No place like Portugal
Afinal a representação portuguesa na Bienal de Veneza de 2010 será composta por
Ricardo Bak Gordon,
Carrilho da Graça,
Aires Mateus e Siza Vieira. A responsabilidade de tão inovadora escolha - sob o título
No Place Like - é da responsabilidade dos comissários Julia Albani, José Mateus, Rita Palma e Delfim Sardo.
De referir ainda que a exposição central, comissariada por Sejima, contará com a participação de Aires Mateus.
Não pondo em causa a qualidade dos trabalhos e dos respectivos autores envolvidos, pensa-se que a representação portuguesa é insensata, e totalmente inútil. As razões (para quem tiver paciência):
aqui, e depois
ali.
Mais: julga-se que a eternização dos referidos autores por este tipo de circuitos internacionais afasta qualquer hipótese de explorar a necessária heterodoxia e a disponibilidade da arquitectura nacional, já de si escassa em possibilidades. Facto esse que é sempre de lamentar.
Seria de esperar que a existência de um comissário externo à arquitectura - como o é Delfim Sardo -, e de um autor como José Mateus - que entre outras coisas, foi co-responsável por um dos
mais estimulantes momentos da arquitectura em Portugal na década que passou - à frente do
Pavilhão Português, permitisse uma outra forma de interpretar a criação nacional. Qualquer uma que não envolvesse a facilidade, pelo menos.
Pedro Machado Costa in Quando as catedrais eram brancas