Coreto de Alvega vai abaixo sem a aldeia ser ouvida
A Câmara de Abrantes vai mesmo avançar com a demolição do coreto da praça da República, no centro da povoação de Alvega, apesar de uma parte significativa da população discordar dessa intenção anunciada já no início do ano. Na passada semana a autarquia e responsáveis da Banda Filarmónica Alveguense assinaram um protocolo, que permitirá à banda prosseguir as actividades num prédio na mesma praça e que passará a ser utilizado em vez do coreto, onde até aqui os músicos ensaiavam. Em causa está, porém, o projecto de requalificação global que o executivo municipal pretende concretizar no principal espaço público da aldeia e que prevê a demolição do coreto. Os jovens de Alvega parecem não se preocupar com a sua eliminação. Mas entre a população mais velha a ideia que é a de que a intervenção devia poupar o coreto, que começou a ser construído com dinheiro do povo após o 25 de Abril de 1974.
"A questão fundamental é a de que a praça pública de Alvega deve ser valorizada e o coreto não tem qualquer valor nem patrimonial nem arquitectónico, apesar de que pode ter algum valor sentimental sobretudo para os mais idosos", afirma o presidente da Câmara de Abrantes, Nelson de Carvalho. O autarca adianta que a intervenção vai envolver toda a praça, que ficará com uma configuração circular, e permitirá a plantação de árvores, a criação de uma pérgola passível de acolher uma esplanada e a instalação de duas esculturas sobre temas tradicionais da freguesia abrantina, além de vários bancos para repouso na zona ajardinada. O presidente da Junta de Freguesia de Alvega, Augusto de Matos Pires, critica a câmara por não procurar saber a opinião dos alveguenses sobre a requalificação da praça e o coreto. Na aldeia é fácil verificar que a população mais idosa tem afecto pelo equipamento. Alguns recordam-se do contributo que deram e da inauguração, há cerca de 25 anos. "Se os arquitectos paisagistas estudaram tanto, não haverá maneira de melhorar a praça sem destruir o coreto pelo qual temos tanta estima?", questiona um morador de 70 anos.
Hoje é Dia de Santo António, que o nosso povo comemora com sardinhas e arraiais., muitas vezes à volta das fontes.
Estas fazem parte do nosso património e devem ser preservadas.
A fonte das Areias de Baixo, propriedade da CMA, em Alvega já estava ao abandono.
Abandonada pelo caciques que delapidam dinheiro aos montes e dão tachos aos bentos amigos e subsídios a entidades condenadas por burla e falsificação caso do CSIA.
O cacique de Alvega impediu populares de recuperarem fontes.
Agora, em dia antoniano a fonte ficou assim, graças ao desleixo autárquico.
Um dos grandes argumentos que usou foi ''sou dono de 2/3 da freguesia''
Outro dos grandes argumentos: era que um sargento miguelista condicionava e obrigava os de Alvega a serem a favor de Abrantes(Caldeira dixit)
Dizia ainda Caldeira que aqueles que assinaram a favor da união a Abrantes, tinham sido também induzidos por quartilhos de vinho, distribuídos nas tavernas da terra.
Além disso eram iletrados.....
Os ricos (ou seja o Morgado Caldeira) eram a favor do Gavião.
A opinião dele foi destroçada nas Cortes, em 1837, por Gorjão Henriques e pelo , Governador da Praça de Abrantes e também Deputado, Manuel Raivoso que vivia em Alvega, mas que não pertencia à velha oligarquia feudal.
Soares Caldeira e estes eram deputados setembristas, do mesmo partido e o Caldeira tinha sido o deputado mais votado em Abrantes.
À vontade dos queriam separar Alvega de Abrantes, também andava ligado um imposto camarário sobre o comércio de carvão, que Alvega enviava pelo Tejo para Lisboa, e que era o mais importante recurso da terra.
Trinta barcos dedicavam-se a essa faina, segundo o Morgado.
D.José Trasimundo Mascarenhas, Marquês de Fronteira e Alorna, militar e político cartista (portanto adversário de Caldeira) definiu o bravo Coronel de Milícias como ''um dos homens mais limitados de inteligência que militava na oposição, mas que tinha a grande qualidade da época, era pedreiro-livre de antiga data'' (Memórias, p.189)
Um decreto de 1836 deste político extinguiu 13 concelhos neste distrito. À festa juntou-se o irmão José Passos. Também pretendeu redesenhar os mapas dos concelhos e deu um descarado favoritismo ao concelho onde era influente, por se ter casado com uma rica proprietária local, D.Gervásia de Sousa Falcão.
Anexou a Constância .....Montalvo, Aldeia do Mato, Santa Margarida, etc
Também pretendeu entregar as Mouriscas ao Sardoal e Alvega ao Gavião.
Já se viram aqui os tumultos no Pinhal.
Este estudo disseca as consequências da reforma administrativa concelhia e ressalta que foi em Abrantes que houve mais protestos.
Está incluído nesta obra, para a qual ajudou a Fundação Canavarro de Santarém.
No estudo citado destaca-se o caso de Alvega, onde as autoridades do Gavião foram incapazes de assumir a autoridade. A resistência dos povos levou a ameaçar de morte os edis alentejanos e o padre, e uma multidão capitaneada pelo juiz de paz, armada de paus, chuços e bacamartes, esperou o administrador do Distrito de Portalegre prometendo-lhe triste destino.