Houve um cretino ou uma comissão de cretinos que resolveu melhorar o padrão do Nuno Alves Brandão e capou-o dumas granadas que faziam parte dele e que recordavam que o General Bernardo Faria e Silva era artilheiro e que entre outras actividades disparou ou mandou disparar metralha sobre os boches, na primeira contenda mundial. Com isso ganhou uma Torre e Espada, que lhe deram em 1920.
Espero que os arquitectos que pensam concursar para salvar o Castelo metam no projecto a recuperação da peça escultórica, devolvendo-a à sua integridade.
Há um relato duma visita dum grande escritor a Santa Maria do Castelo, onde diz que aquilo estava transformado em palheiro e que uma foto emoldurada dos bigodes do cacique Avellar Machado decorava o abandono novecentista das tumbas góticas dos caciques de medievo.
Mas felizmente o Avellar não mandou capar nenhum brasão ou gárgula dum túmulo. Tivemos de chegar ao século XXI, tão fértil em capadores analfabetos, para que capassem as granadas de Bernardo de Faria.
Vai uma foto do livro
onde o Major Eduardo da Costa Ferreira, que serviu às suas ordens no Castelo abrantino e que depois foi seu adjunto no CEP, profere o Elogio do cabo de guerra, que ficou sem granadas por decisão duns imbecis.
Já é tempo que os smarts camarários mandem caiar esta parede que está ao lado dum imóvel classificado e que oficiem à DGPC para mandar arrancar a vegetação que floresce nestas muralhas.
Não ficava mais bonito dizerem que os achados dos anos 50 foram encontrados sob a égide de Diogo Oleiro e que as escavações de 1986 decorreram sob a responsabilidade, salvo erro, da reputada arqueóloga Maria Amélia Horta Pereira?
Há largos meses (senão anos) que se encontram demolidos parte dos muros de resguardo na parte mais a norte do jardim. Para além do perigo que representa para os visitantes, especialmente para as crianças, não se compreende como pode uma autarquia que apregoa a regeneração urbana da cidade, manter naquele estado de abandono o jardim que, apesar de tudo, continua a ser a sala de visitas de Abrantes . Agora que se pretende atrair visitantes, pela comemoração do centenário da cidade, considero vergonhoso que o muro de resguardo se mantenha destruído, dando uma péssima imagem dos responsáveis autárquicos . Espero que o assunto mereça a devida atenção dos responsáveis.
A artilharia lusa foi famosa e as inovações técnicas introduzidas pelos seus artilheiros garantiram o domínio português no Índico durante uns 200 anos. Abrantes foi uma praça militar com um Castelo ocupado por artilheiros. Mas não restam canhões na cidade para lembrar esse passado e arrasa-se ignaramente o que resta da nossa memória artilheira no Castelo, como se verá.
Entretanto foi à praça, num leilão de Lisboa, o último canhão abrantino, que estava numa colecção privada, a do sr. dr. João Castro e Solla Soares Mendes.
Pediam 60.000 euros por ele, não sei que destino teve.
Na 1ª Guerra Mundial a artilharia abrantina, com homens como Abel Hipólito marcou sonora presença
Entretanto encomendam planos caros de turismo militar e o último canhão abrantino foi à praça.
Encostada a este canhão assinou Tereza de Mello uma petição para salvar S.Domingos dum atentado pimba. Vai para ela o post.
O que escreveu sobre o cubo de Carrilho da Graça foi a última salva deste canhão.
E deixou em escombros a plebeia arquitectura municipalizada.
Nesta publicação de história militar, onde Abrantes é largamente abordada, da autoria de
cita-se como bibliografia o nosso colega do Coisas de Abrantes, o Sr.Oliveira Viana
a propósito dum post publicado noutro grande colega dedicado à História regional.
Recomendamos a leitura desta obra de História militar a quem gosta do assunto.
Damos os parabéns ao Sr.Vieira e recomendamos a leitura dum artigo seu, sobre a destruição da nossa memória militar por vândalos no Castelo de Abrantes. Foi publicado no Jornal de Alferrarede, que agora suspendeu a publicação, por motivo de doença do seu proprietário.
As cartas dirigidas por Santos Costa ao Brigadeiro Marques Godinho (1) serviam como prova do móbil do crime de homicídio involuntário, atribuído por Adriano Moreira, ao Ministro da Guerra, o maior humanista de Alcafazes, donde era natural e onde gostava de privar com Aquilino Ribeiro.
O móbil seria eliminar provas de eventuais actividades a favor da Alemanha Nazi, praticadas por Santos Costa.
Vejam-se as penhoradas cartas do escritor a agradecer certo favor ao Ministro, que andam publicadas na Correspondência de Santos Costa.
Veja-se ainda isto que é o que resulta duma busca sumária
Como é que Santos Costa, monárquico da ala dura, era amigo dum homem que andou metido no regicídio?
Sobre as ligações entre Santos Costa e Costa Gomes, ver este artigo, no Público, do tenente coronel Jorge Alves Martins . Já se falou aqui da protecção que Costa Gomes deu a Santos Costa depois do 25 de Abril.
É incrível a ignorância das pessoas sobre a sua própria terra. Não é só em Abrantes.
ResponderEliminarBom dia!
Também fiquei pasmado...
Responder¡¡Eu creio,embora não seja isento, que no Norte há mais conhecimento, interesse e amor às coisas da terra.