Do nosso amigo Tomaz recebemos a sua opinião sobre o MIIA

Um projecto cultural de Arte - minimamente valorada como tal, de um ponto de vista artístico (sem querer entrar na discussão: O que é Arte?) - é um condutor de difusão de aprendizagem e conhecimento; de alargamento de horizontes e interesses. No entanto, muitos são os casos em que se construiram, na zona menos previsível, "mamarrachos" medonhos que albergaram "Arte" ou que, por si só, foram considerados "Arte" (faço alusão à pirâmide de vidro no Louvre, Paris; e do CCB, junto aos Jerónimos, Lisboa). De facto foram projectos que mais tarde se integraram na paisagem cultural destas capitais europeias. Mas, e porque haverá sempre um mas, nós não somos franceses, nem estamos a falar de Lisboa. Todo o caso, é um facto que a capital potuguesa é completamente descaracterizada da sua génese. Por um lado, a arquitectura não podia estar mais afundada num mar de sargaço (onde não existe uma rua que mantenha um padrão próprio - com excepção da Baixa e Chiado - e os monumentos históricos parecem isolados numa ilha), por outro lado, a capital Lusa, apelidada de cidade cosmopolita, encontra esta definição para se desculpar esses atentados que foram e são feitos. Se a Cidade de Abrantes, além de construir um edifício que nada se enquadra com a região – embora tenha muitos, infelizmente – ainda promover a destruição Cultural do Convento de S.Domingos, construído no séc. XV, que lição tirou da situação actual da Cidade de Lisboa? Mais uma vez afirmo que sou pro arte, porém, nem todos os meios são os razoáveis. Se for verdade que Abrantes ganha com o MIAA, também é muito verdade que perderá demasiado com o mesmo, a um preço altíssimo. É um conflito de interesses que, colocado numa balança, penderá sem réstia de dúvidas para um só lado. E esse lado chama-se “PorAbrantes”.

 rostos

Dois dos grandes responsáveis dum atentado contra Abrantes: Sumavielle e Maria do Céu Albuquerque ( texto da redacção)

Obrigado ao Tomaz

Suzy de Noronha