Moção de Censura
Considerando as recentes e graves atribulações a que foi sujeito um conterrâneo nosso, doente sinistrado, em estado grave e em coma, internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra, que mesmo assim, em coma, foi transferido para o Hospital de Santarém após prévias conversações entre as duas Unidades Hospitalares, tendo ali sido recusado o seu internamento, alegadamente, porque tal Hospital não era o da sua área de residência.
Face àquela recusa do Hospital de Santarém, foi o doente encaminhado para o Hospital de Torres Novas que, apesar de ter muitas camas vagas, mas, porque não dispunha dos meios humanos técnicos indispensáveis ao tratamento do doente, foi também ali recusado o seu internamento e encaminhado para o Hospital de Abrantes.
Porque esta saga continuou, em Abrantes também foi recusado o internamento devido a falta de cama, tendo então o doente sido encaminhado para o Hospital de Tomar, onde terá ficado finalmente internado.
Sabe-se, segundo a comunicação social, que o doente, nestas quatro deslocações entre os cinco hospitais referidos, terá percorrido 262 quilómetros.
Desconhece-se quanto tempo foi perdido nesta inacreditável e irresponsável transferência hospitalar, mas acredita-se que foram muitas horas para ultrapassar tantos processos burocráticos.
Desconhece-se também se o estado clínico do doente foi agravado com todas estas entradas e saídas de hospitais, que nunca deveriam ter acontecido.
Face a toda esta falta de respeito pela integridade humana, agravada ainda pelo estado grave de saúde do nosso conterrâneo sinistrado, propõe-se a esta Câmara a aprovação desta Moção de Censura:
- Ao Ministério da Saúde, primeiro responsável pelo bom desempenho do Serviço Nacional de Saúde, garantido constitucionalmente, já que neste caso tal direito foi completamente escamoteado;
- Ao Hospital da Universidade de Coimbra, pela falta de cuidado na transferência do sinistrado, já que não foi obtida garantia de que a Unidade de destino – o Hospital de Santarém – era de facto a Unidade da sua área de residência;
- Ao Hospital de Santarém, pela falta de cuidado demonstrada nas conversações com os HUC, já que deveria ter sido esclarecida com exactidão se esse Hospital era ou não o Hospital da área de residência;
- Ao Centro Hospital do Médio Tejo que, por razões que a razão desconhece, obrigou ao transporte do doente, sublinhe-se novamente, em estado grave, do Hospital de Torres Novas para o de Abrantes e depois ainda para o de Tomar.
É certo que todos nós sabemos que o Serviço Nacional de Saúde, desde há tempos tem vindo a ser descaracterizado com o encerramento de Serviços, com a entrega de Unidades Hospitalares ao sector privado, como se está a programar para breve em relação a uma série de Hospitais.
É certo que na situação em que vivemos, os critérios economicistas ultrapassam todas as regras de bom senso. Mas neste caso concreto nem economia existiu, face a tantos quilómetros percorridos com um doente em estado grave e ainda pelas horas gastas por inúmeros técnicos de saúde nesta vastíssima operação de despachar o doente.
Casos como o que aconteceu a este nosso conterrâneo são mesmo inadmissíveis, inaceitáveis e reprováveis.
Por tudo o que se acabar de relatar, eis a razão desta Moção de Censura que, salvo outra opinião, deverá merecer a aprovação unânime desta Câmara, independentemente de outras diligências que o desenvolvimento da situação possa vir a aconselhar no futuro e a curto prazo, sempre na defesa dos direitos e dos interesses do nosso conterrâneo e simultaneamente do Serviço Nacional de Saúde, que foi uma grande, se não a maior, conquista do 25 de Abril.
Alcanena, 24 de Outubro de 2013
O Vereador Independente
____________________________________
(Artur Simões Rodrigues)
Nota: Merecendo aprovação desta Câmara, deverá esta moção ser enviada às entidades nela referidas, à Assembleia Municipal de Alcanena, e igualmente às restantes Câmaras e Assembleias Municipais do Médio Tejo e da região, assim como à própria Comunidade Intermunicipal, informando de imediato a comunicação social regional.
(reproduzido de http://usmt.blogs.sapo.pt/379185.html com a devida vénia)
Face a este alucinante caso o mínimo era demitir os responsáveis pelos Hospitais de Coimbra, Torres Novas e Santarém e ainda apurar as responsabilidades cíveis e criminais.....
A redacção
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)