todos aqueles que se deixam iludir com as palavras mentirosas dos vigários de Cristo. Milhares de seres humanos vivem sofrendo toda a sorte de vicissitudes e misérias porque ficam esperando que Deus se lembre deles e de sua situação... “Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles será o reino do”... inferno, a que está reduzida a vida vivida no Brasil e no mundo inteiro, com guerras, fome, bombas atómicas e mistificação fradesca.
in jornal anarquista do Rio
citado por Tomás da Fonseca
na Cova dos Leões
(...)
Essa a razão por que naquelas terras ninguém tomou a sério a palhaçada, a começar pelo pai de Lúcia, António dos Santos, por alcunha o Abóbora. Alheio a toda a controvérsia, “não cria nem deixava de crer”. Todavia, na sua opinião tudo aquilo se resumia em “chistes de comadres ociosas, que passam o tempo à soalheira, a descobrir as mazelas do próximo”. E englobava tudo numa única palavra: “Mulherio!” (1). Um dia, alguém propôs-lhe que se fizesse um círculo na Cova para defender a filha e os sobrinhos dos apertos do povo. Respondeu: “Se eles mentiram, que não mentissem; é bom que os apertem!” (2).
- Uma tarde - depõe certo velhote, que interroguei junto a uma fábrica de serração de madeiras - andava o pai de Lúcia charruando uma leira, quando um sujeito pediu licença para lhe falar. Aborrecido por tanta vez o massacrarem sobre as visões da filha, perguntou: “Que deseja você?” - “Ouvi-lo acerca de sua filha Lúcia e das visões que teve!” Resposta do “Abóbora”: “Elas são umas estúpidas, e você, se lhe dá crédito, é tão estúpido como elas!” E continuou a charruar, sem lhe dar mais palavra (3).
(3) Esta cena foi-me confirmada por outros vizinhos de Fátima
Tomás da Fonseca, na Cova dos Leões
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