Vejam esta verve plenamente actual a página 161 deste livro de inícios do século XXI
''Padre Nosso que estais no Céu,
acima dos grupos económicos, dos lóbis e multinacionais; do Banco Mundial,
da Wall Street, do F.M.I. e das mafias internacionais.
Que sois muito maior do que o Belmiro, o Amorim, o Pinto da Costa, o Balsemão, o Chapalimaud, o Jardim Gonçalves e o Presidente da República,
(Por isso vos chamam Todo Poderoso) defendei-nos dos políticos corruptos e demagogos,
da globalização e das máfias do futebol.
Vós que mandais mais do que a polícia, os bancos, os tribunais, os partidos, a televisão e o Governo, ponde um travão nessa cambada
para que não maltratem o povo.
Perdoai, Senhor, as filha de putices que nos fazem.
Perdoai aos nossos irmãos transviados, e aos que nos querem foder, pois uns e outros não sabem o que fazem.
Não nos deixeis cair em fornicação sem preservativo e livrai-nos,
para todo o sempre, das doenças venéreas.
Amen."
É vernácula demais a linguagem?
Só quem não leu José Agostinho de Macedo é que pode corar como uma catequista a ler Vilhena e depois aplaudir as patacoadas insultuosas do primeiro esposo do concelho através duma rádio que já foi livre.
Resgatámos um texto abrantino de Mestre Vilhena que reproduzimos com a devida vénia para que os moralistas pensem duas vezes antes de começarem a uivar.
POR UMA BOA QUECA
Saudades da drª. Edite Estrela
POR FAVOR, NÃO FODAM A LÍNGUA PORTUGUESA!
Pedro Marques, esforçado dirigente da JSD de Santarém, endrominou uma moção de estratégia para o próximo Congresso do PSD a que chamou «Por uma boa queca».
Politicamente correcto, este título (pois a política anda cada vez mais rasteira), não o é quanto à semântica. De facto, a palavra queca não existe em português vernáculo. Não vem em qualquer dicionário. Alguns ignorantes usam-na sem saberem que se trata de uma corruptela da palavra queda, vocábulo antiquíssimo, do tempo em que foder acontecia quando a mulher estava em decúbito dorsal, quer dizer com os costados no chão e as pernas abertas pronta a levar a bela foda. Dizia-se então que estava em «queda», ou «caída».
Hoje isso está ultrapassado. As fodas, na grande maioria dos casos, não acontecem com a mulher naquela atitude (aliás ridícula). Há mesmo muitos fornicadores encartados que a desconhecem. As fodas, hoje, dão-se de pé, sentado, de cócoras, à canzana, enfim, numa das 32 posições bem explicadas no Kama Sutra e idênticos manuais (alguns admitem 36), raramente em queda (ou em queca).
Mal vai à JSD quando tem um dirigente que lança uma moção de estratégia sobre Educação Sexual e só sabe foder numa posição!...
Tudo isto nos faz sentir saudades do tempo em que a drª. Edite Estrela policiava os assassinos da língua portuguesa nas suas charlas da televisão. Ninguém melhor do que ela sabia que «queca» é uma aberração.
Infelizmente a ilustre especialista da língua já não se move nessa área. Mudou-se para a política, para Sintra, para o dolce far niente e todos ficámos a perder. Com ela, não haveria gaffes nas quecas.
BOAS QUECAS
O verbo correcto a usar na famigerada moção seria foder, que tem origem no latim – fodio, fodis, fododi, fodossum, fodere – e significa furar, picar. Por isso, a proposta do Sr.Pedro Marques devia intitular-se POR UMA BOA FODA. Ele pode dar umas boas quecas nas miúdas lá da JSD mas do que não tem direito é de foder a língua portuguesa.
José Vilhena in
onde ficou imortalizado o ex-chefe do Pico, Sr.Dr.Pedro Marques.
publicado por Miguel Abrantes
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