Desenho de Fernão Gomes para um fresco no Mosteiro da Anunciada onde está um retrato da falsa vidente Maria da Visitação, enviada pela Inquisição para o Mosteiro da Graça.
O desenho está no MNAA
Publicado pelo Professor Victor Serrão no face.
'' Pormenor do desenho de Fernão Gomes «O Triunfo da Obediência» (com o retrato da Monja Soror Maria da Visitação, ‘a freira que pintava chagas’), 1588 (estudo para um fresco do Capítulo do Mosteiro da Anunciada, que o Santo Ofício mandou destruir dois anos depois). MNAA.''
Victor Serrão
mn
Procuramos um maçon, sai um Papa, aliás dissoluto, pintado por Velazquez e Bacon
Trata-se duma bula de Sua Santidade, Urbano VIII criando a Confraria do Santíssimo Sacramento, no Convento da Graça, das freiras dominicanas, na Vila de Abrantes.
Por acaso no nosso arquivo consta uma foto do Dr.Paulo Falcão Tavares, Presidente da Tubucci em frente do óleo velazquiano, no Palácio Doria-Phamphili .
Urbano tinha nomeado o nepote Cardeal, e este apaixonado deixou os hábitos pela mulher dos seus amores.
Não pôde o Papa Urbano VIII ser nepotista, malgré lui.
Mas pôde conceder o monopólio das casas de putas de Roma à Irmã, que o convenceu que era pouco apostólico ser a Santa Sé a explorar o negócio.
Esta para controlar a ''fileira'' das alegres ragazzas mandou afixar em todos os bordéis romanos as armas dos Doria-Phamphili ..
Urbano por Bacon, Museu Vaticano
mn
Fez-se aqui um post sobre a venda na Cabral de Moncada, duma peça proveniente do Convento da Graça.
Em 2016, o Doutor Mário Varela Gomes identificou e estudou outra peça que considera singular, também proveniente do dito Convento e comprada em leilão na Soares & Mendonça, pelo Dr.Fernando Moncada Costa, que a ofereceu ao Museu de Olaria de Barcelos.
A peça tinha atestada a sua origem, por uma inscrição a tinta da china onde se lia '' Sec XVII- (...) Encontrei-a numa cisterna entulhada do Convento da Graça, do desaterro para a estação de camionagem ''.
Trata-se das obras que foram feitas, sacrificando acefalamente a cerca do Convento, para construir a garagem dos Claras.
E outra cerca (agora a de S.Domingos) voltou a ser anexada para fazer a USF dos dois desgraçados mortos em acidente de trabalho.
Mestre Diogo Oleiro anotou o achado de várias cerâmicas do Convento.
E é provável que esta peça e mais algumas que foram vendidas provenham da sua colecção.
O artigo do eminente arqueólogo saiu na revista ''Arqueologia & História'', nº 68, 2016.
Leva o título acima enunciado e o Autor considera que a peça que só teria paralelo, pela sua forma rara, com outra barroquizante, proveniente da fossa-lixeira do antigo Convento de Santana em Lisboa.
A peça é de barro fino, e MVC anota que um dos centros produtores destas peças era o Sardoal.
Deixo para os interessados em cerâmicas a leitura do artigo.
E volto a escrever o que já se tinha dito no post anterior
''
Como é que coisas do espólio histórico dos nossos conventos se encontram à venda?
(...)
O que é que anda a fazer o Luís Dias?
O que é que andou a fazer a Isilda?
Os pratos das nossas freirinhas de setecentos deviam estar num Museu abrantino, já basta que as peças nambam e os brincos de ouro estejam no MNAA.
(..)
Já agora também comprámos umas coisas, que deviam estar no AHA ou noutro sítio abrantino, mas que não devem ser entregues a irresponsáveis.
mn
bibliografia: Diogo Oleiro, O convento da Graça, Jornal de Abrantes
Mário Varela Gomes, estudo citado
ps- a única bibliografia abrantina que cita o autor, é o sr. José Vieira, no Jornal de Alferrarede. que pelos vistos é fonte mais credível que a Zahara ....
Foi num dia como hoje que Sóror Maria da Visitação foi condenada a ser internada no Mosteiro da Graça por falsa vidente e ainda por falsa estigmatizada.
Justiça de Sua Majestade Católica, Filipe de Espanha, usurpador do Trono de Portugal. Justiça da Igreja que por pouco não mandou queimar a monja.
Justiça inquisitorial certamente.
Um montão de beatos, recrutados entre o clero, a nobreza e o bom povo, ficaram desvalidos.
Órfãos da ''santa''.
A mulher profetizara a conquista da protestante Inglaterra pelas armas católicas do Habsburgo, através da Invencível, onde boa parte da esquadra lusa foi ao fundo, fustigada pelos ventos adversos e por marinheiros de génio, como Sir Francis Drake, o mesmo que ajudou D.António, o Prior, a desembarcar em Peniche para expulsar o invasor.
Em Abrantes, sóror Maria viveu piamente e não consta que tivesse visões.
Assim poupou-se lenha para um Auto de Fé no Largo de São Vicente, para purificar a ''santa''.
ler aqui
ma
Como é que coisas do espólio histórico dos nossos conventos se encontram à venda?
O que é que anda a fazer o Luís Dias?
O que é que andou a fazer a Isilda?
Devida vénia a Cabral de Moncada Leilões que levou isto à venda em 2014, sob o
Lote 130, no leilão 17/11/2014
Os pratos das nossas freirinhas de setecentos deviam estar num Museu abrantino, já basta que as peças nambam e os brincos de ouro estejam no MNAA.
mn
omito as outras testemunhas, a escritura versava sobre este imóvel
diziam
Atreviam-se a dizer que o edifício era da CMA ''desde tempos imemoriais'', ora diz este documento
Dizia o chefe das Finanças de Abrantes que não sabia a data.....da cedência, contudo
Também se atreviam com uma desfaçatez de descarados a dizer
Ora os documentos que reproduzimos, extraídos dum arquivo público, mostram que era possível ,sem muito trabalho, arranjar prova documental de que o edifício era do Estado, que o tinha ''expropriado'' às dominicanas, e que fora cedido por proposta de Avellar Machado, aprovada nas Cortes deste Reino, pelo Estado à autarquia, mas não estava em ruínas....foi a CMA que o demoliu
A propriedade podia ser da CMA, por cedência do Estado e não foi adquirida por usucapião.......
A história está bem contada aqui e portanto dispenso mais latim.
Quais as consequências jurídicas disto?
No texto adverte-se das penas que recaem sobre quem mentir perante oficial público...
Também há possibilidade de anular esta escritura
E acontece que o notário da CMA tem à sua disposição o arquivo da CMA, onde terá de haver provas ( a segunda fotografia acho que está no Arquivo Eduardo Campos) do que dizem acerca de ''tempos imemoriais'' não é verdade.
Porque só em 1892 é que o espaço passou à CMA.
Portanto, com que ligeireza foi feita esta escritura?
ma
já agora a ligeireza de fazer escrituras foi outro dia questionada pelos tribunais a propósito dum terreno do Sr. Dias...que a CMA dizia que era dela e não era
devida vénia ao colega ''Coisas de Abrantes'' para as fotos
e já agora ao Ministério das Finanças
Sempre houve mulheres de armas, mesmo que vestissem um hábito religioso, capazes de se enfrentarem a tipos, que queriam abusar do poder, mesmo que fossem Bispos.
D.Jorge de Melo, Bispo da Guarda, era um homem poderoso e arrogante, mas a abrantina Madre Brites de S.Paulo, filha de Afonso Florim e de Violantes Álvares de Almeida, fez-lhe frente.
A Brites pretendia restaurar o velho Mosteiro de Nossa Senhora de Consolação (que mais tarde se chamaria da Graça) mas o amante da Mesquita criou-lhe problemas.
Não se deixando intimar, Madre Brites conseguiu arrancar o Convento à tutela diocesana e alcançou do Núncio Apostólico, que o convento abrantino fosse colocado sob a autoridade do Arcebispo de Lisboa.
Assim o conta na História de S.Domingos, Frei António Cacegas, que ampliou o texto original, escrito por um nome ilustre das nossas letras, Frei Luís de Sousa
A coisa chegou a Roma, teve intervenção papal e a freira que desafiou o Bispo conseguiu o apoio de D.João III e da mulher D. Catarina, que seria dedicada protectora do mosteiro insubmisso.
Quanto a Sua Reverência, ficou publicamente desautorizado...
Era uma mulher de armas (e de influências) Madre Brites de S.Paulo....
mn
Como se viu, ontem, a última freira da Graça era parente chegada da Mãe de Avellar Machado, D.Joana Pimenta. O Diário Ilustrado andava atrasado, só deu notícia da morte uns tempos depois. Terá sido o coronel Avellar Machado a redigi-la?
A ''influenza'' era mais prosaicamente a gripe.
O ano é 1891
mn
Em 14 de Agosto de 1899 falecia a Dona Joana Pimenta, natural das Galveias,mãe do então Coronel José Pimenta Avellar Machado, influente político na vila de Abrantes.
A Senhora Dona Joana Pimenta era assídua do Convento da Graça, onde se dedicava à cavaqueira e a beber uns licores, com a Reverenda Madre Angélica Godinho, sua prima e a última freira que viveu naquele convento, demolido pela Vereação a que presidiu um vândalo chamado dr. Bairrão, Advogado tramagalense, que mandou construir o mamarracho que lá está.
O cacique José Pimenta Avellar Machado esteve envolvido na destruição do convento até às orelhas, por mais que a Senhora Dona Joana Rovisco Pimenta o ameaçasse e lhe chamasse selvagem. Um dia destes abordaremos esta actividade.
Mas como vimos o que tornou particularmente dolorosos os últimos anos da sua vida foi a perda do seu filho Joaquim Pimenta Avellar Machado aos 28 anos.
ma
Há um artigo sobre a genealogia desta família publicado no Jornal de Alferrarede, da autoria do dr. António Godinho.
dizia o Par do Reino, Visconde de Vilar Mendo
era 31 de Março de 1892
O Convento da Graça foi dado à CMA e demolido, ficámos mais pobres, sabem quem estava como Par do Reino na sessão onde isto foi discutido e não levantou a voz para defender o Convento????
E porquê?
Porque era Par do Reino regenerador e colega de partido do abrantino, Avellar Machado que promovia (feito com a edilidade abrantina, que era coutada sua)
a destruição do imóvel.
Os dois, o Avellar e o Bernardino ajudaram a Notável Vila a ser menos notável. Ao Avellar devemos algumas coisas, ao Bernardino devemos ter ajudado a dar cabo do Convento da Graça.
ma
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)