Podemos confiar na memória, ou ela prega-nos partidas?
Para escrever o que vai sair sobre o acolhimento a refugiados em Abrantes, procuro na net e vejo esta entrevista do Mário Pissarra, que vou guardar.
A entrevista é de 2016 e contradiz esta versão do ex-Vereador comunista Manuel Dias, de 2018.
Como conheci pessoalmente o que se passou, anoto um lapso evidente no que diz o Dr. Pissarra, afirma que negociou com a Iniciativas de Abrantes, LDA as questões do La Salle.
Impossível, a Iniciativas era em 1974-1975 apenas dona (como agora, por muito que isso desagrade à cacique) do Teatro S.Pedro.
O edifício do colégio era propriedade da Sociedade Estabelecimento de Ensino S.João Baptista de La Salle, SARL que tinha alguns sócios comuns à Iniciativas e outros não.
Foi esta Sociedade que vendeu o edifício ao Estado, depois de o ter cedido à borla uns anos para aí funcionar o Liceu.
E já agora, como a Imprensa tem falado na desorganização das gerências anteriores a 2017 da Iniciativas, em grande parte devido ao desleixo dum conhecido médico abrantino, amigo da cacique, deve dizer-se que isso nunca aconteceu na Estabelecimento de Ensino S.João Baptista de La Salle, SARL, porque era dirigida por pessoas que não andavam a aparicar caciques todos os dias em inaugurações.
José Rosa de Sousa Falcão ou Armando Boavida, que geriram a sociedade, tinham mais que fazer que ser compagnons de route....
mn
nota: convém anotar que os Irmãos das Escolas Cristãs mantinham um curioso contrato de cessão de exploração com Sociedade Estabelecimento de Ensino S.João Baptista de La Salle, SARL, tal como as Doroteias mantiveram até meados da década de 60......com os donos do colégio de Fátima, antes destes lhe venderem quase à borla o edifício, com o compromisso assumido pelas Freiras de manterem o ensino católico nesta terra, poupo comentários à forma pouca edificante como isso terminou...
Já se viu como os abrantinos receberam fidalgamente os refugiados boers no século XIX.
Convém ver outro caso de recebimento de refugiados políticos, e já agora agradecer à CM Sardoal, onde foi apresentada uma oportuna exposição sobre refugiados austríacos, ou seja crianças desta nacionalidade aí acolhidas (como o foram na cidade) depois da 2ª Grande Guerra.
Dessas crianças pelo menos uma ficou em Abrantes, a Srª D.Gerte Moura Neves.
Em 1844, Portugal estava de novo em guerra civil entre os cartistas do Conde de Tomar e a esquerda liberal.Operações militares sucediam-se no país e na região e em Espanha os radicais levantaram-se em vários pronunciamentos contra vitória dos ''moderados'' nas eleições. Perderam e parte deles veio parar a Abrantes e o coronel Manuel Martinini, um castelhano por aqui radicado, casado com a rica proprietária de Constância, D.Emília de Sousa Falcão, recebeu os seus compatriotas e correligionários, porque ele próprio se levantara em armas uns dez anos antes contra o miguelismo, montando uma guerrilha que assolara todo o Alto Alentejo, proclamando em Nisa e outras terras, D.Maria II e a Carta. E acabara por se refugiar além-raia com os seus bravos.
Os refugiados espanhóis foram acolhidos nas vastas herdades da Família Falcão em Constância.
Estou à espera que haja um empresário capaz de ser solidário como o Coronel Martini.
Revista Universal Lisbonense, 1844
Mas também se verá como houve insolidários que ameaçaram chamar a tropa....para que Abrantes não recebesse refugiados.....e no caso portugueses.
mn
Como Emília de Sousa Falcão ofereceu a espada de Martini a um Imperador
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