É tolerável que um Presidente da autarquia se dirija a um Vereador e diga: ''Não tente aldrabar as coisas ''?????
É isto linguagem institucional?
Se é, mal andamos.....
Em 1925, o abrantino Martins Júnior era dirigente do Partido Radical e candidato à Vereação de Lisboa.
Denunciou que na sede da republicaníssima Associação do Registo Civil, aos Anjos, se tinham descarregado 440 votos, mas só tinha havido 200 votantes.
A fraude destinava-se a beneficiar os democráticos do PRP e os esquerdistas. (1)
Depois disto, o nosso homem começou a cansar-se de eleições e começou a contar espingardas e a aliciar sargentos, como o abrantino, Pauleta e elementos do PC dados à acção directa e com tradições carbonárias.
E começou aos tiros, em 2 de Fevereiro de !926, revoltou o quartel das Vendas Novas.
(1) Eunice Marisa Martins Relvas, Eleições Municipais em Lisboa na Primeira República, (1910-1926), Tese de Doutoramento na UNL (2016)
Carta (extracto) de Martins Júnior ao Ministro do Interior, António José de Almeida, em 1911, em que denuncia como o cacique republicano do Mação, Samuel Mirrado,
fez desaparecer 400 eleitores ''inconvenientes''.:
'' (..)
(...) ''Confirmo o conteúdo do meu telegrama e peço a V.Exa que confirme as providências necessárias de que forma que o Sr.Dr.Samuel Mirrado não prossiga na arbitrariedade de cortar no recenseamento eleitoral 400 eleitores no concelho do Mação.
V.Exa sabe perfeitamente que o povo do concelho do Mação está divorciado do modo de proceder do Dr.Mirrado, que tem sido sobremaneira arrogante e desabrido.
V.Exa que sempre gritou contra as injustiças não permitirá que esta inqualificável acção vá por diante.
Eu vou ser proposto Deputado por este distrito e tenho absoluta certeza que serei eleito,por uma grande maioria, ora o corte dos 400 votos obedece somente ao Samuel saber que no concelho de Mação, terra do meu pai (1), conto em cada cidadão um dedicado amigo.
V.Exa sabe que apesar de não ser eleito ou sancionado pelo Directório, indo ao Parlamento serei tão republicano, como os confeccionados pelo Directório.
Disse ontem em Abrantes, diante de representantes de todo o concelho e concelhos diferentes apregoar a ideia e a crença que sendo as eleições livres (como espero que sejam) sem favores nem receio, vou ao Parlamento.
Para isto basta que V.Exa numa medida de honestidade briosa, como são todas as que lhe conheço, atenda às reclamações do povo do Mação, respeitando o direito dos votantes antigos, sem favor, apenas praticando mais um acto de plena justiça (...)''
Junta carta de um amigo monárquico que denuncia a chapelada do Mirrado e que foi irradiado também das listas de votantes.
Martins Júnior como António Maria Baptista foram candidatos republicanos dissidentes nas eleições à Constituinte, contra os candidatos oficiais do PRP, cujo chefe local e principal candidato era Ramiro Guedes.
O Guedes teve 2.559 votos, em Abrantes, e Martins Júnior 642. Os votos deste foram sobretudo no Rossio, mas mesmo aí foi batido por João Damas. O Baptista teve 491 votos no concelho.
ma
(dados eleitorais: Eduardo Campos, Cronologia do Século XX)
(1) O industrial de moagens João Augusto Silva Martins, dono da fábrica Afonso XIII, no Rossio. Era influente regenerador.
O atabalhoado fecho da Central térmica do Pego tem levado a manifestações, vasta polémica e a um cortejo de desempregados.
Segundo o Galamba, a Central custava 100 milhões de euros aos consumidores e '' deixou de ser viável e só se manteria em funcionamento se fosse fortemente subsidiada pelos consumidores.''
Entretanto na Alemanha continua a haver centrais térmicas e a Endesa mantém uma central galega a funcionar a carvão.
Portanto, continuamos, exemplares, a ser pioneiros e a dar lições ao Mundo. Como na época das Descobertas.
Garantem os responsáveis que os despedidos terão ''protecção social'' e já abriu na Junta pegacha....um gabinete de apoio. Falam em cerca de 120 desempregados.
Entretanto arrasta-se o processo de insolvência da Fundição Soares Mendes, no Rossio, com um cortejo de dezenas de desempregados.
Para estes, não há discursos autárquicos, nem a Junta abriu qualquer gabinete de apoio.
E esta fábrica era das últimas a dar vida ao Rossio.
Ou seja há desempregados de primeira e segunda.
Quanto ao triunfalismo do Galamba e do poder, recorda-se que a Tejo Energia afirma ser dona do ''ponto de injecção na rede'' e contestou nos Tribunais administrativos o concurso governamental.
Um processo destes demora anos.
Portanto, o folhetim está para durar.
mn
É um caso de corrupção em 1896, como tantos outros que ainda hoje por aí andam....
Alguém da administração recebeu dois contos de réis para que fosse adoptado um manual escolar.
Tanta massa significava que a edição do livro garantia vastos lucros.
Para comparar, a editora Lelo só pagava a Eça duzentos mil réis por um romance.(1)
Os outros editores protestam.
Quem levanta a lebre é um editor de sangue abrantino, Augusto Aníbal de Avelar Machado, cujo nome anda ligado a uma livraria ainda hoje aberta..
Fait-Divers?
Não uma prática contínua, estrutural e florescente nos centros de decisão da administração lusa.
Hoje, como em 1896.
PS-Extracto do Diário do Governo.
(1)- Rui Ramos, H. de Portugal, vol 6, p.43
mn
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