Rocha Martins, certamente um dos mais combativos jornalistas lusos
A srª drª Leonor Lopes, Directora do Arquivo Distrital de Santarém, escreveu esta interessante resenha da vida do médico Ramiro Guedes, caudilho do movimento republicano abrantino.
No blogue têm-se escrito algumas notas sobre ele.
A autora citada faz menção a alguma delas na bibliografia.
O nosso obrigado e o conselho de que leiam o artigo de Leonor Lopes.
ma
O site Eu Gosto de Santarém publica uma conferência do dr. José Raimundo Noras, homem com provas dadas no estudo do republicanismo ribatejano, sobre os candidatos à Constituinte em 1911, na nossa região, particularmente sobre essas eleições no Mação.
Diz Noras que não houve listas de Oposição. Ora, segundo o Eduardo Campos, houve uma dissidência republicana, apresentando-se vários candidatos contra a lista oficial como o multifacetado Martins Júnior que se candidatou e perdeu. E o capitão António Maria Baptista, que chegaria a Presidente do Conselho (morreu no cargo) também foi candidato e perdeu as eleições. O João Damas também se apresentou contra a lista oficial.....e foi eleito ....
Além da informação disponibilizada pelo Sardoal com Memória, temos os resultados
O Prof Adelino Maltez salienta que 91 deputados foram ''nomeados'', dado que não houve eleições nos círculos onde não se apresentou a Oposição. No círculo de Tomar, de que fazia parte Abrantes e o Mação, como se apresentaram os dissidentes contra a Lista Oficial, houve eleições.
E curiosamente o dissidente eleito; João Damas bem como António Maria Baptista alinhariam com o afonsismo e o abrantino Ramiro Guedes, conotado com a ortodoxia, faria um longo percurso para a Direita, unionista primeiro, sidonista depois, etc.
Este apontamento é apenas um esboço para um assunto a estudar.
mn
Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes no século XX, para o documento reproduzido.
Neste texto, Brito Camacho dizia que o dr. Ramiro Guedes era quase o mais antigo Republicano português e só não o era, porque estava vivo Jacinto Nunes. Os dois tinham sido bons e leais unionistas.....
E os dois tinham emigrado para posições mais direitistas.....
Mas enquanto ao dr. Guedes não se pode dizer que mudara alguma vez de ideário, o Jacinto Nunes, também conhecido como ''Rei de Grândola'', palavras de D.Carlos, tal era o poder do Nunes como cacique alentejano, fora Administrador do Concelho, em Abrantes, em 1869, naturalmente indicado pelo governo, por escolha dum partido monárquico.
O Dr.Nunes republicanizou-se depois e desempenhou cargos importantes e foi certamente um dos primeiros e mais ''históricos'' vultos do PRP. Mas também foi um dos primeiros a ceder à retórica nacionalista da extrema-direita, estando ligado à formação da Cruzada Nuno Álvares.
ma
na net há importante informação sobre ele, que foi um homem influente ao longo de muitas décadas...como bem dizia o dr.Brito Camacho...
Diário do Alentejo
Brito Camacho, além de político importante, foi um prosador regionalista notável.
Neste livro
dedica uns parágrafos a Abrantes, evoca a sua acção para a elevar a Cidade e ainda presta homenagem ao que considera quase o mais antigo republicano português, Ramiro Guedes.
O dr.Guedes deixara o PRP, que ajudara a fundar, para seguir a cisão unionista, de que Camacho fora o líder.
Deliciosa a ridicularização do General Pimentel Pinto, que achava que se devia caiar o Castelo do Almourol. Se fosse hoje diria que o Pimentel era do Creativ Camp.
Pimentel Pinto deu nome até ao 5 de Outubro ao Jardim do Castelo.
mn
Segue um postal de Ramiro Guedes para Berlim, datado de 1898 e enviado de Abrantes
mn
O Diário Ilustrado chama ao Ministro da Fazenda, o Mariano, o ''galopim'' Carvalho por o tipo andar a tentar (com a cumplicidade do famigerado juiz do Mação, supomos que o Abílio de Sá) a tentar comprar votos no Mação, como veremos.
Quanto ao Bento (de Sousa), agente do Carvalho, diz-se que ele é pior que o acreditado picador duma afamada praça de touros (antes do Campo Pequeno, a praça mais popular era a do Campo de Santana)
Chama-se com todas as letras mentiroso ao Ministro da Fazenda e pior que isso diz-se que ele é ''um reles caluniador''.
Insinuara o Mariano
que Avellar Machado fizera uma aliança com Ramiro Guedes para dar uns lugares de Vereadores aos republicanos, a troco do seu apoio eleitoral nas eleições parlamentares.
Nunca nenhum historiador abrantino referiu o pacto de 1886 entre o Guedes e o Avellar. Deve ser porque seria secreto.
Em 1886, um jornal podia chamar ''reles caluniador'' a um Ministro todo poderoso e nenhum tribunal multaria o jornalista, por exprimir uma opinião.
Em 2016, um Juiz de Abrantes atribuiu um castigo de 1.000 euros a Jorge Dias por chamar mentirosa a Maria do Céu Albuquerque.
Ou seja havia mais liberdade em 1886, no reinado de D.Luís, que há agora.
Espero não ser multado pela opinião.
O Avellar era colega parlamentar e de profissão (eram os 2 engenheiros militares) e não teve pejo em mandar chamar ao Mariano, coisas graves e divertidas. A monarquia liberal era assim, um regime de liberdade, quer queiram ou não os historiadores da treta, que nem sequer leram os jornais da época.
mn
Diário Ilustrado, 1886, Novembro,8
1. Mocinho de recados.
2. Vadio.
3. Garoto.
4. Trampolineiro.
5. Beleguim.
6. Angariador assalariado de votos em ocasião de eleições.
7. Galope curto e cadenciado.
Depois do Bernardino, falou o Brito Camacho
Faltava o Guedes, que também tinha de disparar retórica, antes de sair para ir pedir dinheiro ao Manuel João da Rosa para pagar a conta da festa....
Diário Ilustrado 30 de de Dezembro de 1908, ''sueltos'' atribuíveis ao correspondente abrantino, solicitador Almeida Frazão, as palavras dos dirigentes republicanos devem ter sido proferidas a 27 de Dezembro, num comício no Teatro Taborda, onde estiveram o Camacho e o Bernardino, ex-ministro regenerador.
Tratou-se de inaugurar o Centro Escolar Republicano de Abrantes, entretanto o dirigente republicano António Farinha Pereira tinha as filhas internas no Colégio do Bom Sucesso, de freiras dominicanas em Lisboa.
mn
O político e leader do P.Progressista, José Luciano de Castro recebe carta do influente político abrantino Severino Santana Marques que lhe pergunta opinião acerca duma coligação eleitoral entre o PP e o PRP abrantino, cujo chefe era Ramiro Guedes.
José Luciano...
José Luciano, que tinha abandonado a chefia do governo em Março desse ano, dá uma negativa ao pacto proposto. Severino Santana Marques não seria candidato, e a coligação não foi concretizada,
A coligação esboçada entre o PP e o PRP teria consequências no pacto abrantino que levou à eleição de P. da Câmara de Solano de Abreu, em 1908
Falta retratar o Severino...que teria larga trajectória política e que deixaria de ser progressista para passar à Direita Republicana, depois do bambúrrio.
(foto Tubucci)
ma
créditos: José Luciano ANTT/Torre do Tombo, dr.Moreira-Faculdade de Medicina de Lisboa
lá para os finais ds anos 20 o Severino e o Guedes andariam de novo juntos, órfãos de um Bonaparte chamado Sidónio
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