Macau, China, 12 jun (Lusa) - O ativista Jason Chao acusou hoje o Comissariado Contra a Corrupção e o Ministério Público de fecharem os olhos ou evitarem uma investigação ao chefe do Executivo por alegadas ligações a um empresário de construção civil.
A revista Next, de Hong Kong, traz na sua última edição um artigo onde salienta que o primeiro chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, está sob investigação do Comité de Disciplina do Partido Comunista Chinês, a expressão oficial normalmente utilizada para indicar que um determinado elemento da hierarquia chinesa está sob investigação por casos de corrupção.
Apesar de não existir, oficialmente, qualquer confirmação desta investigação a Edmund Ho, vice-presidente da Comissão Política Consultiva do Povo Chinês -, alegadamente reaberta depois de uma primeira análise ter terminado sem qualquer acusação -, a Next faz a ligação entre Edmund Ho, primeiro chefe do Governo de Macau após a transição de poderes em 1999, e Chui Sai On, atual chefe do Executivo, com o caso Ao Man Long, o secretário dos Transportes e Obras Públicas, detido em dezembro de 2006 e já julgado e condenado a cerca de 30 anos de cadeia.
É que, segundo a Next, quer o nome de Chui Sai On, quer o nome de um empresário da construção civil - Ho Weng Pio - surgem nos blocos de notas onde Ao Man Long apontava os seus negócios, tudo quando o atual chefe do Governo era apenas um elemento da equipa de Edmund Ho e com a mesma categoria do secretário que acabou preso e condenado.
Para Jason Chao, esta referência a Chui Sai On deve ser esclarecida pelo próprio à população, caso contrário coloca em causa a sua recandidatura ao posto de chefe do Governo.
Chui Sai On termina em dezembro o seu primeiro mandato como chefe do Governo e anunciou já ser candidato a candidato a segundo mandato.
A vontade de ser candidato a candidato prende-se com um elemento essencial do processo: o chefe do Governo de Macau é eleito por um comité de seleção que terá, parcialmente de aprovar a candidatura, ou seja, um interessado ao cargo não consegue chegar ao dia da votação se não reunir, pelo menos, 50 assinaturas dos elementos do comité que depois irá escolher quem chefia o Governo.
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