(...)No desejo de fomentar a vida cristã em Portugal, o
Padre Francisco Xavier Fulconis, Superior da Missão Portuguesa
da Companhia de Jesus, tinha escrito para Roma à Irmã Paula
Frassinetti, solicitando-lhe algumas das suas religiosas para a
abertura de um Colégio em Lisboa.
Em carta à Irmã Giuseppina Bozano, datada de
28/1/1865, Paula Frassinetti escrevia: “Está-se a tratar com
o Padre Fulconis de uma fundação em Portugal, reze e peça que
rezem para que, se for obra de Deus, se realize; e, se o não
for, que Ele a impeça”. E em carta a 6 de Abril do mesmo ano:
“Coloquei esta fundação nas mãos de Deus, e pelo decorrer dos
E os acontecimentos vieram provar ser a Vontade de
Deus...
“A 4 de Junho de 1866, como o fermento da parábola,
um pequeno grupo de três Irmãs tomava o comboio em Génova,
com destino a Portugal. Eram as fundadoras da Província
Portuguesa de Santa Doroteia: Madre Giuseppina Bozano,
nomeada Superiora, Madre Luigia Guelfi, também genovesa, e
Sor Maria Puliti , romana.”1
“Ao anoitecer do dia 5 de Julho de 1866, numa quintafeira
simples, sem título que a recomendasse, as três fundadoras,
discretamente, entraram na sua casa. No mistério da noite,
nascia pobremente o Colégio do Quelhas (COLÉGIO JESUS
MARIA JOSÉ), e com ele a Província Portuguesa das Irmãs de
Santa Doroteia. No silêncio, como a semente que germina e será
árvore, no segredo, como dormem as fontes ignoradas que um
dia acordarão em torrentes”.
2
O edifício do Colégio, sito na Rua do Quelhas, nº 6 A,
era vulgarmente chamado “Convento das Inglesinhas”, por ter
sido convento das Agostinhas de Santa Brígida (Irlandesas).
Ficara desabitado desde 1834, ano em que as monjas o
abandonaram, já que, embora súbditas de Inglaterra, temiam
qualquer violência, em virtude do Decreto que extinguia em
Portugal as Ordens Religiosas.
O enorme casarão, já meio arruinado, bem como a Igreja pública
anexa, dedicada a Santa Brígida, foram comprados em
1866 por D. Maria da Assunção de Saldanha e Castro, filha dos
Condes de Penamacor. A igreja e parte do Convento doou-as
aos Jesuítas, na pessoa do P. Francisco Xavier Fulconis, Superior;
a parte restante foi, pela mesma, doada às Irmãs de Santa
Doroteia, para fundação de um colégio.
A semente germinou e transformou-se em árvore frondosa que
ia multiplicando e repartindo os seus frutos: novos colé-
gios, escolas, obra das catequeses, visita a prisões...
Em 1910, o velho vendaval da perseguição religiosa
soprou rijo sobre o florescente Colégio do Quelhas.
Na noite de 7 para 8 de Outubro, “durante longas quatro horas,
foi medonho o crepitar de balas que nos entraram
pelas janelas”. Ao som de tiros, a Superiora do Colégio- Eugé-
nia Monfalim- distribuiu a Sagrada Comunhão a todas as Irmãs,
tendo antes dirigido às mesmas, “palavras de conforto para o
martírio”. A tais horas da noite, estas cenas eram bem dignas
das catacumbas...
Na madrugada de 8 de Outubro, invadido o Colégio do
Quelhas, as irmãs viram-se obrigadas a abandonar a casa,
sendo conduzidas, em grupos, ao Arsenal da Marinha.
Ao fim de 44 anos de existência, terminava assim o Colé-
gio Jesus Maria José, mais vulgarmente conhecido por Colégio
do Quelhas...
Como o grão de trigo que morre para dar muito fruto,
este vendaval levou semente para terras de exílio: Espanha,
Brasil, Estados Unidos, Suíça, Inglaterra, Bélgica, Malta...
A restauração da província Portuguesa iniciou-se em
1918, mas somente em 1930, das cinzas, renascia na capital o
COLÉGIO DO QUELHAS, agora com a designação de COLÉGIO
D. ESTEFÂNIA, pela sua localização na R. D. Estefânia, 126,
Lisboa. Era o dia 25 de Março, festa litúrgica da Anunciação do
Senhor.
A exiguidade das instalações, face à afluência de alunas, obrigou,
no ano seguinte, a uma mudança para o Palacete Amaral,
sito na Alameda das Linhas de Torres, ao Campo Grande,
rodeado de jardins e terrenos de cultura, designados por Quinta
das Calvanas.
Também aqui a existência do Colégio seria efémera: os seus
espaços iam-se tornando insuficientes para a população
estudantil,
sempre em aumento.
Finalmente, em 20 de Abril de 1935, o Colégio D. Estefânia
é transferido para um espaçoso edifício- PALÁCIO DO VISCONDE
DE ABRANÇALHA- sito na Rua Artilharia Um, nas proximidades do
Parque Eduardo VII, razão pela qual se tornou conhecido por
COLÉGIO DO PARQUE. Mais tarde, em 1943, retomaria a designa-
ção de COLÉGIO JESUS MARIA JOSÉ, num regresso às suas raízes:
o Colégio do Quelhas.
“Situado na esquina da Rua Artilharia Um com a Avenida
Duarte Pacheco, foi construído nos finais do século passado pelo
Visconde de Abrançalha. No início deste século, esteve lá instalado
o Consulado do Japão, tendo sido adquirido, nos anos trinta, pelas
Irmãs Doroteias, para ali instalarem um Colégio, anteriormente
localizado no Campo Grande.(..)”
in http://www.externatodoparque.com
O externato do Parque é um Colégio das Doroteias em Lisboa
que funciona no antigo palácio do Visconde de Abrançalha.
foto da mesma página web.
em Lisboa.
O texto vai dedicado ao licenciado Gaspar
para que aprofunde os seus conhecimentos
e não nos venha explicar que não houve
perseguição religiosa em Portugal.
O licenciado poderá
em caso de dúvida ir à página do
Colégio de Fátima ou dirigir-se
pessoalmente à Madre Superior
Santos Costa que o poderá elucidar
na Rua Actor Taborda sobre a História
duma Ordem a quem Abrantes tanto
deve.
Marcello de Noronha, da facção reaccionária e
tridentina da Obra
História
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