Segunda-feira, 30 de Novembro de 2020
Devida vénia Jornal de Negócios
Enquanto os caciques e a angélica doutora trocavam piropos carinhosos, os infectados disparavam
A protecção civil é assim, à abrantina
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A. H. Oliveira Marques, Iria Gonçalves, Amélia Aguiar Andrade, Atlas da Cidades Medievais Portuguesas, Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa/ Instituto Nacional de Investigação Científica, Lisboa., 1990
Os dados abrantinos seguem a obra de Iria Vasconcelos Vilar, Abrantes Medieval....
com a devida vénia
Um concelho de doutores, nem por isso?
Atlas da CCR Lisboa e Vale do Tejo, 2017
E depois venha explicar a Celeste estes resultados e pode encomendar outro estudo à Católica, para explicar o desastre.
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A charrua com que Eduardo Duarte Ferreira ganhou um prémio na Expo de Paris, em 1900.
Na mesmo Expo, o Mendonça, Visconde da terra, também leva um prémio, na classe azeites.
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Miguel de Almeida, a quem o Candeias diz que chamavam o ''Toucinho'' e que era quase um incapaz, limpa a pistola e faz os últimos contactos. Manda um lacaio meter uma cabeça sobre um cepo e dispara várias vezes.
Como está a minha pontaria, António?
A cabeça está desfeita, Senhor D.Miguel.
Tem 60 anos, mas a pontaria continua intacta.
Volta a limpar a arma.
É 30 de Novembro de 1640.
No dia seguinte, o alvo não será um boneco, mas um traidor.
A 1 de Dezembro de 1640, a pistola de D.Miguel fará justiça, implacável, sobre quem representa o Estrangeiro.
Terá larga vida e quando morre aos 80 anos, um familiar manda-o enterrar no Carmo, junto a Nuno Álvares.
Bom sítio para enterrar homens que foram decisivos para que Portugal não fosse província de Castela.
Ah, e quando D.João, o novo Rei, o faz Conde de Abrantes, os da autarquia, os mesmos que tinham servido lealmente a Filipe de Habsburgo, informam Lisboa que não o querem como Senhor.
Certamente preferiam a Alfonso de Lancaster, que em Madrid, serve a Monarquia dos Áustrias.
Por isso, D.Miguel preferiu ser enterrado em Lisboa, a ser sepultado em Abrantes.
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O Sr.António Louro, membro da Assembleia de Freguesia das Mouriscas (AGIMOS), bairrista incansável ( com um papel destacadíssimo na mais importante e activa Associação de Defesa do Património da terra, a ACROM), relança a petição para salvar a Escola das Mouriscas, que está em ruínas.
A Escola, propriedade da CMA, está cedida (por 50 anos) à ADIMO, cujo principal vulto é o ex-Presidente, Humberto Lopes.
Apesar de protestos da opinião pública e dos eleitos, que desde há 7 anos se fazem sentir, a Escola continua a degradar-se.
Pela recuperação e requalificação da antiga escola primária de Mouriscas!Antes que a mesma nos caia em cima da cabeça!
Para: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Abrantes e Exmos/as Senhores/as Vereadores/as, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Abrantes, Exmos/as Senhores/as Deputados/as Distritais dos Partidos Políticos, Outras Entidades e Imprensa em Geral:
São do conhecimento geral as vicissitudes que conduziram ao abandono o edifício da antiga escola primária de Mouriscas, situada à beira da estrada nacional EN-3. Houve fundos comunitários e camarários aprovados para a recuperação do edifício, que nunca foram aplicados por razões que não interessa agora estar aqui a divagar sobre as mesmas.
Também é público e notório que, no momento presente, existem graves riscos para as pessoas e bens que circulam pela EN-3 e ainda para as construções adjacentes à referida escola. A degradação do edifício está em ritmo acelerado havendo já partes da cobertura que ruíram, tendo-se registado a queda de telhas sobre edificações vizinhas.
Foi oportunamente alertado o SMPC - Serviço Municipal de Protecção Civil para a situação acima relatada, tendo-se efectuado uma vistoria no local, da qual, porém, não resultaram quaisquer acções práticas, não obstante tratar-se de um edifício camarário.
Na freguesia de Mouriscas existem várias associações que não têm sede própria, e existe também um vasto espólio museológico que não se encontra em exposição por falta de instalações adequadas. A recuperação e a requalificação do edifício da antiga escola primária de Mouriscas iria colmatar estas e outras lacunas.''
Num só dia mais de 200 pessoas assinaram a petição
Domingo, 29 de Novembro de 2020
''Oito luas empós, como soem dizer os naturalistas guiando-se pela ampulheta dos céus, Pio Palha Ribeiro, um punhetense taful, foi levado ao caldeirão e, a seguir, almoçado. Não esperneou. Não gritou. Não desesperou. Seu olhar perdia-se a muita distância e um sorriso colhia-se-lhe, sem que ninguém entendesse. E é de acreditar que seu pensamento último voou para Punhete. Pio Palha Ribeiro mostrava-se de boas avenças com os homens ''
Nesta obra genial do grande escritor Haroldo Maranhão, uma sátira à colonização lusa do Brasil, com um herói punhetense que acaba comido pelos índios .
Ainda em Constância vão dar uma rua a Pio Palha Ribeiro, a quem diziam '' Olha, Ribeiro, se não sabes, à conta de tua pascacice de natural lá de Punhete, que é onde o diabo perdeu o rabiote''
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Reproduzimos com a devida vénia, o post do Colega Sardoal Cultura e Progresso sobre a degradação e uso político da Santa Casa do Sardoal, pelo Anacleto, o amigo dilecto do burlão José da Graça:
SANTA CASA DA MISERICÓRDIADO SARDOAL, UMA BOMBA PRESTES A EXPLODIR
Perante a grave situação que a Santa Casa de Misericórdia apresenta e num exercício de responsabilidade e compromisso político com o Sardoal, os vereadores eleitos do partido socialista decidiram reunir-se com o Director Distrital da Segurança Social de Santarém, em delegação ao vereador Pedro Duque a representação.
A preocupação é máxima, tendo em conta a situação e as consequências que a falência da Instituição pode ter ao nível social e económico e essencialmente nas valências e serviços que presta à população.
Os principais aspectos da reunião são detalhados a seguir.
O Director fez questão de que não pretendia de forma alguma ocultar qualquer informação acerca da Instituição apesar da gravidade de algumas situações.
Apresentou-se munido de uma ficha de acompanhamento da SCMS, que é normal ter relativamente a cada parceiro com quem a Seg. Social tem protocolos.
Nessa ficha enunciou um conjunto de irregularidades técnicas e funcinais, apuradas numa recente inspeção dos serviços, tais como:
- Falta de qualidade das refeições fornecidas;
- Desconformidades nos quartos onde os idosos estão internados com excesso de utentes por unidade;
- Incumprimento de inúmeras regras de manutenção dos locais de internamento, com especial destaque para os cuidados em matéria de prevenção do COVID;
- Inexistência de actividades complementares de ocupação dos internos;
- Incumprimento dos rácios de Técnicos e de pessoal credenciado, em diversas áreas, designadamente, fisioterapia, animação, motricidade, etc..
- Internamento de utentes em vários locais (pelo menos 3) dispersos do Lar Principal, sem qualquer licenciamento para o efeito (Infracção Grave);
- Declaração em duplicado de vários utentes para várias valências em simultâneo, o que obrigou ao reembolso de avultadas verbas por parte da SCMS à Seg. Social (atenção que esta matéria é suscetível de ser crime na obtenção de comparticipações do Estado);
Por outro lado referiu que sempre que se reúnem com os Provedores, e têm que o fazer com alguma regularidade, o Sr. Anacleto, procura sempre intervir em matérias de âmbito nacional, ou seja está sempre muito mais empenhado em debater e criticar sistematicamente o Governo, acusando-o de insuficientes comparticipações do que em abordar a situação particular de SCMS.
A este prepósito, diz o Dir. Reg. que o Provedor não tem qualquer razão até porque em 2019 as comparticipações aumentaram 3,2% e em 2020, 5%, portanto valores bem acima da inflação.
Ainda disse que recentemente teve uma acesa discussão com o Sr. Anacleto, onde lhe disse que a SCMS era a única que se queixava da viabilidade e sustentabilidade de determinadas valências em todo o Distrito e que todas as outras SCM ou IPSS, ao longo do tempo, umas mais rápido e facilmente que outras, foram adaptando as suas estruturas às valências que proporcionam às população e prestavam na generalidade serviços com melhor qualidade que a SCMS.
Também disse que lhe tinha dito, que a gestão da SCMS supostamente até deveria ter sido mais facilitada, atendendo aos donativos de privados que recebeu e que muitas das suas congéneres nunca receberam, mas prestam serviços de qualidade, em termos legais e sustentáveis financeiramente.
Disse-lhe que era evidente que o problema da SCMS resultava unicamente da sua gestão, pois tem por exemplo um rácio de praticamente dois funcionários por cada utente, o que a torna insustentável.
(Neste ponto, lembrar que a SCMS nas últimas décadas foi um elemento político sempre ao dispor do PSD, ainda mais quando a Câmara deixou de poder contratar mais pessoal, pois havia ultrapassado os limites legais, a SCMS foi quem cumpriu muitas promessas eleitorais do PSD de Sardoal).
O Sr. Diretor referiu a este propósito que chegou a dizer ao Sr. Anacleto que estranhamente e perante a evidência de que a SCMS tem uma estrutura demasiado pesada para as valências que dispõe, nunca viu a SCMS tentar atenuar esse desequilíbrio alargando o leque de valências com um conjunto de programas de apoio que a Seg. Social dispõe em várias matérias, designadamente relacionadas com a ocupação de tempos livres dos utentes e no alargamento dos serviços a prestar em matéria de apoio domiciliário, o que possibilitaria alargar o valor das comparticipações sem que tivesse que efectuar qualquer contratação de mais pessoal, bastava afectar pessoal superavitário de determinados setores a estas novas valências.
Neste caso, insistiu, dizendo que os técnicos da Seg. Social insistem constantemente com a SCMS, para aderir a estes novos programas, e que inclusivamente informam que caso seja necessária alguma formação, a Seg. Social tem protocolos com o Instituto de Emprego, que assumiam este encargo, mas ainda assim, a resposta é invariavelmente negativa. Parece que estamos no tempo do “Orgulhosamente sós”.
O Provedor recentemente veio para a comunicação social alegar que a Seg. Social também culpa da situação financeira da SCMS, pois devia disponibilizar um maior número de vagas para utentes protocolados.
O Sr. Diretor comentou que ele próprio teve acesso a esse artigo que de imediato lhe telefonou e o convocou para uma reunião de urgência em Santarém, que entretanto o Sr. Anacleto, já adiou duas vezes.
Neste capítulo, referiu que o Provedor mentia descaradamente, pois a SCMS nem tem utentes suficientes para ocupar as vagas protocoladas e apresentou os seguintes dados:
- Acordo com Seg. Social
44
- Acordo com
Seg. Social
60
O Sr. Diretor afirma que estes números acordados/protocolados com a segurança social, podem ser revistos a qualquer momento, aliás é frequente que assim seja, o que acontece é que a SCMS tem vindo a perder imensos utentes nos últimos anos e que considera que a fraca qualidade do serviço prestado e com pouca humanidade, tem afastado eventuais interessados.
Referiu que por vezes fica a ideia que a gestão da SCMS se torna como que “bafienta”, amorfa, conformada e sem iniciativa o que é pena pois dispõe de alguns bons técnicos, só que a direcção corta-lhes as pernas para poderem inovar.
Referiu que nesta altura está em curso um programa “PARES” com comparticipações de pelo menos 75% dos investimentos elegíveis e que se destina a novas edificações, ampliações ou remodelações já existentes e que pelo menos até aquela data a SCMS não tinha manifestado a intenção de aderir.
Disse também que teve conhecimento que recentemente o Sr. Anacleto foi convocado, com carácter de urgência, para uma reunião com o Sr. Bispo e que o Coordenador Distrital das Misericórdias também foi convocado.
(Nesta altura já se vislumbram manobras nos bastidores por forma a que se crie uma lista, mais uma vez, proveniente de um circulo restrito de pessoas, maioritariamente afetas ao PSD).
O nosso papel e responsabilidade é denunciar esta situação,
com autorização do Director Distrital da Segurança Social, para tornar pública esta reunião.
Agradecemos ao Sr. Pedro Duque as informações que a opinião pública em geral e os sardoalenses em particular têm direito de saber.
Sentimos um gosto amargo na boca e uma grande indignação. Agora que cada um tira suas próprias conclusões.''
(imagens nossas)
Comentário: o Anacleto reedita o tonsurado das seringas
No velho Rossio, depois Largo do Príncipe Real, que era , em 1908, D.Luís Filipe de Bragança e que a canalha, representada pelo Buíça e pelo Costa, mataram, como assassinaram a D.Carlos, actual Praça da República, levanta-se, altaneiro, o monumento aos abrantinos caídos na 1ª Guerra, interessante peça escultórica (Roque Gameiro) e arquitectónica, que merecia respeito.
O enquadramento escolhido para meter o novo gadget natalício destoa com a dignidade exigida ao Monumento e não podia ser mais infeliz.
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Em 1755, por Setembro, um homem de Santa Margarida, foi à festa do Espírito Santo, em Punhete. Chamava-se Lourenço Ferreira e dedicou-se a blasfemar, estaria chateado.
Entre outras coisas interessantes, tinha por hábito dizer que '' “nem frade nem nenhum dos que serviam o Espírito Santo eram mais que ele e nem capaz[es] de falar diante dele”, e que “o Espírito Santo” ali festejado “não era capaz de andar debaixo das solas de seus sapatos”. (1)
Resultado foi detido pelo Santo Ofício e teve tratos de polé, graças às denúncias das beatas contra o barqueiro livre-pensador.
O doutor IGOR TADEU CAMILO ROCHA, da Universidade de Belo Horizonte, nesta tese de doutoramento, '' ENTRE O ‘ÍMPETO SECULARIZADOR’ E A ‘SÃ TEOLOGIA’: TOLERÂNCIA RELIGIOSA,
SECULARIZAÇÃO E ILUSTRAÇÃO CATÓLICA NO MUNDO LUSO (SÉCULOS XVIII-XIX)'' (2019), estuda este assunto. O académico brasileiro dá-nos uma grande obra relacionada parcialmente com a História da Região e começo a pensar que há que ler a produção brasileira, como recomendaria o António Hespanha ou o Fernando Catroga, para descobrir coisas novas e estimulantes sobre o Médio Tejo.
Saravá doutor IGOR!!!!
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(1) expressões retiradas literalmente da obra citada