Na ofensiva caciquista para calar a Oposição, passou-se hoje de novo o Rubicão, que era, no caso do Luís Dias não saber, um rio em que havia em Itália e que os generais não podiam ultrapassar acompanhados pelas Legiões.
O Rubicão abrantino significa as condições mínimas para que uma sessão camarária possa decorrer decentemente sem pauladas e ameaças vis.
A anterior caracterizou-se pela paulada, como nos bons tempos da Maria da Fonte, em que um guerrilheiro , o Domingos Calabaça fazia fretes destes aos cabralistas, cujo expoente era o Raimundo Soares Mendes.
Esta foi prostituída pela indecente figura do Luís Dias, insultando Armindo Silveira, acusando-o, sem qualquer fundamento, de incitar a coisas parecidas a crimes de ódio, que haveria no Código Penal.
Não há no Código Penal, nenhum tipo de ilícito, tipificado como ''crime de ódio',' que se aplique a qualquer intervenção do Vereador do Bloco, um dos homens mais cordatos e amáveis, que conhecemos.
O Dias abriu a boca para soltar frases inconsequentes, com a audácia dum analfabeto jurídico.
Mas, no nosso entender, feriu a honra e a consideração devidas a um Vereador.
Armindo Silveira solicitou aos serviços jurídicos que analisem o comportamento do Dias, para apuramento de responsabilidades.

Comparou-o a Trump e aos invasores do Capitólio, uma acusação infame e despropositada.
Mas que tem como objectivo político calar o Bloco.
E calá-lo é calar a Voz do Povo nas sessões, para que lá ressoem só as vozes da tropa do partido do Júlio Bento ou a gritaria do Presidente.
E isto não se pode tolerar!
Ficamos a aguardar a próxima façanha desta gente.
ma
créditos da foto: já não nos lembramos...

Em 2017, a autarquia garantia que um estranho negócio entre a Abrantaqua/CMA de fundos comunitários, se ia reflectir ''numa efectiva diminuição de tarifas.''
Hoje, as tarifas foram de novo aumentadas.
Viva a Abrantaqua!
ma
São Julião em Punhete?
Uma hipótese a explorar

Nem todos os santos constarão da lista do calendário romano. Será o caso de alguns santos denominados de «São Julião». Sabemos que o Concílio mandou que só constassem no calendário apenas as festas com inegável importância universal, remetendo-se assim para o direito particular as restantes celebrações. Segundo o martirológio romano (últimos ajustes) celebra-se a 6 de Janeiro o dia de São Julião e Santa Basilissa. São estes santos que se veneram na igreja matriz da vila de Constância. Na minha opinião não é certo que este casal tenha sido sempre aqui venerado. Há um outro São Julião que poderá ter sido casado com Ireneia, nome depois contraído em Iria, opinião publicada por gente entendida na matéria. Em Punhete, actual vila de Constância, há efectivamente memórias escritas de São Gião, contracção de São Julião, e de Santa Iria (oratório do Palácio da Torre, antigo Castelo templário). E, à semelhança de outras localidades, haverá eventual confusão com outro São Julião como já referi.
Uma questão preliminar se coloca então: quem foi este orago, São Julião, da paróquia de Constância? Há vários santos com este nome.
No que concerne a São Julião e Santa Basilissa (século III), estes terão feito voto de castidade porém, Julião, terá sido forçado pela família a casar-se com Basilissa. O casal transformou a sua casa num hospital, onde chegaram a atender mais de mil pessoas. Durante as perseguições de Diocleciano, Julião foi decapitado após ter sido preso pelo governador de Antioquia, no Egipto. Basilissa morreu pacificamente. (1)
São Julião é o padroeiro de várias freguesias como São Gião. Essa denominação aparece em Constância, por exemplo, em 1536. (2)
Curiosamente,. em 27 de Março de 1822, a propósito da trasladação da paróquia para o actual templo (na sequência das invasões francesas), somente existe referência oficial à trasladação da imagem de São Julião: «continuando como orago da paróquia» (3)
As actuais imagens existentes na Igreja Matriz (São Julião e Santa Basilissa) terão sido oferecidas no século XIX por uma família do Alentejo, por via de uma promessa. A encomenda a Lisboa terá resultado no envio por barco de duas imagens? (4)
Por todos estes motivos terá sido o nosso São Julião originário confundido com um dos seus homónimos? O problema é intrincado, tem solução canónica, mas a história tem outros desígnios e motivações.
Na lista dos santos que nos é facultada pela «Legenda Dourada» de Jacques de Voragine (5) surgem-nos vários santos com este nome entre os quais um São Julião, hospitalário.
Este último São Julião num acesso de ciúme terá morto por engano os seus pais . Este parricídio tinha-lhe sido profetizado por um cervo, com cara humana, que ele perseguia e a que não dera valor. Decidiu Julião redimir-se deste crime e, mais a sua mulher (cujo nome Voragine não revela), retiraram-se os dois para as margens de um grande rio, onde muitos perdiam a vida, e aí estabeleceram um grande hospital, onde poderiam fazer penitência. E estavam constantemente ocupados a fazer passar uma ribeira - «a ribeira» - a todos os que ali se apresentavam. E a receber todos os pobres. Um dia Julião acolheu no seu próprio leito um homem que lhe apareceu e que morria de frio. De repente aquele que parecia coberto de lepra levantou-se branco como a neve para o céu e disse ao seu hóspede: «Julião, o Senhor enviou-me para vos advertir que ele aceitou a vossa penitência e que brevemente ambos repousarão no Senhor». O que aconteceu segundo a lenda.
Jorge Campos Tavares informa-nos que os pais deste Julião eram espanhóis. Mais acrescenta o autor que se ignora a época em que ele viveu. (6)
Podemos sempre conjecturar como alguns já o fizeram com propriedade que São Julião e a mulher se fixaram no local onde actualmente existe Constância. Nos textos em latim e em francês atribuídos a Jacques Voragine há uma referência a um grande rio (o Tejo?) e, por outro lado, a uma ribeira (uma ribeira do Tejo, o Zêzere?) referentes ao local onde São Julião se fixou com a esposa. Uma pesquisa aturada sobre a origem das palavras (esse desenvolvimento não é matéria para este artigo) permite-nos esta conjectura última. Quem reproduz e não conhece Constância e deixou no texto duas expressões distintas «grande rio» e «ribeira», dá-nos um indício de autenticidade! Uma ribeira não desagua no mar em princípio...
Certo, certo é que não se pode confundir este casal (que não foi mártir, donde, sem palma) com o outro do Egipto (Julião e Basilissa). Só por aproximação ou semelhança se poderá considerar mártir este casal cujos pais de Julião seriam espanhóis e se fixou onde havia um grande rio e uma ribeira - atenta a tradição da Igreja.
No recorte de uma gravura de Neale surge no tempo das invasões francesas a velhinha igreja paroquial de São Julião que, parece, já existiria no século XIII. A pia baptismal, de oitocentos anos, existe na actual matriz, para onde foi trasladada, segundo me contou o saudoso cónego José Maria d'Oliveira Rodrigues.
Post Scriptum - Se, efectivamente, os seus pais eram espanhóis e se, o nome de Punhete teve origem na Catalunha (7) e foi importado pelos templários, percebe-se a devoção no Oratório do Palácio da Torre de Punhete, a Santa Iria, contracção de Ireneia mulher de São Gião, Julião? Por sinal o nome da Comenda local e do Adro e Igreja que ali existiam junto ao Palácio. A terra do grande rio e do rio afluente desse grande rio. Não sabemos a verdade. Mas é apaixonante este assunto. Há muitas coincidências. É há dados verossímeis. Ou será que esta capela a Santa Iria de cuja existência temos registo tem a ver com a Santa Iria assassinada em Tomar e que estará na origem da lenda de Punhete sobre a terra do pé torto? (8)
A estalagem de São Julião pode ter existido no sítio do antigo castelo, depois Palácio da torre. E quanto à dificuldade em se passar o rio, na época medieval essa dificuldade deve ter existido. Nós sabemos que esta zona até ao Almourol tem um historial nesse sentido. As barragens do século XX e o assoreamento milenar alteraram a força das águas. Leitão de Andrada falava do ímpeto das águas em.. Punhete.
(1)Enciclopédia Católica online, publicada por Kevin Knight in «New Advent»
(2) Arquivo da família Themudo de Castro, Livro V, citado em «Casa de Camões em Constância», por Maria Clara Pereira da Costa e outros , 1977.
(3) Livro de «Lançamentos de Pastorais e capítulos de Visita da Vila de Punhete» transcrito por Joaquim dos Mártires Neto Coimbra em 1954.
(4) Contava o cónego José Maria.
(5) La Legende Dorée T.1, de Jacques De Voragine, Editor: FLAMMARION , Edição ou reimpressão: Janeiro de 1999
(6) Jorge Campos Tavares, Dicionário de Santos, Lello & Irmãos, Editores
A documentação escrita sobre o período da nacionalidade regista inúmeros exemplos de importação de topónimos, de lugares homónimos que pertenciam a milícias internacionais. Punhete, lembra o local de um mosteiro templário na Catalunha, Punyalet e é o caso trazido à tona na obra monumental "Castelos Templários" em Portugal, de Nuno Villamariz Oliveira, da Ésquilo, pág 229, obra de dissertação apoiada pela Comissão Portuguesa de História Militar.. O topónimo Punyalet aparece de facto em "L' Arquitectura dels Templers a Catalunha", de Fuguet, S, J, Universidade de Barcelona, departamento de história de arte, 1989.
Sendo uma hipótese académica sobre a origem do nome do povoado de Punhete não pode ser ignorada pois assenta numa investigação séria, com leis próprias desta ciência. É mais do que uma lenda ou uma pura especulação. O professor José Hermano Saraiva, numa das suas vindas a Constância ( 2010) salientava o papel crucial dos Templários no povoamento deste território.
(8) A lenda conhecida em Constância e passada de geração em geração assevera que vinha um «tronco» rio abaixo e que alguém lhe deu um pontapé, tendo ficado com o pé torto.Era a santa ,afinal. e não um tronco.