Quando chegaram os dominicanos a Abrantes?
Chegaram aparentemente a partir de Santarém, porque em 1331, Maria Pires Tocha lega-lhes umas casas na vila ''para que nelas pousasem durante as suas estadias''. (1)
Ou seja largo tempo antes de se edificar São Domingos ou o mosteiro ou convento velho, que era fora de portas, já havia há mais de cem anos uma casa para os frades mendicantes.
A doadora deu-lhes as casas,com usufruto para a filha e genro, ''contraindo a obrigação de acolherem e sustentarem os dominicanos por períodos de três dias. O edifício manteve essa função até meados do século XV'' .(2)
Os frades que vinham pregar à vila, eram provenientes de S.Domingos de Santarém.
''São Domingos entrega o rosário a cavaleiros. Oficina portuguesa, pintura a óleo sobre tela, século XVII (segunda metade); Paróquia de São Nicolau de Santarém (no Museu Diocesano de Santarém),'' com a devida vénia
mn
(1) e (2) Manuel Sílvio Alves Conde, '' Uma paisagem humanizada, o Médio Tejo nos Finais da Idade Média, II, p.483 Patrimonia, Cascais, 2000
Este livro é o melhor estudo sobre a vida medieval no Médio Tejo e portanto em Abrantes
As ameaças e oportunidades da vida contemporânea, começam a oferecer novas perspetivas ao mundo rural – agricultura, pecuária, floresta, agroalimentar, agroindustrial e atividades económicas e lúdicas conexas – contribuindo para a fixação das populações residentes e para a atração de novos povoadores, permanentes e temporários, que veem nas aldeias e nas cidades do interior uma opção e um destino preferencial para habitar, trabalhar, investir, consumir, viajar ou visitar. Abrantes, que tem vindo a perder cerca de 1% da população em cada ano, tem de saber aproveitar esta tendência.
É preciso, para isso, reduzir desequilíbrios económicos, sociais e culturais, proporcionando aos territórios rurais e interiores – sem os descaraterizar – as facilidades e comodidades de que a população urbana e das metrópoles não pode ou não está disposta a prescindir, designadamente a nível de trabalho, serviços básicos, produtos culturais, infraestruturas tecnológicas, etc. Exatamente o contrário do que tem sucedido em Abrantes, onde a perda de serviços essenciais nas freguesias rurais e o abandono e destruição do património urbano, histórico e identitário, têm sido uma constante.
Sendo o nosso território híbrido urbano-rural, onde os desafios da coesão social e da competitividade se colocam de forma particular e diferenciada, importa compreender os desígnios e as alavancas do nosso progresso. Sendo certo que houve avanços a nível de infraestruturas (havendo ainda muito por fazer, com melhor alocação dos recursos próprios e comunitários), é nos fatores avançados de criação de valor – democracia, conhecimento, cultura e inovação – que o desenvolvimento e a justiça social melhor se afirmarão.
Abrantes perdeu, nos últimos 30 anos, 12% da superfície agrícola e 58% das explorações agrícolas, a maior parte delas de pequena dimensão e em regime de arrendamento, mormente de produtores singulares e familiares. A recuperação verificada em anos recentes ocorreu nas explorações de maior dimensão, não tendo ainda sido alcançados, todavia, os números de há três décadas. A mão-de-obra agrícola é hoje pouco mais de um terço da que era em finais dos anos 80 do século passado.
A quebra verificada na superfície agrícola utilizada ocorreu, sobretudo, nas hortas familiares (-72%) e nas culturas permanentes (-57%), e um pouco menos nas terras aráveis (-35%). Em compensação, as pastagens permanentes aumentaram mais de quatro vezes e cresceu a floresta e os sistemas agroflorestais, designadamente de eucaliptal e pinheiro manso, mantendo-se o montado de sobro e estando a regredir o pinhal.
Têm sido obtidos resultados interessantes no olival, na vinha e nos cereais (ex.: milho, trigo, aveia), nas culturas para a agroindústria (ex.: ervilha, brócolos, girassol) e em novas culturas (ex.: nogueiras, amendoeiras, macieiras, amoras, framboesas, mirtilos, morangos). Contudo, Abrantes não tem conseguido captar investimentos em agroindústrias (ex: fábricas de cortiça), ao contrário do que se tem verificado em concelhos próximos do nosso.
O “passado de ruturas” deverá dar lugar a um “futuro de convergências”, superando o círculo vicioso e consequente declínio económico e social que nos tem ensombrado. Só uma visão positiva e otimista o permitirá, olhando para o mundo rural como um espaço de oportunidades e realização – tanto para as famílias como para as empresas – e para as políticas autárquicas como instrumentos que nos possibilitarão ocupar esse espaço de forma mais eficiente e eficaz.
Deverão ser criadas condições favoráveis à realização de cotrabalho (coworking) e teletrabalho, e à acomodação temporária de nómadas digitais. Os modos de vida amigos do ambiente (ecofriendly) deverão ser acarinhados, em benefício do mundo rural e do interior, facilitando a instalação de novos conceitos de habitação (ex: micro-casas ou tiny houses), produção (ex: biológica e artesanal), comércio (ex: justo e de produtos locais) e transporte (ex: bicicleta e de partilha).
A mudança necessária passa pelo povoamento dos territórios em forte quebra demográfica, pela afirmação da identidade e exploração sustentável dos recursos endógenos, pela valorização do património cultural e do turismo rural e de natureza, e pela boa organização e gestão do território, incluindo a defesa da floresta, dos rios e demais recursos naturais. A floresta deverá ser defendida dos incêndios, garantindo-se a segurança de pessoas e bens, e, no rio Tejo, deverão ser assegurados caudais mínimos para rega e sustentabilidade ambiental.
As infraestruturas de comunicações móveis e de dados deverão ser rapidamente melhoradas, assegurando-se uma boa cobertura de todo o território, não só em benefício dos residentes, mas também de quem nos visita ou por cá passa. O ensino superior e profissional (EPDRA, ESTA e outras) deverá ser valorizado e apoiado, e, se possível, ampliado, atraindo estudantes e intervindo efetivamente no desenvolvimento local e na afirmação externa da identidade de Abrantes.
De forma mais geral, é preciso envolver, coordenar e recompensar devidamente as competências, os recursos e os contributos de todos os atores no terreno, públicos, privados e associativos. Todos temos um papel a desempenhar na construção do futuro de Abrantes, assim o queira e saiba definir a próxima liderança autárquica, a que nos candidatamos com sentido de serviço.
Contem connosco, nós contaremos sempre convosco.
Movimento ALTERNATIVAcom | 21 de junho de 2021
Bloco de Esquerda
Câmara Municipal de Abrantes-Reunião 18 de junho de 2021
Periodo Antes Ordem do Dia
01.Informações sobre os números do COVID na região de Lisboa e Vale do Tejo
Em relação aos números referentes ao COVID, existe uma situação que me incomoda e até considero ser uma injustiça que deveria ser reparada. Já não é a primeira vez que faço referência, em reunião de Câmara, ao facto de ser divulgado sistematicamente na Comunicação Social os números do COVID da zona de Lisboa como sendo extensíveis ao Vale do Tejo. Bem sabemos que os casos no Vale do Tejo têm subido mas nada que se compare a Lisboa, por isso, era importante fazer chegar a quem de direito a importância de ser fazer uma distinção entre a realidade de Lisboa e até da zona metropolitana de Lisboa em relação à nossa região. Temos a Leziria do Tejo e o Médio Tejo, duas comunidades que bem podiam ser a referência.
A solidariedade tem-se revelado com uma das grandes forças no combate à pandemia mas deixa-me triste esta associação numa altura em que com o avanço do combate se adquire a capacidade
de ser mais especifico na análise seja ao nível dos distritos, das regiões e até mesmo das freguesias como acontece atualmente.
02-Museu Ibérico de Arqueologia e Arte
Durante o dia de ontem, por diversas vezes, e já hoje o Sr. Presidente informou que o MIAA irá ser inaugurado dentro de um mês. O BE aguarda com expectativa essa inauguração como também aguarda as respostas às perguntas formuladas tanto em reunião de Câmara, como em sessão de Assembleia Municipal e
que aqui formulo novamente:
3.1..Quem vai ser o diretor/a do MIAA?
3.2.Qual o quadro dos recursos humanos e categorias profissionais do museu?
3.3.Quando vai ser divulgada a programação de 2021 e 2022?
03-Evento Lés a Lés
Na anterior reunião de Câmara quis saber qual o plano de segurança da DGS que seria implementado para o evento Lés a Lés. Não se teve de conhecimento de problemas a este nível mas existe um pequeno apontamento que queria referir até como uma situação a melhorar.
Tive conhecimento que, pelos menos um restaurante na cidade, se preparou para o evento arranjando duas salas e contratando duas pessoas pois receberam um mail no sentido de estarem preparados para o eventomas poucos ou nenhuns participantes foram ao restaurante.
Os participantes foram para o Sardoal, Tomar ou até Ponte de Sor Estou a referir um caso na cidade que não sei se foi extensivel a outros. Não sei como se processou a coordenação entre o Municipio e organização, o facto é que é uma situação a rever.
04-Falta de água no rio Tejo
Mais uma vez o reduzido caudal no rio Tejo especialmente no troço entre a Barragem de Belver e Constância foi destaque na Comunicação Social e pela voz de um agricultor do Concelho de Abrantes.
Este é uma problema que se arrasta há demasiado tempo, pelo menos desde 2015, já váriasentidades, entre as quais o Movimento Protejo, a Sra Ex. Presidente, o Sr. Presidente, o BE e outros partidos fizerem chegar esta situação a quem de direito mas o facto é que o Governo de
Portugal não lhe tem dado a devida importância.
Consideramos ser necessário proceder à Revisão da Convenção de Albufeira. Não pedimos mais caudal mas sim uma redistribuição mais equitativa do caudal anual libertado por Espanha. Não seria assim tão exigente para Espanha pois consideramos a produção de energia eletrica a origem destas constantes flutuações dos caudais e uma melhor regulação do setor ajudaria a minorar este grave problema.
No âmbito do cumprimento da Diretiva Quadro da Água/Lei da Água que vai entrar no 3º Ciclo, é urgente implementar um plano único de gestão da bacia do rio Tejo à escala ibérica. Como estamos a jusante, embora possamos fazer um bom trabalho, se Espanha não o fizer, Portugal continuará a desperdiçar verbas do erário publico e a não se resolver os problemas. Daí a importância de um plano de gestão da bacia hidrográfica do Tejo à escala ibérica. E também a
implementação de caudais ecológicos, assunto que já foi debatido na Assembleia da República, divulgado muitas vezes na Comunicação Social.
Consideramos que estas três medidas são estruturantes e a sua implementação poderiam ajudar a resolver a falta de água especialmente entre a Barragem de Belver e Constância.
05-Declarações do Sr Ministro do Ambiente sobre o ponto de acesso à rede electrica no
Pego
Fui com surpresa que ouvi o sr Ministro do Ambiente e Acção Climática declarar que os acionistas da Central a Carvão do Pego, em Abrantes, perderam o direito ao ponto de injecção na rede electrica com o argumento que estes se desagregaram.
Considero estas declarações desconcertantes pois desde que foi anunciada a reconversão da Central do Pego a carvão para biomassa florestal residual, o BE reuniu com a Tejoenergia, endereçou diversas perguntas ao Sr Ministro do Ambiente e, também, ao Sr. Presidente da
Câmara e ambos responderam que não se pronunciavam sobre um projeto privado. E nós continuamos com essas perguntas tais como de onde vem a biomassa e se a haverá rendas.
Sejamos claros, eu vou dizer aquilo que muita gente quer dizer mas não diz. A central a biomassa não tem qualquer viabilidade. Não existe biomassa florestal residual em Portugal para a capacidade que ali está instalada. Se o governo está disponivel para financiar biomassa vinda de outro país que o diga claramente.
O Sr Presidente já referiu várias vezes que reune com o governo e empresas e sabendo-se da importância da sede social das empresas estarem localizadas no Concelho de Abrantes é de elementar justiça que o Sr. Presidente da Câmara informe todos os membros do executivo o que é que o Governo planeia para o ponto de entrada na rede.
Por isso pergunto qual a intenção do Governo agora que também passou alguma responsabilidade para a autarquia?
Abrantes, 18 de junho de 2021
Armindo Silveira, vereador do BE na Câmara Municipal de Abrantes
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