Domingo, 05.02.17

1911.png

Maria Lucília Brito de Moura, A Guerra Religiosa na 1º República, 2ª ed aumentada,

Univerdade Católica, Lisboa 2010

 

bispo portalegre.jpg

 

D.António Moutinho ia em fato talar e de comboio. Chegou ao Entroncamento e uma mulher gritou, diz a Autora ,  ''Olha um jesuíta'' e preparam-se para o justiçar.

Como se atrevia o dignatário católico a desafiar a consciência revolucionária do bom povo?

Que teria sucedido ao senhor na Estação de Abrantes?

Estaria lá, o Martins Júnior?

O livro fala também de Abrantes.

Será desnecessário dizer que este conceito canalhesco da liberdade religiosa deixava um bocadinho a desejar, mas foi a pauta do comportamento do regime  quase até ao consulado de Sidónio Pais.

mn

raptámos o recorte da Ilustração ao blogue Memórias Virtuais

  

 

 



publicado por porabrantes às 17:57 | link do post | comentar

Quarta-feira, 05.10.16

arrolamento do pego 2.png

Arrolamento dos bens da Igreja de Santa Luzia e paróquia do Pego, feito pelo distinto republicano Justo Rosa da Paixão (1911)-extracto

jusro paixao 2.jpg

justo da paixão album republicano.jpg

Que escreveu o republicano Valente sobre isto? 

ma 



publicado por porabrantes às 13:42 | link do post | comentar

Terça-feira, 12.04.16

diogo oleiro 1911.png

Era Março de 1911.

O jovem militante republicano Diogo Oleiro era nomeado para o lugar de ajudante do oficial do registo civil de Abrantes.

A generalização do registo civil tinha sido estendida a todo país pelas leis de Afonso Costa. Até 5 de Outubro de 1910 essas funções eram desempenhadas pelos párocos para toda a população católica (já havia um registo civil que abarcava apenas quem não fosse católico, uma ínfima minoria no país. Em Abrantes, contudo havia uma pequena população protestante).

O Registo Civil obrigatório roubava uma grande fonte de receita aos párocos, que cobravam grossos emolumentos por passagens de certidões e outras burocracias relacionadas com os actos relacionados com este âmbito.

Foi nesta época que os livros de assentos de baptizados (etc) passaram das Igrejas para as Conservatórias.

Lá se ia a principal fonte de receita do padre Raposo e dos outros colegas. Tinham razão para estarem chateados.

ma



publicado por porabrantes às 09:35 | link do post | comentar

Quinta-feira, 21.01.16

Um conhecido publicista local sustentou, na Zahara, que a família Silva Martins, do Carvalhal, dona da Moagem Afonso XIII, teria adesivado.

É falso. A bem deles, deve dizer-se que só este homem

18717185_Of8NC.jpeg

João Augusto da Silva Martins Júnior foi republicano. Mas foi-o desde a juventude, muito antes de 5 de Outubro de 1910.

Rocha Martins, um dos historiadores que conheceu melhor a política da República e que foi contemporâneo dos factos, e é homem de fiar, descreve-os assim:

'' Em 2 de Fevereiro, rebentou uma revolta chefiada por um simples mestre de obras, muito metido na politica, José Augusto Martins Júnior, que dirigia um panfleto intitulado o Libertador. Era de Abrantes e de família monárquica e opulenta'' -

 

Nasceu em Abrantes em 1883 e m. em Lisboa em 3-XI-I946 . Outras informações neste blogue, no Sardoal com Memória e no blogue de S.Miguel, do amigo Rui Lopes.No Coisas de Abrantes do Sr.Oliveira Vieira, também.

Informações familiares: Prof.Gentil Martins e o sobrinho eng. António Silva Martins.

Nº de telefone do Sr.Engenheiro: entrem em contacto com o Dr.Jorge Sampaio.

Tinha o telefone da neta do revolucionário, mas perdi-o. Voltarei a tentar.

mn

Foto: ANTT/O Século, aí por Outubro, Novembro de 1910.



publicado por porabrantes às 22:31 | link do post | comentar

Terça-feira, 19.01.16

damas.jpeg

a acusação é do ''Jornal de Abrantes'' de 4 de Junho de 1911

 

FRAUDES ELEITORAIS (1911)

Ainda nem um ano tinha passado sobre a implantação da República e, em Abrantes, começam a surgir notícias de fraudes eleitorais. O artigo que se transcreve a seguir mostra que, apesar do regime ter mudado, muitas práticas fraudulentas se mantiveram.

 

Com tristeza o dizemos: não foi de molde a prestigiar a republica a maneira como em Abrantes decorreu o acto eleitoral e mal suppunhamos nós que, em pleno regime democratico, havíamos de assistir ao desenrolar de todo esse vergonhoso scenario de fraudes e de violencias de que a monarchia se servia para arrancar o voto ao eleitor incanto e inconsciente.

Com tristeza o dizemos, na verdade. Com tristeza e com mal reprimida indignação, pois não é fácil occultar a nossa surpreza, a nossa profunda magua, ao ver-mos assim ultrajados os princípios democraticos e esquecidos os solemnes compromissos tomados na opposição.

Já no numero anterior do Jornal de Abrantes, havíamos justamente condemnado o procedimento do directorio do partido Republicano, que, depois de afirmar que só sanccionava as candidaturas de maioria, deixando ao arbitrio do eleitorado a livre escolha dos candidatos da minoria, se saiu a lembrar aos eleitores que seu dever era votar em determinado cidadão, por ser elle quem, depois dos escolhidos para disputarem as maiorias, obtivera maior numero de votos.

Isto, que a principio poderá afigurar-se razoavel democrática, não possa contudo de um grosseiro expediente, que mal tenta esconder o odio pessoal que determinado individuo, votou a um dos candidatos da minoria, o sr. Capitão Baptista, republicano de velha data, caracter da mais fina tempera, coração aberto a todas as ideias generosas e nobres.

A escolha da comissão municipal não devia merecer credito ao directório, vistoque ella procedeu illegalissimamente, não reunindo, como lhe cumpria, cululativamente com as comissões paroquiaes. Demos porem de barato que essa escolha fosse legal. O que deveria fazer o Directorio? Dar a sua sancção aos candidatos da maioria, mas só a esses, deixando os outros entregues apenas á simpatia do publico, ás suas faculdades de propagandistas, ao seu fervor partidário, ás suas forças eleitoraes e á sua probidade politica.

Tal não succedeu, e esse facto, de todo o ponto contrario á pureza das ideas democráticas, levou-nos a lavrar o nosso protesto no ultimo numero do Jornal de Abrantes.

Longe porem estávamos nós de suppor que por ahi ficariam as nossas razões de queixa, os justos motivos da nossa justíssima indignação. Foi-se mais longe, muito mais longe mesmo.

Á commissão municipal, ou, antes ao individuo que nella implantou o velho regime do quero, posso e mando, bastou para a satisfação do seu odio pessoal, a acquiescencia anti-democratica do Directorio aos seus manejos injustificaveis. Esse verdadeiro cacique, talvez  por  não sufficientemente seguro com o apoio ao Directorio, recorreu á fraude, á violencia, á extorsão, a todo esse longo rosario de espedientes eleitoraes que de usaram e abusaram os caciques da monarchia.

Dir-se-hia, ao vê-lo manobrar tão habilidosamente, que, emquanto o Partido Republicano procurava, no tempo da sua propaganda, demolir esses velhos e nogentos processos de fazer eleições, elle se entretivera a tirar-lhes os moldes e a aprender-lhe a applicação. E tão bem aproveitou o tempo, que hoje podia, com vantagem para o regime do caciquismo, dar lições aos mestres.

Pediu votos, solicitou influencias, viclentou consciências, ameaçou os tímidos, captou com promessas os cínicos e- oh! vergonha das vergonhas!- implorou a misericórdia de dois  dos mais importantes caciques da defunta monarchia.

E tudo isto se fez pelos velhos processos: mandaram-se listas dentro de subscritos, juntamente com cartões de visita pedindo votos; enviaram-se caceteiros de noite, na véspera da eleição, arrancar das mãos dos eleitores a lista inimiga; a outros trocavam-lh’es pela astucia e pela fraude; e por fim, para que nada faltasse a imprimir caracter a este nogento estendal, de expedientes eleitoraes, recorreu-se ao desdobramento, em favor do candidato protegido.

Profusamente triste! Repellentemente Porco!

 

Jornal de Abrantes, nº 576, 4 Junho de 1911

 

a transcrição é da Bárbara Martins Marques, sob coordenação do Martinho Gaspar, aqui

 

A Bárbara Marques era menor, a responsabilidade de chamar '' Repellentemente porco'' ao Damas é do ''Jornal de Abrantes'' e do Gaspar, que devia ter anotado o texto.

 

Não se chama a uma pessoa ''repellentemente porco'' , sem explicar que o homem às vezes tomava banho. Afinal era médico. Era boa pessoa, mas era um político e a imagem de porco, tem a ver com a sátira de Raphael Bordalo, a política é porca,

paródia.jpg

Houve fraude? É possível! Mas é óbvio que o texto pretendia explicar a derrota eleitoral do Baptista  e  garante que a marcial criatura tinha um cv impoluto.

É mentira,  tinha sido acusado de espancar soldados  e destruiu a Pharmacia Silva.

Era uma besta.

Agradecemos à Bárbara Marques este trabalho sobre história abrantina. Faz-se a natural e devida vénia.

 

mn

 



publicado por porabrantes às 16:13 | link do post | comentar

Domingo, 03.01.16

humbertinho e a padralhada reaccionária.png

Extracto do livro '' Humberto Delgado'' de Frederico Delgado Rosa,neto do General, que nos ajuda a ver qual era a paisagem abrantina em 1911

humberto biografia.jpg

 

Sabiam que não houve quase escola em 1911 e que o Humbertinho estava todo contente com isso? O pai era o alferes Joaquim Delgado, que estava em Artilharia 8 no Castelo de Abrantes. O livro custa uns 40 euros, mas vale a pena.

 

Devida vénia ao Doutor Frederico Delgado Rosa

ma



publicado por porabrantes às 21:27 | link do post | comentar

Quarta-feira, 09.12.15

''  O grande responsável por tais factos foi o seu proprietário, Joaquim Lopes da Motta Capitão, monárquico convicto e posteriormente nacional-sindicalista, de carácter inflamado e sempre pronto a usar da palavra ou da pistola para defender os seus ideais. Nascido no Tramagal em 1885, Motta Capitão, que foi um dos principais protagonistas políticos da cidade entre os anos de 1910 e 1933, veio muito novo para Évora a fim de ajudar seu tio na Farmácia Motta, que este fundara e tornara a mais conceituada do distrito. Inteligente, tirou com bastante facilidade o curso de Farmácia. . ''  António José Frota

 

Leiam as aventuras alentejanas do abrantino,boticário, monárquico e preso político Joaquim Lopes da Motta Capitão,

 

Ainda conheci um familiar dele

 

Também foi jornalista e valente:''Foi já na qualidade de director do “Notícias d’Évora”, e debaixo de forte escolta policial, que saiu do calabouço para vir responder ao Tribunal de Évora por abuso de liberdade de imprensa, com o fundamento de ter ofendido a Comissão Concelhia de Administração dos Bens do Estado. '' (António José Frota)

 

Devida vénia ao excelente blogue Viver Évora

 

Seria parente do Motta Ferraz, também boticário e também do Tramagal...?

 

Caso a estudar

 

mn

 



publicado por porabrantes às 00:18 | link do post | comentar

Sexta-feira, 12.12.14
 

 

As notícias internacionais de fogos abrantinos têm tradição. Esta é de 1911 do

 

fogo 2.png

 

 

 

 

 

 

 

Vou à página dos bombeiros. Ainda há página municipal mas já não há bombeiros municipais, há uma interessante resenha histórica mas não falam do fogo no cinema cujo fumo chegara à Suiça.

 

Resultado vou à António Botto ver os jornais de 1911. Aproveitarei para comprar outra cronologia do Eduardo Campos que a velha está destroçada. O Eduardo dá naturalmente mais pormenores sobre o fogo que foi a 6 de Março

 

MN 

 

 

 



publicado por porabrantes às 18:03 | link do post | comentar

ASSINE A PETIÇÃO

posts recentes

Samuel Mirrado organiza c...

Quando a República fechou...

O pão nosso de cada dia

Farinha Pereira expulsa o...

A republicanização das al...

Dia do Senhor: O saque re...

José Maria Pereira fuzil...

Deputados abrantinos: Jos...

Em nome da Liberdade Reli...

Padre do Rocio de Abrante...

arquivos

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

tags

25 de abril

abrantaqua

abrantes

alferrarede

alvega

alves jana

ambiente

angola

antónio castel-branco

antónio colaço

antónio costa

aquapólis

armando fernandes

armindo silveira

arqueologia

assembleia municipal

bemposta

bibliografia abrantina

bloco

bloco de esquerda

bombeiros

brasil

cacique

candeias silva

carrilho da graça

cavaco

cdu

celeste simão

central do pego

chefa

chmt

ciganos

cimt

cma

cónego graça

constância

convento de s.domingos

coronavirús

cria

crime

duarte castel-branco

eucaliptos

eurico consciência

fátima

fogos

frança

grupo lena

hospital de abrantes

hotel turismo de abrantes

humberto lopes

igreja

insegurança

ipt

isilda jana

jorge dias

josé sócrates

jota pico

júlio bento

justiça

mação

maria do céu albuquerque

mário soares

mdf

miaa

miia

mirante

mouriscas

nelson carvalho

património

paulo falcão tavares

pcp

pego

pegop

pina da costa

ps

psd

psp

rocio de abrantes

rossio ao sul do tejo

rpp solar

rui serrano

salazar

santa casa

santana-maia leonardo

santarém

sardoal

saúde

segurança

smas

sócrates

solano de abreu

souto

teatro s.pedro

tejo

tomar

touros

tramagal

tribunais

tubucci

valamatos

todas as tags

favoritos

Passeio a pé pelo Adro de...

links
Novembro 2021
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11

17

26
27

28
29


mais sobre mim
blogs SAPO
subscrever feeds