Foi há 136 anos, no Carnaval de 1871, num baile de máscaras que Eça de Queirós foi apanhado numa trama amorosa! O romancista envolveu-se com uma bela fidalga, da fina roda leiriense, e não tardou que a alta sociedade de Leiria se apercebesse do facto. Tanto quanto se sabe, pensa-se que esta tenha sido a sua primeira relação com uma mulher casada.
região de leiria
Terá sido na noite de 21 de Fevereiro, que o Barão do Salgueiro organizou um baile de Carnaval em sua casa, no Palácio do Terreiro e ao qual Eça compareceu, despudoradamente, vestido de Cupido, com um fato de malha muito justo, com aljavas cheias de setas e com asas de cambraia. Depois de ter dançado uma quadrilha com a baronesa de Salgeiros, ousou perseguí-la para fora dos salões entrando numa das divisões íntimas da residência. O par foi encontrado abraçado pelo cocheiro da casa e Eça acabou a ser lançado, violentamente, para fora de casa, pela escadaria abaixo. Quando chegou a casa, a coxear e com o fato todo esfarrapado disse ao seu amigo Júlio Teles: “Consummatum est – olha sou um Cupido desasado!”.
Sé de Leiria (in Dentro de ti, ò Leiria)
Este episódio ao qual Eça não achou graça, ficou-lhe atravessado nas suas memórias de Leiria, tendo mesmo comentado ironicamente: “O que chocou aquela boa gente do tempo de D. Dinis, não foram os excessos da autoridade administrativa… foi o trajo de tirôles! Se me encontrassem aos abraços à Senhora, vestido de Cónego da Sé, todos teriam achado muita graça!”.
Este acontecimento está retratado na sua obra Os Maias, onde João de Ega aparece desasado devido à grande toza semelhante àquela em que o escritor apanhara em virtude de uns amores adúlteros com a Gouvarinho..''
in abcissa h
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Nota: Convém acrescentar que o Cupido era Administrador do Concelho de Leiria (isto é uma espécie de mini-governador civil....) e o Sr.Barão cornudo, para usar palavras do goto do bravo General Bernardes, ou ''cocu'' era o chefe político local José de de Faria Pinho e Vasconcelos Soares de Albergaria, sendo a feliz Madame Bovary, não qualquer Ema, mas a Excelentíssima Senhora Dona Luísa da Silva e Ataíde, da Casa do Terreiro.
Lamentamos que Eça não tenha ido em excursão a Lagarelhos ou ao Souto para ''chercher la galega'' ou ''chercher la campónia'', mas até agora não se descobriram documentos que o provem.
Não se podem queixar eventuais descendentes do Barão, porque não houve filhos deste matrimónio.
Portanto como Eça foi infeliz em Leiria na sua actividade de ''chercher la Athayde'', viria a emigrar para Paris onde se dedicou a ''chercher la Bovary...''
Notas de Marcello de Noronha
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