No último Ribatejo, dirigido por um tal Duarte, um tal Fernandes tem um ataque de moralice hipócrita digno da beata mais fervorosa da

Amoreira.

Mas antes disso a coluna chama-se    ''Espuma dos Dias'' e a adrenalina moralista sai com o título ''A Sociedade do Espectáculo''.

Chamando as coisas pelo seu nome a ''Espuma dos Dias'' é o título dum livro do excelente Boris Vian, cuja prosa (do melhor francês dos anos 50) deixa a milhas o Fernandes.

Depois a ''Sociedade do Espectáculo'' é o título doutro livro francês, um manifesto pelo qual Guy Debord publicitou as teses da Internacional Situacionista, organismo com alguma responsabilidade no Maio de 68.

Deixando os pormenores eruditos, indigna-se o plumitivo porque a imprensa sensacionalista está a vender papel à custa da morte trágica do icone gay Carlos Castro em Nova Iorque.

O Fernandes quer moral e contenção como se os jornais sensacionalistas se tivessem de reger pela ética barata e beata das folhas paroquiais do Nordeste transmontano.

Mas o divertido é o que não se diz, quem tem explorado ''o caso'' com pormenores desnecessários, dignos das novelas que os ceguinhos vendiam nas feiras, é o diário Y do mesmo grupo económico da folha sclalabitana.

Naturalmente, o Fernandes não fala do Y, não vá chatear-se a dignissima administração do ''grupo'' empreiteiral.

Damos os nossos parabéns ao Fernandes por ser um digno colega do Sr.Pepino, a última estrela do Ribatejo!

Viva o Fernandes!

Glória ao Pepino !!!!

Miguel Abrantes