com a contribuição de José Blasfemo, desculpem Zé Vilhena
colecção particular da Senhora Dona Amélia Baeta, comprada na candonga a uma taberneira da Abrançalha de Baixo
ma
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Não posso terminar sem uma referência à morte do grande humorista português José Vilhena. Não era do Ribatejo mas deve ter sido dos que mais escreveu sobre vacas, bois, cornos, pampilhos e outros varapaus. Para os mais jovens direi que era melhor que o Herman, os gatos fedorentos, os Rochas e os Zecas Estacionâncios todos juntos, sem desprimor para nenhum deles. Morreu no Sábado, no dia da reflexão. Deve ter concluído que após tanta palhaçada na campanha eleitoral não aguentaria, sem rebentar a rir, as parvoíces pós-eleitorais de políticos e comentadores na noite das eleições. Já comecei a ler a minha velhinha colecção da Gaiola Aberta.
Saudações brejeiras
Manuel Serra d’Aire''
no Mirante, isto deve ser ilustrado
por
antónio valdemar
Jornalista
Redactor do DN<input ... >21 outubro 2004
O homem português, apesar da sua índole melancólica e lírica, tem desde sempre manifestado propensão para a sátira. Como atitude de mordacidade, desmontagem dos ridículos, arma de intervenção política em face de impostores, enfatuados, parlapatões, grandes e pequenos déspotas.
José Vilhena integra-se na tradição das Cantigas de Escárnio e Maldizer, nos autos e farsas de Gil Vicente, ao vergastar desmandos e prosápias de fidalgos, tropelias e libertinagens de frades e de padres. Sá de Miranda, ao zurzir as intrigas da corte e a sede do ouro do Portugal dos Descobrimentos, optou pelo discurso da contestação austera, outra componente que percorre, simultaneamente, a cultura portuguesa e se reflectiu nas prosas doutrinais de Herculano, Antero, António Sérgio e Raul Proença.
A censura do Santo Ofício não conseguiu sufocar o ímpeto bravio de ambas as formas de expressão. Recorde-se Os Ratos da Inquisição, escrito por Serrão de Castro nos próprios cárceres daquele tribunal. Aconteceu o mesmo no salazarismo e marcelismo, apesar da censura, da PIDE, dos Tribunais Plenários. Escaparam alguns textos malditos de Luís Pacheco e Mário Cesariny; a rebeldia poética de Alexandre O'Neill, António Aleixo, Ary dos Santos e, entre todos, as explosões de riso e sarcasmo de José Vilhena.
Políticos, intelectuais e artistas, em todas as épocas, denunciaram a repressão. A virulência atingiu o rubro nas lutas liberais, no fim da monarquia e na I República. Nos panfletos e imprensa clandestina contra o fascismo. Depararam-se, entretanto, várias posições: a sátira com objectivo moralizador e protesto cívico, a anotação irónica, maliciosa e sorridente e a invectiva com insultos e ataques pessoais, em linguagem solta, desbragada e, quantas vezes, obscena. É o caso de José Agostinho de Macedo, de Camilo, de Homem Cristo.
O Prémio Bocage instituído no âmbito do primeiro aniversário do Inimigo Público, único semanário satírico que se edita em Portugal, distingiu recentemente José Vilhena. Há meio século continua a insurgir-se na literatura, na caricatura, no cartune e ilustração, perante os desconcertos do quotidiano. Antes do 25 de Abril, procurou destruir o regime, as estruturas ideológicas e políticas do salazarismo e do marcelismo. Quem viveu esses anos, dificilmente esquecerá, por exemplo, a História Universal da Pulhice Humana, Branca de Neve e os 700 Anões, Tenha Maneiras e O Filho da Mãe. Pagou caro. Custou-lhe o vexame dos interrogatórios da PIDE, prisões em Caxias, sucessivos livros apreendidos pela censura.
Depois do 25 de Abril, José Vilhena tem atacado o sistema: o arbítrio dos poderosos, a corrupção, a hipocrisia religiosa, a depravação sexual, a rotina confortável dos comportamentos dúbios e negócios escuros. Basta ver e ler A Gaiola Aberta, o Fala Barato, O Moralista.
No seu estilo muito próprio, dir- -se-ia que Vilhena adoptou a directriz de Rafael Bordalo na apresentação do António Maria: «Ser oposição declarada e franca aos Governos e oposição sistemática às oposições.»
Por não encolher as unhas e dentes afiados em face de todas as mordaças, fui e continuarei a ser (quando necessário) testemunha de José Vilhena em tribunal. Ao receber o Prémio Bocage, as minhas homenagens à sua homenagem.
com a nossa vénia
o jornalista e escritor António Valdemar é maçon, do GOL, não estavam à espera de ver um tipo do Opus Dei, mesmo que sobrinho do Ary dos Santos, a elogiar aqui Vilhena....
a redacção
morreu um homem que fez Portugal mais livre e divertido
morreu o homem mais livre de Portugal
que tratou assim um politico abrantino:
(texto de José Vilhena)
A gloriosa tradição da chalaça, que vem dos cantares de escárnio e mal-dizer, também não poupou a gorda Virgem da Rua da Sardinha
não metam Vilhena no Panteão, isso é para múmias e para chatos, Vilhena está vivo como Rafael Bordalo
ma


Ephemera

esqueceu-se do lápis o sr. major Chaves?????
não, o major Chaves não se esqueceu do lápis porque o dele era azul
e o Vilhena não se esqueceu nem do major Chaves ( porque graças a tropas como ele foi amavelmente engavetado pela PIDE-DGS), mas isso não o coibiu de retratar o Aníbal
quero agradecer ao Sr.João do blogue do mesmo nome, ter publicado estas ordinarices (pró major) no seu blogue e ter avisado
''Olá pessoal ... há aqui coisas publicadas que foram subtraídas da net, nomeadamente imagens e outras porcarias do género ... se estas tiverem direitos de autor ou se os mesmos se sentirem incomodados com a publicação, basta que mo façam saber que retiro ... não vale a pena processar-me pois, para além de mulher, filhos e sogra, não tenho mais nada que valha a pena penhorar ....
Ah .. e ainda "Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos media, que comento, não são suspeitas, ou arguidas, do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade e quando arguidas, gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória. " ... não vá dar-se o caso .''..
http://blogue-do-joao5907.blogspot.com.es/2013/04/vilhena_29.html
Ë bom recordar o Zé Vilhena, ninguém homenageou mais a mulher que ele em Portugal.... , ou pelo menos ninguém a desenhou mais que ele.
MA
Caricaturista e escritor marcante da cena lusitana, Zé Vilhena foi um cáustico observador da Igreja lusitana.
Suzy de Noronha resolveu actualizá-lo. Ámen!!!!
MA
O sr. dr. Pedro Marques, discípulo predilecto do snr dr. Armando Fernandes e do coelhismo local
ficará para sempre imortalizado nas antologias do humor negro português, graças a José Vilhena,aliás José Alfredo Vilhena Rodrigues,
http://cavalinhoselvagem.blogspot.com.es
que dedicou ao pupilo do de Lagarelhos
esta pérola dos nossos arquivos:
Pedro Marques, esforçado dirigente da JSD de Santarém, endrominou uma moção de estratégia para o próximo Congresso do PSD a que chamou «Por uma boa queca».
Politicamente correcto, este título (pois a política anda cada vez mais rasteira), não o é quanto à semântica. De facto, a palavra queca não existe em português vernáculo. Não vem em qualquer dicionário. Alguns ignorantes usam-na sem saberem que se trata de uma corruptela da palavra queda, vocábulo antiquíssimo, do tempo em que foder acontecia quando a mulher estava em decúbito dorsal, quer dizer com os costados no chão e as pernas abertas pronta a levar a bela foda. Dizia-se então que estava em «queda», ou «caída».
Hoje isso está ultrapassado. As fodas, na grande maioria dos casos, não acontecem com a mulher naquela atitude (aliás ridícula). Há mesmo muitos fornicadores encartados que a desconhecem. As fodas, hoje, dão-se de pé, sentado, de cócoras, à canzana, enfim, numa das 32 posições bem explicadas no Kama Sutra e idênticos manuais (alguns admitem 36), raramente em queda (ou em queca).
Mal vai à JSD quando tem um dirigente que lança uma moção de estratégia sobre Educação Sexual e só sabe foder numa posição!...
Tudo isto nos faz sentir saudades do tempo em que a drª. Edite Estrela policiava os assassinos da língua portuguesa nas suas charlas da televisão. Ninguém melhor do que ela sabia que «queca» é uma aberração.
Infelizmente a ilustre especialista da língua já não se move nessa área. Mudou-se para a política, para Sintra, para o dolce far niente e todos ficámos a perder. Com ela, não haveria gaffes nas quecas.
A pérola deve ser naturalmente ilustrada pelo mestre Vilhena:

Miguel Abrantes publicou
Suzy de Noronha seleccionou
PS- Aquela proposta de atribuição do nome dum arruamento a Nelson Carvalho
foi outra amostra certamente do humor negro da dupla (Coelho & Moreno, Lda)
e entretanto.....o solicitador encontrou algumas provas da boa vontade católica do Zé Vilhena deixar os direitos da sua obra à Igreja...
'Ei-las:
Sector que ainda hoje merece cuidados especiais na sua abordagem por parte dos humoristas nacionais é a Igreja. Consigo, todavia, não parece ter havido grandes fricções, apesar de com frequência não evitar fazer o contraponto dos vícios privados face às públicas virtudes dos clérigos...?
— Bem, já nos tempos da Gaiola Aberta, e mesmo antes, a propósito dos meus livros, eu tive alguns padres que tentaram converter-me, na sua boa fé. Mas até tenho assinantes que são padres, que já antes apreciavam os meus livros, porque eles percebem bem aquilo a que neles me refiro. Por exemplo, quando abordo os evangelhos, para muitas pessoas a piada é linear, é aquilo que está ali, enquanto eles sabem ler os subentendidos, já que conhecem a história verdadeira que me serve de base, por isso até acham mais piada.
— De que forma o tentavam converter? Com bons conselhos ou vituperando-o ferozmente?
— Escreviam-me, o que ainda fazem de vez em quando, quer padres quer umas senhoras de bons princípios. Ainda recentemente uma começava assim a sua epístola: ‘Não sei como é que o senhor consegue dormir descansado!’ Mas era uma carta simpática, de aconselhamento... O curioso é que para me condenarem têm de ler o que escrevo, não conseguindo eu compreender em que contexto é que o fazem.
— Processos nunca lhe moveram, por desrespeito a figuras religiosas...?
— Não, a Igreja não envereda por aí... Creio mesmo que há muito que não há processos contra qualquer escritor, mesmo dos que falam a sério das coisas e são manifestamente anticlericais. Eu fiz muitas caricaturas do antigo bispo de Lisboa, D. António, pelo lugar que ocupava na hierarquia católica, e que ao que parece era uma pessoa que se dava muito com o sexo oposto, tinha muita saída entre as mulheres. Era, pois, um bon vivant, o que não tem nada de depreciativo, para mim até era uma figura simpática por isso mesmo.
— Quanto ao cardeal Cerejeira, nos tempos do salazarismo, também arriscou algumas incursões escritas ou desenhadas contra essa controversa figura da Igreja nacional?
— Sabe, meter-nos com o Cerejeira era quase pior do que com o próprio Salazar, já que ele era um dos pilares do poder de então. E a censura percebia-o perfeitamente e tinha muito medo de ser de alguma forma permissiva ou mais liberal no que respeitava às figuras da instituição eclesiástica. Eles próprios diziam que se deixassem passar determinadas piadas visando a Igreja no dia seguinte tinham um ror de protestos e queixas, isto apesar de muitos deles pouco terem de católicos. Eram, por formação, coronéis da tropa e não protegiam a Igreja pelas suas convicções mas pelo medo que tinham das consequências de algum laxismo no seu crivo quanto às piadas a esses senhores.
Os ataques aos eclesiásticos não são quase nunca pessoais e Vilhena chega até a mostrar simpatia pelos bispos mais progressistas. Também não se mostra avesso à figura de Cristo. Os ataques e as brincadeiras dirigem-se, preferencialmente, contra prelados abordados pela negativa (gordos, concupiscentes e cúpidos), envolvendo com alguma frequência freiras de carnes fracas na relutância em combaterem o pecado, mas ergonomicamente esculturais.
E tanto assim é que uma das suas ideias para o futuro prende-se com uma figura já visada nas suas publicações, soror Mariana, «que se presta muito a uma abordagem satírica e humorística. E penso basear esse livro fazendo uma paródia mais ou menos erótica às suas cartas, que efectivamente não serão suas, já que devem ter sido escritas em Paris por um gajo qualquer, mas que está identificado, e só depois é que foram traduzidas para português com o título Cartas de uma Freira Portuguesa. Mas os filólogos conseguem saber perfeitamente quando um original é escrito numa língua ou noutra e só depois é traduzido, há processos que o permitem.
Jesus, na versão revista e aumentada de José Vilhena, anda por uma Galileia sob o jugo romano mas onde há televisão, onde se pratica nudismo nas praias do mar Morto e onde se sucede um conjunto de parábolas em que Cristo é a personagem central de um novíssimo testamento iniciado há mais de duas décadas na Gaiola Aberta. Uma selecção de textos do Novíssimo Testamento, enquadrados por outros em primeira mão, foi mesmo editada em livro com o título O Evangelho Segundo José Vilhena, prosseguindo ainda hoje, na sua revista mensal, com as Conversas de Deus e o Diabo.
— Separa, definitivamente, a instituição e a hierarquia que se construiu à volta de Cristo da personagem em si, pelo menos como ela nos chegou até aos nossos dias...?
— Muitas vezes faço pior, ao que pouca gente se atreve, que é criticar a própria religião em si, enquanto fenómeno. Muitas pessoas são ferozmente anticlericais, como é o caso do Eça de Queirós, que se fartava de zurzir nos padres, mas que, contudo, nunca ia ao âmago da questão, pondo em causa a instituição religiosa ou a figura de Jesus Cristo, que habitualmente aparece como uma figura simpática e honesta — os que o rodeavam, e que ainda hoje usam a sua imagem, é que eram execráveis.
Sempre considerei que Jesus Cristo se esforçava por ser um tipo decente, apesar de se saber muito pouco da sua vida e obra, aventando mesmo a hipótese de ele nunca ter existido, pelo menos com as características que lhe atribuem. S. Paulo, o intelectual ou o relações públicas dos apóstolos, é que inventou a religião cristã. Nessa época pessoas que faziam milagres enxameavam aquelas paragens, da mesma forma que hoje campeiam os astrólogos, bruxas e videntes. As pessoas recorriam aos seus serviços e eles, porque conseguiam ter algum poder sobre elas, lá curavam ou aliviavam as suas mazelas.
O interessante seria descobrir-se como ele era de facto, o que realmente fez e disse. Havia quem dissesse que não era aquela figura esbelta e agradável que se pinta, mas um tipo rude, em que o que sobressaía era a sua capacidade de argumentação e a simpatia pessoal.
Vilhena ‘dixit’
leia as provas todas aqui
entrevista publicada no jornal inside
iremos adiantando mais provas, dado que temos acesso ao Sr.Solicitador, orgulho desta comarca....
Miguel Abrantes (ateu) com Suzy de Noronha, antes de saírem os 2 prá night
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
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