a acusação é do ''Jornal de Abrantes'' de 4 de Junho de 1911
Profusamente triste! Repellentemente Porco!
Jornal de Abrantes, nº 576, 4 Junho de 1911
a transcrição é da Bárbara Martins Marques, sob coordenação do Martinho Gaspar, aqui
A Bárbara Marques era menor, a responsabilidade de chamar '' Repellentemente porco'' ao Damas é do ''Jornal de Abrantes'' e do Gaspar, que devia ter anotado o texto.
Não se chama a uma pessoa ''repellentemente porco'' , sem explicar que o homem às vezes tomava banho. Afinal era médico. Era boa pessoa, mas era um político e a imagem de porco, tem a ver com a sátira de Raphael Bordalo, a política é porca,
Houve fraude? É possível! Mas é óbvio que o texto pretendia explicar a derrota eleitoral do Baptista e garante que a marcial criatura tinha um cv impoluto.
É mentira, tinha sido acusado de espancar soldados e destruiu a Pharmacia Silva.
Era uma besta.
Agradecemos à Bárbara Marques este trabalho sobre história abrantina. Faz-se a natural e devida vénia.
mn
a primeira imagem é de um artigo sobre a elevação da Vila a Cidade, dá uma castanha ao João Damas pelo estado das Igrejas, propõe S.João para Museu (ideia de Diogo Oleiro) e recomenda para compra de souvenirs a ''Casa Abrantina''
Na página seguinte lá está a publicidade oficial
Isto foi em 1916
As mesmas práticas continuam hoje florescentes na Imprensa
ma
Henrique Augusto da Silva Martins, o cacique de 33, tinha uma ética igual à da Santíssima Trindade da imprensa clerical.
Isto foi um ajuste de contas num pasquim fascista com um homem bom, João Damas, cujo único ''crime'' foi não ser da ''cor'' deles. Damas era maçon, médico e tinha sido deputado afonsista entre 1911-1926 (com algum intervalo, no tempo de Sidónio, em que também o Governador Civil sidonista, Ramiro Guedes, ajustou contas políticas com ele.Mas Ramiro Guedes era um ''gentleman'' e os outros eram ....do Carvalhal)
imagem do blogue São Miguel do nosso amigo dr. Rui Lopes
Nunca ninguém tinha colocado a honra pessoal do médico em questão e foi França Machado (que terminou suicidando-se depois duma inspecção à CMA) e Henrique Augusto que o fizeram.
O pior insulto ao Damas foi escrito por um tenente desbragado, chamava-se Humberto Delgado e foi por estes tempos. Mas se Delgado lhe chamou pau-mandado e burro, nunca colocou em questão a sua honorabilidade pessoal
Isto saiu na Voz do Salazar, ou seja no Diário da Manhã
O dr.Damas teve certamente culpas numa política sectária e suicida de perseguição aos católicos, que inclusivamente produziu mortos
Segundo Eduardo Campos,sendo o Damas Administrador do Concelho (ou seja responsável da ordem pública) há uma brutal repressão no Pego, realizada pela GNR, a 17 de Setembro de 1916 .....com 2 mortos e múltiplos feridos
E com ele como Administrador houve censura nos jornais locais ( mas era tempo de guerra mundial.....e houve-a a nível nacional)....
Como foi o ajuste de contas? Assim....
Moral da História: acham que se faz política & religião sem vinganças e ajustes de contas?
Leiam o florentino
bibliografia; Eduardo Campos, Cronologia
Imagens extraidas do blogue São Miguel do dr. Rui Lopes e dum pasquim fascista de Lisboa (deixo o trabalho aos historiadores oficiais de encontrarem o dia exacto)
ma
O texto é elucidativo, Álvaro Damas, pai do então deputado do PRP, dr. João Damas e rendeiro do Visconde da Abrançalha, de quem foi feitor muito tempo, entra em litígio com as vorazes Finanças acerca da Contribuição Predial. Tinha razão e os serviços assim o informam, mas o Ministro Tomás Cabreira que apascentava as exauridas arcas do Estado encontra irregularidades processuais e com apoio de Arriaga recusa o recurso do abrantino.
Foram só questões financeiras ou andou por aqui a política?
Cabreira e Arriaga eram inimigos da facção afonsista do PRP de que João Damas era fiel e denodado partidário.
A questão da Contribuição Predial agitara tempos antes a Opinião Pública e começara a afastar os lavradores e os grandes rendeiros da República.
Voltaremos a isto um dia destes.
MN
do homo sapiens.....
É um violentíssimo panfleto de Humberto Delgado, como se sabe na época um excitado tenente de Maio (de 1926)...
Um panfleto contra a facção dominante na 1ª República-os afonsistas que hegemonizaram a vida política nessa época a nível nacional e em Abrantes.
Além dum ajuste de contas com várias personagens (no caso abrantino a mais evidente é o médico e ex-deputado dr. João Damas, da facção
democrática do PRP)
E temos para mim a novidade que o PRP abrantino se achava em conflito com os caciques lisboetas e apresentou três candidatos autónomos : os Dr. Ramiro Guedes, Dr. João Damas e o capitão António Maria Baptista, oficial então colocado no Quartel de São Domingos. Os 2 primeiros foram eleitos.
E o quarto classificado, que concorria sem o aval partidário abrantino (seria independente ou teria aval lisboeta?) é o célebre revolucionário que atacou São Domingos e lá procurou a República, enquanto o Sr.Capitão Baptista estava a dormir, como já se viu neste blogue. Ou seja João Augusto da Silva Martins, filho do influente regenerador (o velho partido do General Avelar Machado) conhecido na política como Martins Júnior.
Também há uma cena divertida, em alguma página escrita por Delgado, tendo como participante Martins Júnior. Este era um dos líderes dum grupo de civis e sargentos, do Partido Radical ,que para fazer um golpe de estado e atacaram a Escola Prática de Aeronáutica (2--2-1926), em Vendas Novas. Delgado foi ferido a tiro.
Já conhecia Martins Júnior de Abrantes onde crescera e aliás se alistara em Artilharia ( como cadete-sargento) e estivera no Quartel então situado no Castelo de 8 de Agosto a Outubro de 1922.
A única coisa que preocupou Delgado (que aliás estava próximo ideologicamente dos assaltantes, o golpe é um dos que antecedem o 28 de Maio onde Delgado participa) foi que tinha sido atingido a tiro por um sargento. Resolveria mais tarde a questão à bordoada, deslocando-se a Viseu onde estava o sargento, para o espancar pessoalmente. Um alferes não podia ser alvejado por um sargento! Faltaria mais !!!!
Só para terminar se estiverem interessados neste período e nestas personalidades comprem o livro. Um reparo, o panfletário Delgado era um homem que escrevia muito mal...em 1933. Há livros posteriores mais legíveis, terá melhorado a prosa do General ou haveria por aqui mãozinha marota? Dum negro certamente....
M.N
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