Visitou outro dia vários monumentos abrantinos o Secretário de Estado da Cultura. Entre eles a Igreja de São Vicente, monumento nacional desde 1926. Ironizou o governante acerca das burocracias e revelou que há trabalhos de manutenção rotineiros como é o caso da mudança das telhas partidas, que se têm de fazer todos os anos e que não podem estar dependentes dum despacho do Presidente do IGESPAR, mas que basta o Presidente do Conselho Económico e Social, presidido pelo benemérito Cónego Graça, arranjar um pedreiro para o fazer.
Interior de São Vicente forrado a azulejos, com corvos alusivos ao seu Patrono-DGMN
Mas disse o Sr. Summavielle que dos 4 ou 5 monumentos visitados, todos estavam em geral em razoável estado de conservação, excepto um ou dois.
Na gravação que temos, disponibilizada pela CMA, não se especificam quais.
Ora, os relatórios técnicos colocados à disposição do público informam sobre São Vicente o seguinte:
Intervenção Realizada |
1955 - arranjo do adro e do muro de suporte do mesmo; 1956 - continuação do arranjo do adro e do muro de suporte; substituição de rebocos interiores e exteriores; instalação eléctrica; 1958 - pavimentação do adro; 1970 - reparação de caixilhos, da porta principal e do guarda-vento; 1974 - reparação da cobertura, substituição do pavimento da torre sineira; colocação de rede nas janelas; 1984 - obras de conservação dos altares; 1989 - restauro do órgão por António Simões; IPPAR: 2000 - reabilitação e beneficiação da envolvente exterior (1ª fase); recuperação da parte posterior do altar-mor |
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Observações |
*1 - no templo guardou-se uma relíquia de S. Vicente ( um dente ), trazida para Abrantes pelo seu primeiro alcaide-mor; *2 - painéis figurativos em azulejo, integrados na padronagem seiscentista que reveste os alçados laterais das naves, representam as naus rodeadas por corvos, que terão trazido as relíquias do santo padroeiro. *3 - na tribuna do altar-mor, um crucifixo de pousar, indo-português, de grandes dimensões. É necessária a intervenção urgente em todos os elementos decorativos do interior (talhas, algumas totalmente podres - altar lateral de Nossa Senhora da Conceição); as telas dos altares laterais; absídiolo direito apresenta o altar em estado de ruína e pinturas do tecto com risco de se perderem; humidade ascentente. |
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Autor e Data |
Rosário Gordalina 1990 / Isabel Mendonça 1995 / Filomena Bandeira 1996 |
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Actualização |
Cecília Matias 2006 Fonte -Direcção Geral dos Monumentos Nacionais |
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Ora em 2006 falava-se da necessidade duma intervenção urgente porque :’’ É necessária a intervenção urgente em todos os elementos decorativos do interior (talhas, algumas totalmente podres - altar lateral de Nossa Senhora da Conceição); as telas dos altares laterais; absídiolo direito apresenta o altar em estado de ruína e pinturas do tecto com risco de se perderem; humidade ascentente.’’
Estamos em Abril de 2010 e naturalmente a situação agravou-se, face à passividade da tutela, às palavras tranquilizadoras deste Senhor:
Secretário de Estado da Cultura, Elíseo Summavielle (ex-Presidente do IGESPAR)
e à passividade dos responsáveis da Paróquia e das autoridades municipais.
Todos deixaram no fim da Páscoa realizar obras na zona de protecção sem que nos digam onde está a autorização da tutela.
Se é o Estado a quem compete o restauro dos Monumentos Nacionais seria normal que os utentes (a Igreja e os fiéis) ajudassem o Estado num momento em que se anuncia uma crise financeira de enormes proporções.
Dispõe a paróquia de recursos importantes, o mais recente a herança duma casa patrícia em Alferrarede. Dizem que vão montar lá um orfanato.
São Vicente dedica-se à desintoxicação, gere outro orfanato no Rossio e não sei que mais, mas tem parte da Igreja em situação calamitosa, segundo os Monumentos Nacionais.
Porque não vendem a casa e aplicam o dinheiro a ajudar o Estado a restaurar um dos mais bonitos templos da Cidade?
A caridade deve ser compatível com a conservação da memória histórica e artística da Igreja.
Naturalmente espera-se que a CMA dê o seu contributo mecenático para esta obra de defesa do património da Cidade.
Voltaremos ao assunto
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