Terça-feira, 13 de Abril de 2021

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O rancho “Flores de Constância”‘  terá sido estreado em 1946, há precisamente 75 anos, tendo sido uma instituição que marcou várias gerações de constancienses. É provavelmente, o rancho mais antigo  fundado na nossa região (?).

Seis anos após a sua criação, o rancho já fazia as manchetes do jornal “O Século”, com honras de primeira página, tendo conquistado o primeiro prémio no festival de ranchos promovido por aquele jornal.

A edição de “O Século”, 25 de Agosto de 1952, não deixa margem para dúvidas sobre a projecção do evento. A foto da capa é a do nosso rancho.

O prémio atribuído pelo jornal consistiu então na diversão gratuita de todos os membros da agremiação constanciense,  na Feira Popular.  A comitiva ficou instalada na FNAT.

Carlos Amadeu Saraiva Silvares de Carvalho, flautista, músico do Exército Português, foi fundador e ensaiador do rancho  durante cerca de uma década e meia. O rancho  teve outros pontos altos, para além da sua exibição na Avenida da Liberdade em Lisboa, onde arrebatou os mais efusivos aplausos da população.  Ouvi durante muitos anos o testemunho dos seus antigos dançarinos.

Em Santarém, na Feira do Ribatejo, o Rancho também fez as delícias dos scalabitanos sendo ainda recordada na nossa vila a suprema actuação do fandango por Noémia Silvares e Joaquim Cândido Henrique dos Santos.

Num tempo de ditadura e num mundo saído duma grande guerra, iniciativas desta índole, verdadeiramente popular, desempenhavam um papel importante e insubstituível na socialização e formação cultural das populações. Em Constância, o rancho era uma entre várias iniciativas fundadas por Carlos Silvares e outros conterrâneos. Havia a banda Filarmónica “Primeiro de Dezembro”, a Orquestra “Os Sempre Unidos”, o grupo de teatro (de operetas revistas e de variedades), enquanto grupos mais evidentes.

O rancho organizou e ajudou a organizar um número considerável de Cortejos de Oferendas  em favor da Santa Casa da Misericórdia e do seu hospital de São João.. Dos livros de receitas da Misericórdia dos anos 40, 50 e 60,  consta a entrega de somas consideráveis  entregues pelo maestro Carlos Silvares de Carvalho.

Tenho em .minha posse várias certidões  da Santa Casa, do Presidente da Câmara Municipal de Constância, da Comissão Nacional Feminina, de Correspondentes de jornais nacionais, e de outras figuras e instituições, atestando as actividades e o voluntariado do maestro e ensaiador Carlos Silvares de Carvalho.

A “embaixada cultural” a Lisboa, da vila ribatejana, em 1952, deveu-se em parte, aos êxitos do Rancho “Flores de Constância” e ainda, justiça seja feita,  às boas diligências do cineasta amador e antigo Presidente da Comissão Municipal, Mário Mendes Lopes, o qual tinha negócios em Cabo Verde.

A actividade do rancho também contou com a publicação na imprensa regional de várias notícias pela mão daquele que viria a ser o director e fundador do jornal “Macau Hoje”, e autor da famoso “Caso  de Rio Maior”, a saber, Meira Burguete.

O Rancho “Flores de Constância” organizava ainda grandiosas marchas populares, acorrendo  à vila, “em peso”, a população militar do Polígono de Tancos.

Do repertório do grupos constavam temas como : “Marcha do Ribatejo”, “Marcha do Rosmaninho”,  “Vira do Minho”,  “Zumba” brasileiro,  o que é compreensível pois que a tradição local em matéria de folclore era escassa e quase inexistente. Pinho Leal   pouco encontrou sobre o cancioneiro.  Na vila a tradição incide nas variedades do teatro. Antigamente vinham para aqui “ranchos” de pessoas por temporadas, do milho e da azeitona mas desses cantares não temos registos na. vila.  Ou temos?

Carlos Silvares de Carvalho teve o engenho e arte de criar e desenvolver um grupo de dançarinos com uma técnica e coreografias exigentes. Esse era o seu segredo . Nos anos setenta tive oportunidade de ver um filme de Mário Mendes Lopes  em que surge numa actuação o Rancho  “Flores de Constância’.  Passou no cine-teatro. Não posso precisar mas deve ter sido a seguir ao 25 de Abril pois eu andava na escola primária ainda. Desse dia recordo a tremenda alegria da população a qual devorava cada momento das filmagens. Creio que era um Cortejo de Oferendas.

Há pouco tempo falei com a minha mãe sobre os trajes do rancho. Soube então que o antiquário Serzedelo, da antiga Casa de Santo António, ofereceu o dinheiro para as saias do grupo, vermelhas com barras pretas. Quem lá foi pedir o patrocínio foram a minha mãe e a minha tia.  As jóias que a minha tia Noémia levou à Feira do Ribatejo,  foram emprestadas por María do Céu Pirão, a pedido do meu avô. Lá em casa funcionava uma verdadeira “empresa”. Era preciso montar um espectáculo ou uma exibição do rancho ou da Filarmónica e tudo andava a toque de caixa..

A memória do Rancho “Flores de Constância”  ainda se encontra bem viva na geração que se lhe seguiu  Quando fundei e dirigi o Orfeão de Constância”, nos anos 80,  pude ouvir histórias  sobre os ensaios do rancho, factos assistidos por vários conterrâneos. O rancho foi ensaiado em vários locais como por exemplo, o edifício que. veio a ser transformado na “Galeria de Constância”, ou o rés-de-chão do antigo “Sport Club Estrela Verde’.

Em 1983 o estandarte do rancho foi entregue à Junta de Freguesia de Constância. Quanto às salvas de prata, prémios do rancho, estarão à guarda de herdeiros de um antigo fiel depositário do remanescente do grupo.

Possuo um vídeo sobre a história do rancho, gravado com a minha mãe. Não o tenho à mão.

Não poderia deixar passar em branco estes 75 anos das bodas de diamante do Rancho “Flores de Constância’.

Cresci a ouvir falar dele e dos seus êxitos.

Durante muitos anos colaborei com a Junta de Freguesia de Constância  e com a saudosa antiga dançarina do rancho, Adelina da Conceição Moleiro, na organização das marchas populares. Nessa autarquia chegámos a organizar um rancho infantil, no início dos anos 80.

Temos necessidade e sede de criar relações e laços sociais, em prol do bem comum.

A música e  a dança estiveram ao serviço destes propósitos.

José Luz (Constância)

PS- não uso o dito AOLP.



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