Num sólido documento o BE explica as razões porque vota contra o orçamento da oligarquia caciquista:
As contas do TagusValley e da A.Logos continuam a ser escamoteadas
Não se prevê requalificar o Largo da Estação de Abrantes
Não se prevê requalificar a Escola de Alvega
Não há investimento em habitação social
Pretende-se arrasar o Mercado para construir um elefante branco, chamado Multiusos
Não se prevê lançar as obras da Esta
O texto do Voto do BE é este:
F Nº 07-Grandes Opções do Plano-Orçamento Município de Abrantes-Orçamento Serviços Municipalizados de Abrantes 2021
-Orçamento Município de Abrantes -Declaração de voto: contra
O primeiro parágrafo do Enquadramento das Grandes Opções do Plano 2021 remete-nos para o programa eleitoral do PS e para o mandato autárquico 2017-2021 sufragado pela comunidade Abrantina que confiou a maioria, tanto na Câmara como na Assembleia Municipal de Abrantes, ao Partido Socialista. Por isso importa fazer um balanço nesta vertente.
Numa rápida análise aos três anos de execução do programa eleitoral conjugado com as Grandes Opções do Plano para 2021, a oferta cultural em Abrantes e na região sofre um enorme revés fruto do atraso no inicio da negociação do Protocolo com a Iniciativas de Abrantes que provocou o encerramento do CineTeatro S. Pedro no fim de Janeiro de 2018. Passados quase três anos continua encerrado e tendo em conta o PPI, a data para a sua reabertura ainda poderá levar outro tanto tempo.
No campo do ensino superior, mais uma vez, é proposto o lançamento da empreitada de construção da ESTA e pelo PPI, a verba é irrisória, 50 mil euros e vem assim, neste formato, desde pelo menos 2017.
Quanto à prometida expansão do parque municipal de habitação social, esta resume-se à aquisição de 4 imóveis e apenas um no Centro Histórico de Abrantes. São mais quatro anos, a nosso ver, perdidos.
Já no concerne à regeneração urbana no Centro Histórico em imóveis propriedade do município, im´veis estes que poderiam servir para arrendamento jovem, habitação social ou outra, creio que nem uma casa irá ser recuperada na rua José Estevão, assim como o edificio onde estava instalada a antiga galeria de arte de Abrantes e as antigas instalações da PSP, imóveis que se continuam a degradar não sendo o município de Abrantes qualquer exemplo para motivar os privados a investiram também na reabilitação dos seus imóveis.
Também a requalificação do Largo de Estação/Bairro da CP, em Rossio ao Sul do Tejo, do Centro de Associações Desportivas instalado no 1º piso do Centro Coordenador de Transportes e a ampliação da Galeria de Arte Quartel, são projetos constantes do programa eleitoral mas adiados para outros mandatos.
Ao nivel da preservação dos solos nada se sabe sobre o projeto de reflorestação.
Estas são algumas referências que demonstram que o orçamento ora proposto não irá contribuir de forma relevante para elevar o nivel de execução do programa eleitoral do PS pois o investimento programado dotado de uma fatia significativa no investimento, incide sobre obras em curso e só merece relevo pela dotação financeira, isto sem menosprezar as restantes, a intervenção na Escola Otávio Duarte Ferreira mas que ainda assim estáa decorrer o processo burocrático.
Importa fazer referência à intervenção no antigo mercado diário pois era um imóvel que o executivo de maioria PS programou demolir mas que por pressão de algumas forças politicas e da opinião pública, obrigou o PS a recuar mas existe claramente um divórcio entre as forças vivas abrantinas que querem o mercado de frescos de regresso ao seu lugar e os planos do executivo de maioria PS não contempla essa opção.
Sobre o orçamento refira-se os cerca de dois milhões e setecentos mil euros para transferências de competências, ou seja, para fazer face aos encargos das mesmas sem se saber qual a verba a transferir pela administração central o que irá onerar os municipes com uma despesasextra e para a qual o BE sempre alertou.
Mais uma vez a A.Logos e a TagusValley enviam documentos que não permite escrutinar e avaliar o planeamento e a execução dos seus orçamentos. Acresce que a TagusValley retirou do seu site a informação que há um ano tinha colocado nomeadamente o Plano de Atividades e Orçamento quando o acordado era que lá iriam permanecer para quem quisesse consultar. É uma atitude incompreensível e que dever merecer um pedido de explicações por parte do Sr. Presidente da Câmara.
Para terminar, reforça-se aqui a oposição à decisão de não requalificar a Escola Básica de Alvega pois esta opção segue uma linha de planeamento que em vez de corrigir assimetrias, aumenta as mesmas. Foi assim na educação, na reorganização dos cuidados de saúde primários e em outras tantas áreas que a celebração dos Contratos Interadministrativos não irá corrigir.
Face ao exposto, votamos contra esta proposta de Orçamento para o Municipio de Abrantes.
documento apresentado por Armindo Silveira, Vereador
''Agustina Bessa-Luís es la Reina Victoria de nuestras letras, la emperatriz de la India que ya no tenemos»
Quién es Eduardo Lourenço?
entrevista ao ABC
O Domund é o pedido de esmolas, organizado pela Igreja, para as missões.
Na terra mais católica da Ibéria, o País Basco, fazia-se assim em 1929
Kutxateka/Fondo Photo Carte/Ricardo Martín. 1929. Hernani (Gipuzkoa). Celebración del día del Domund en la iglesia de San Juan Bautista.
Jornal Arcádia (órgão da Academia de Portalegre, 1 de Dezembro de 1926)
O herdeiro da dinastia que expulsou o ocupante estrangeiro, exprime na sua tradicional mensagem as suas preocupações sobre a situação do País.
Foi reeleito para o CC do Partido da Classe Operária, o Camarada Octávio Augusto, operário, da Direcção regional de Santarém e muito ligado à nossa terra, segundo sublinhava Mário Semedo.
Já agora pedimos ao Camarada que faça o possível por ressuscitar a CDU local que anda adormecida.
Já temos saudades de saídas criativas destas:
Vestígios e laços de historicidade
No aniversário dos 380 anos da Restauração de Portugal (1º de Dezembro) tomemos nota de alguns indícios de resistência popular ao domínio filipino, no caso, em Punhete. Uma vila a que também andam ligados talvez indirectamente, nomes famosos da Restauração. Descubra aqui… lendo.
A história dificilmente se poderia repetir hoje em dia (?), tempos de uma União Europeia em que o conceito clássico de Estado já não é o que era e o espírito revolucionário, com excepção do período de 1975, em particular, parece adormecido…
Há precisamente 380 anos ocorria a chamada «Restauração da Independência de Portugal» como país pretensamente soberano. Com efeito, nesse dia, o grupo denominado de «Os Quarenta Conjurados» chefiou o golpe de estado revolucionário. Miguel de Vasconcelos, o traidor, era atirado pela janela, no Paço da Ribeira.
A revolta dos portugueses alastrou-se então por todo o Reino culminando com a instauração da 4ª Dinastia Portuguesa da «Casa de Bragança» em que D. João IV é aclamado Rei. Na vila de Constância, então designada Punhete, existia um foco de resistência ao domínio filipino, como se infere do relato do historiador Oliveira Marques e se verá sumariamente a seguir.
Ligado à Restauração temos, por exemplo, D. Miguel de Almeida, Conde de Abrantes e Alcaide-Mor de Abrantes, de Punhete e da Amêndoa, no caso, um dos Quarenta Conjurados : «(…) com que valor se portou no acto de aclamação de El Rey Dom João Quarto (…)» (1)
Vale a pena recordar aqui o episódio famoso protagonizado por uma descendente de Dona Guiomar Freire (2), castelã de Punhete, no caso, Dona Filipa de Vilhena, a fazer fé na genealogia da antiga Conservadora do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Diz-nos o «Portal do Dicionário Histórico» que Dona Filipa «teve conhecimento de todos os preparativos da revolução de 1 de Dezembro de 1640», tendo aconselhado a seus filhos que «a ela aderissem e partilhassem os perigos de seus irmãos em fidalguia e em nacionalidade». Na madrugada de 1 de Dezembro, pode ler-se, «cingiu ela própria as armas aos seus dois filhos, e mandou-os combater pela pátria, dizendo-lhes que não voltassem senão honrados com os louros da vitória». Adianta ainda esta fonte que «não foi ela só que procedeu assim nessa madrugada célebre. O mesmo fez D. Mariana de Lencastre». Não se conhece (?) o motivo pelo qual ficou apenas no espírito popular o nome de D. Filipa de Vilhena.
Mas o rastilho mais importante da revolução parece remontar a 21 de Agosto de 1637, três anos antes, com a conhecida «Revolta do Manuelinho ou «Revolta do Manelinho» em Évora, de cariz popular.
O anúncio de novos impostos (água e sisas) estará na origem dos acontecimentos eborenses que começou nas ruas e levou a que incendiassem as moradias de nobres e de representantes locais da coroa espanhola.
É então instituída uma Junta Governativa popular, de auto-governo, a qual passa a emitir comunicados assinados pelo «Manuelinho» um «louco» bem conhecido que vagueava pela cidade…
Esta revolta tomou rapidamente grandes proporções, alastrando-se a outros pontos do Reino. Oliveira Marques (3) relata-nos: «(…) a famosa Revolta do Manuelinho, em Évora (Agosto de 1637) deu a faísca para cerca de 70 motins, a partir de Setembro daquele ano, em todo o Algarve e o Alentejo, e até a norte do rio Tejo, em Santarém, Golegã, Punhete, Abrantes, Sardoal, Mação, Envendos, Ferreira, Sobreira Formosa, Águas Belas e Beco, com extensões no tempo até Março de 1638. Mau-grado a repressão das autoridades, voltou a haver motins em 1639 e em 1640 (…)».
No ano seguinte (1639) Filipe II de Portugal via-se obrigado a mobilizar dois exércitos com cerca de 10 mil homens para subjugar as regiões revoltadas.
Segundo o «Avante», órgão oficial do PCP – Partido Comunista Português, «Conhecida como as Alterações de Évora, a revolta do Manuelinho é apontada como precursora da conspiração que levou à independência em 1640». Na súmula editada pelo PCP lê-se ainda: «a época é de crise geral, afectando todo o homem, em todas as suas actividades: económica, social, política, religiosa, científica, artística, e em todo o seu ser, no mais profundo da sua potência vital, da sua sensibilidade e da sua vontade». Actual e sintomática esta recente publicação comunista?
Há três anos atrás, numa encenação histórica em Santa Cruz, na ilha da Madeira, o povo, qual Torquemada dos dias correntes, atirou de novo o traidor pela varanda. Não serão porventura reminiscências do antigo espírito inquisitorial que mandava desenterrar os mortos para os julgar ou mandava queimar as suas efígies. Seria apenas uma diversão, restaurado o feriado nacional…
Dizem os entendidos que foi o levante da Catalunha que proporcionou a acção dos conjurados. Da Catalunha terá sido importado pelos Templários o nome da vila de Punhete, como já escrevi noutro artigo. Dizem que não há coincidências…Defronte da vila de Punhete, na margem norte do «Rio», no Outeiro da Conceição, no local do antigo castelo medieval, foi construída uma fortaleza, restaurada para as guerras da Restauração e para a Campanha do Conde de Lipe (5).
As guerras sempre acompanharam a história da humanidade e até constam da Bíblia.
Uma outra informação muito curiosa: Diogo Soares, Senhora da vila de Punhete e Comendador da Ordem de Cristo é apontado como Secretário de Estado, em Madrid, de Filipe IV de Espanha e Portugal (6). Ora, Miguel da Cunha (6) afirma que Miguel de Vasconcelos, o traidor, anote-se, era o sogro deste Diogo Soares, Senhor de Punhete. Nesta obra também consta, em nota de rodapé que «Diogo Soares casou, segundo os genealógicos, pelo menos três vezes, a última com Dona Antónia de Melo, filha herdeira do famoso ‘desfenestrado’, de quem houve geração (…)».
Na vila de Constância existia uma banda filarmónica 1º de Dezembro no 1º quartel do século XX, do Mestre Brito (onde tocava bombardino o meu bizavô paterno, Francisco da Luz, sapateiro na Praia do Ribatejo). A esta banda sucedeu outra, com a mesma designação, cujo maestro era o meu avô materno Carlos Amadeu Saraiva Silvares de Carvalho. No dia 1º de Dezembro a banda fazia a arruada pela vila com o hino da restauração e eram recebidos pelos populares A música dava o mote: «Tragam passas e aguardante, cá pra gente, cá pra gente».
José Luz (Constância)
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