
Gastão Coutinho, Morgado de Punhete, Conde da Taipa, Senhor das Ilhas Desertas, soldado do Infante Dom Miguel na jornada de Vila Franca, oficial do Imperador Dom Pedro e da Rainha nas Guerras Liberais, Par do Reino, propôs um cisma com Roma e a escolha deste homem como Papa da Igreja Lusitana
cortesia do Prof António Ventura, que anotou que o Reverendo só chegou a Grão-Mestre de certa tribo de pedreiros-livres, certamente aquela onde punha o avental o Senhor Dom Gastão da Câmara Coutinho, herdeiro dos fidalgos que deram asilo a Camões na sua torre de Punhete.
Agora vou reler uma carta autógrafa da sua mulher D.Francisca de Almeida Portugal ou do enteado....o Marquês da Valada, herdeiro dos latifúndios abrantinos do Coutinho depois dum longo processo judicial que deu brado.
Até que chegue o livro do Francisco Carromeu.
MN
Armas dos Condes da Taipa
reproduzido de http://miguelboto.blogspot.com.es/2010/10/taipa-condes.html
O autor do brasão é Miguel Ângelo Boto a quem fazemos a devida vénia
A Torre é a que uma Câmara ignara de Constância mandou demolir.....
D.Gastão da Câmara Coutinho, senhor das Ilhas Desertas, Morgado de Punhete, Conde da Taipa, grande proprietário rural em Abrantes, Constância e Almeirim, sempre fora um radical. Primeiro miguelista, depois liberal, depois inimigo do Regente D.Pedro, pai de D.Maria II.
Sei alguma coisa sobre a personagem e até tenho umas cartas autógrafas dele e da mulher, mas não conheço retrato seu, que rogo a quem tiver nos faça chegar por ser importante para a História de Abrantes.
Mas não sabia que o fogoso Par do Reino, o combatente da Vilafrancada e o bravo do Mindelo, encontrou solução para o drama encenado neste conclave.
Em 1839, depois do verbo iluminado de José Estevão, o da rua lateral à velha Câmara Abrantina, o aveirense cuja oratória parlamentar deslumbrou gerações, se largar em furiosos ataques contra o clericalismo e contra Roma, logo D.Gastão, o cunhado querido de D.José Trazimundo, Marquês de Fronteira, o dono de milhares de hectares de mato que iam desde a Bemposta até Santa Margarida, o rei da charneca abrantina, propõe
a criação da IGREJA LUSITANA !!!!
e logo houve outro que apontou que deveria ser escolhido para
PAPA LUSITANO......
o Rev. Padre Marcos I
O Senhor Conde Dom Gastão deve ter dito, e porque não o meu capelão????
Marcello de Noronha
foto arquivo municipal de constância que tem uma boa colecção de fotos locais on-line
http://arquivo.cm-constancia.pt
informação sobre o imóvel :''A Torre de Punhete
Esta fotografia mostra a Torre de Punhete em ruínas, observando-se ainda uma janela e frisos com alguns elementos decorativos. A sua destruição iniciou-se em Junho de 1905 terminando em Setembro de 1906, por ordem da Câmara Municipal.''
texto retirado do link citado ''
A destruição da torre, velha fortaleza de protecção ao tráfico fluvial e cabeça do morgadio da Taipa de que um dos últimos senhores foi D.Gastão Coutinho, Conde da Taipa, senhor de vastas terras na charneca abrantina e de Constância. Miguelista primeiro, liberal radical depois, aqui temos uma visão de quem foi este homem:
''
Após o período da guerra civil (1828-1834), consolida-se em Portugal a Monarquia Constitucional. É agora rainha D. Maria II e profundas alterações se irão produzir, pela emergência de uma nova nobreza, pelo surgimento de uma burguesia com influência económica e politica e pelo surgimento de uma classe dominante no mundo rural, que prioritariamente de instala no Ribatejo, os Lavradores. A estes Lavradores se ficará a dever uma boa parte da evolução económica, através da modernização da agricultura portuguesa.
Almeirim foi o centro de toda uma transformação radical dos processos agrícolas, foi o centro de divulgação da mecanização agrícola, que originou a sua modernização e o seu desenvolvimento, podendo mesmo afirmar-se que Almeirim na década de quarenta do século XIX, foi o mais importante centro nacional de experimentação agrária e da sua mecanização.
Para que se perceba melhor porque assim foi, é preciso recordar algumas personagens, que foram decisivas pela sua acção e influência política na época. O primeiro que devemos enaltecer é o Conde da Taipa, que foi o grande e incansável lutador e promotor das duas obras que vieram trazer a nova vocação a Almeirim e estão na base de toda a sua evolução até aos nossos dias. A obra de enxugo e drenagem do Vale de Tejo, que entre nós se costuma chamar “obra da Vala de Alpiarça” e a localização da ponte sobre o Tejo entre Santarém e Almeirim, que irá permitir o escoamento e a ligação fácil dos produtos aos mercados, pela utilização do comboio.
D. Gastão da Câmara Coutinho Pereira de Sande era almeirinense nascido em 1794, filho de D. Luís e neto de D. Gastão da Câmara Coutinho, aquele que recebeu D. José I em sua casa, quando da última estadia da Corte em Almeirim.
Muito jovem foi com a Corte para o Brasil em 1807. Foi assim educado junto de D. Pedro e de D. Miguel, futuros reis de Portugal. No Brasil iniciou a sua carreira militar e voltou para Portugal juntamente com toda a Corte de D. João VI, no ano de 1821. Da sua amizade com D. Miguel, resultarão as inúmeras estadias do Infante em Almeirim e também a sua participação na Vilafrancada.
Com o juramento do Rei D. Miguel da Carta Constitucional, em 1826, é nomeado Par do Reino e inicia uma brilhante carreira política, passando para a história a sua indiscutível coragem e determinação. A sua mais destacada acção politica irá ser a de assumir o principal protagonismo na defesa da conciliação entre a Constituição de 1822 e a Carta Constitucional. Participou na “Belfastada” ao lado do Duque de Saldanha, seu amigo e como ajudante de ordens do Duque de Palmela. Teve por consequência uma acção política e militar determinante de que resultou a Constituição de 1838. De entre os episódios mais notáveis de que foi protagonista, destaca-se a carta que escreveu a D. Pedro IV e que publicou, exigindo o levantamento dos sequestros, a liberdade de todos os sequestrados e a liberdade de imprensa, o que lhe valeu a ordem de prisão. Essa prisão do Conde da Taipa, originou um movimento de apoio de muitos outros Pares do Reino, seus amigos e alguns deles com ligações patrimoniais a Almeirim, como o Duque de Palmela e o Conde da Torre, D. José Trazimundo de Mascarenhas, neto da Marqueza da Alorna “Alcipes”, que era seu cunhado.
D. Gastão, o Conde da Taipa foi também amigo de Almeida Garret e acompanhou-o durante as suas visitas ao Ribatejo, sendo um daqueles a quem o escritor dedica “as Viagens da Minha Terra”. Casado com D. Francisca de Almeida e Portugal, Condessa de Valada, não teve descendência. Seus herdeiros dos títulos, foram seus irmãos Manuel e José, respectivamente 2º e 3º Conde da Taipa, mas que nunca chegaram a ter uma relação de interesse por Almeirim, tendo vendido todo o património local herdado.
Para melhor perceber quanto era influente e respeitado em Almeirim, basta relembrar o que escreveu o médico Tiago do Couto, que aqui vivei entre 1855 e 1859, no seu livro “Breve Notícia de Almeirim”, que foi editado pela Associação de Defesa do Património em 1991 e que aconselho vivamente a todos.
“…de Verão há mais animação na Vila; há os descantes, os bailes de roda, as eiras, as descamisadas dos milhos e após elas os fabricos dos vinhos, em suma há mais distração mas a convivência é pouca…Quando Sua Exª, o senhor Conde da Taipa está em Almeirim o que sucede frequentes vezes no ano, então o caso é outro. Recebe em sua casa alguns indivíduos em cujo número eu entro. Fala-se da Lavoura, de literatura, de tudo; e sua Exª então mostra a vastidão dos seus conhecimentos científicos. O tempo assim não corre – voa.”
A rua Conde da Taipa é a única referência actual a este Homem, que foi essencial para o progresso da sua terra, Almeirim. Nessa rua ainda está, apesar de muito modificada, não tanto na traça e mais nos revestimentos de pedra das cantarias e fachadas, a casa onde viveu e nessa época, todos as terras que iam para o lado de Alpiarça eram dele, incluindo a Gouxaria, que acabou por destacar após partilhas, com seu cunhado D. José Trazimundo Mascarenhas. Essa casa depois de sua morte em 1866, foi comprada a seus herdeiros, por um seu amigo e administrador, Manoel de Andrade, que era meu trisavô.
escrito por JOSÉ J. LIMA MONTEIRO ANDRADE in http://desafiodealmeirim.blogspot.com/2009/07/um-grande-benemerito-de-almeirim-o_18.html
Voltaremos a D.Gastão e ao morgadio que andou ligado à estadia provável de Camões em Punhete, especialmente porque um sócio da Tubucci adquiriu boa parte da documentação desta Casa, documentação que chega ao testamento dum fidalgo de Punhete antes de partir para Alcácer-Quibir.
documentação a ser tratada quando houver paciência...
documentação original e inexistente nos tombos públicos....
Só para terminar quero agradecer à CMC este serviço ao nosso Património e manifestar que o exemplo da destruição em 1906 desta torre pela CMC da altura é paralela à demolição do Convento da abrantino da Graça, uns anos antes.
A CMA de 2012 a pensar como a de 189 e tal.... Vejam bem
Marcello de Noronha, da Tubucci
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