1 - A Informação assinada pelo sr. Hermínio Duarte Ferreira não é um parecer técnico sobre o projecto, é uma profissão de fé no “génio” de Carrilho da Graça.
2- Não é um parecer, porque um parecer deve ser objectivo. Ferreira gosta do projecto de Graça (está no seu direito), mas não pode substituir a discussão e a apreciação fria e rigorosa das considerações próprias de um projecto com esta repercussão pelo panegírico, pela adesão acrítica do adepto.
3- Não é um parecer, porque num parecer as conclusões obrigam a uma prévia e séria fundamentação e essa fundamentação não existe aqui: desde logo, escamoteia a questão da legitimidade cultural de destruir a harmonia de um conjunto monástico renascentista e maneirista para construir uma torre de 30x23x23 na sua cerca.
4- Não é um parecer, porque se o fosse analisaria o brutal impacte paisagístico que o projecto teria sobre a cidade de Abrantes.
5- Não é um parecer, ou antes, é um mau, um infundamentado parecer, porque não afirma sobre bases sólidas, de molde a constituir uma fundamentação do acto que dele colhe a fundamentação: da omissão da ponderação de factores de tal importância resulta a desproporção do assentimento final: é incongruente. E o pouco que não é panegírico ou hagiografia está escrito numa linguagem esotérica, eivada de subjectivismo: é obscuro.
De pedrozog a 22 de Julho de 2009 às 08:50
Muito bem!
De Gil Serras Pereira a 22 de Julho de 2009 às 23:52
Absolutamente fantástico este parecer!!!
Nem o autor do projecto o defenderia tão zelosamente...
Tinha razão quando disse que “não quero discutir a estética e a qualidade da arquitectura pois, nessa arte maior, como em quase tudo, pode-se defender com argumentos validos uma coisa e o seu oposto”!!!
Os institutos e as entidades públicas devem emitir os seus pareceres no sentido de verificarem, ou não, a conformidade com a legislação e regulamentação em vigor. Apenas isso e só isso. Como é que uma entidade pública se outorga no direito de defender, ou atacar, a qualidade estética de um qualquer projecto?!?! É absolutamente extraordinário... mas infelizmente nada inusitado...
Gil Serras Pereira
De Paulo Falcão Tavares a 23 de Agosto de 2009 às 00:25
O IGESPAR tem permitido em Abrantes verdadeiros crimes patrimoniais dentro do centro histórico, este seria mais outro.
Este sr.Herminio é arquitecto e partidário da ditadura socrática, logo, para os amigos tudo é permitido.
Agora está em curso outro atentado patrimonial de grande escândalo e ninguém abre a boca, com medo dos socialistas: arrasaram com o jardim histórico da casa da família Alberty , na rua Monteiro de Lima!!!
Estão a descaracterizar a cidade histórica, a nossa memória colectiva e ninguém diz nada. Onde estão os ditos historiadores da urbe? São cegos ou o vil metal canta mais alto...Uma vergonha cultural !
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