A Capital, diário republicano, 4 de Dezembro de 1910
(gamado ao Zé Luz que no face faz um notabilíssimo trabalho de preservaçao da memória de Constância)
Inácio de Loyola, na Quinta de Santa Bárbara, antiga propriedade da Companhia, o medalhão escapou à sanha republicana porque a Quinta era em 1910, propriedade do deputado e médico abrantino Zeferino Falcão
Há uma gralha, o Jornal chama a Martins Júnior....José, chamava-se João
Martins Júnior diz ''Afonso Costa é o Marquês de Pombal do século XX''
'' O mais lídimo representante da raça latina''
A ''excursão'' do Martins Júnior parece ter sido feita um pouco à revelia da estrutura local e distrital do PRP
a excursão oficial do Ramiro Guedes fora a 6-11-1910
havia uma evidente rivalidade política, que se iria acentuar com os anos e que terminaria com Martins Júnior comandando golpistas armados contra a República....
mn
O Rev. Padre Dr.Silva Tavares, SJ, era diretor da revista jesuítica que naturalmente elogia o político e cronista abrantino Martins Júnior
e a forma como executou literariamente a turba dos deputados democráticos, comandados pelo ministro reciclado da monarquia Bernardino Machado e sobretudo o António Maria da Silva com que a Igreja pactuava nas vésperas do 28 de Maio....
(ver sobre isto os estudos de Luís Salgado de Matos)
Naturalmente os jesuítas também aplaudirão o caudilho, amigo de M.Júnior, que eutanasiou a 1º República
O Padre Tavares era do Mação e um eminente homem de ciência, mas coitadinho não simpatizava com maçons.
mn
in
A foto publicada tem a ver com o regresso do político abrantino, que estava deportado nos Açores, depois do fracasso do golpe de Almada.
O autor explica bem qual era o projecto do general golpista. Terminou mal, o próprio general seria destituído pelos militares e por seu turno enviado para os Açores, logo em 11 de Julho de 1926.
A via do 28 de Maio iria ser outra. As veleidades ''revolucionárias'' e justicialistas iriam ser trocadas por uma opção conservadora.
ma
O abrantino Martins Júnior, homem de mil revoluções, dirigente do P.Radical, republicano histórico, saúda ( já em Junho de 26) o seu amigo e correligionário (militante do mesmo partido) General Gomes da Costa, chefe dos triúnviros, que dirigiram a arrancada de Braga que culminou com a rendição de Bernardino Machado.
A foto é no Palácio de Belém onde reside efemeramente, o novo Presidente.
Depois do 5 de Outubro, M. Júnior foi um dos primeiros a ir saudar, levando atrás centenas de abrantinos, Afonso Costa ao Terreiro do Paço.
Agora vai aparentemente sozinho e leva um ramo de flores.
Mas em nenhuma das ''situações'' conseguirá um lugar de destaque.
Em Abrantes, Manuel Valente Júnior é já um dos aliados dos fascistas integrais de Henrique Augusto Silva Martins e acabará por ingressar lá mais para adiante no futuro partido único e terminará a levantar o braço e a saudar Salazar.
Quem manda? Salazar!
Quem obedece?
O Valente das Mouriscas!
Valente dirigindo os comerciantes da terra a visitar o Ministro das Finanças, Oliveira Salazar.
O homem terminará nas hostes do PS de Abrantes, a convite alegadamente do publicista Silva.
Martins Júnior depois de peripécias várias, incluindo um plano para derrubar a ditadura, deixará a política.
Andaram os historiadores locais a garantir que João Augusto da Silva Martins não era amigo do filho do Sr.Barão de Joane. Isto prova o contrário.
A foto seguinte prova que habituado a tratar com el-Rei Dom Luís, sabia tratar com SMC Alfonso XIII
Nos intervalos despachava empregos de caixeira no Grandela.
mn
Bento Gonçalves, que morreu no Tarrafal, foi o 2º S. Geral do PCP (o 1º foi Carlos Rates).
No Livro ''Palavras Necessárias'' retratou os golpes do abrantino Martins Júnior:
'(...)' Ainda no ano de 1925, os reaccionários tentaram a sorte. Em 19 de Junho, o comandante Cabeçadas tomou de assalto um barco de guerra de onde chegou a fazer uns tiros para terra. Porém, a indecisão é já manifesta covardia dos conspiradores reaccionários que não deram sinal de vida, em terra. O Governo julgou a aventura, talvez muito aborrecido e contrariado por não ser ainda desta vez que punham fim à fantochada da sua existência. Em Dezembro de 1925 ou Janeiro de 1926, Martins Júnior, pessoa ambiciosa e tresloucada, capaz de se bandear com a reacção, como depois se provou com a sua adesão ao fascismo, arrancou com a artilharia de Vendas Novas e trá-la para Almada e Cacilhas de onde, à mistura com uns vivas ao Partido Radical, fez uns tiros para Lisboa. O Governo, porque se tratava de elementos tidos como «radicais», foi menos macio e, depois de apagar mais o rastilho de Almada, deportou o Martins Júnior, alguns sargentos e praças para a Madeira e Açores. Um dos heróis desta «fita» foi José Maria de Almeida Júnior.
Estas aventuras, conquanto fossem chefiadas por pessoas cujos nomes andavam ligados à vida da República liberal e arvorassem o estandarte da luta contra o partido da tirania e opressão, o Partido Democrático, eram inspiradas pelos futuros fascistas. A reconhecida incapacidade política da pequena burguesia era aproveitada pela reacção que a par e passo a lançava em aventuras desesperadas. A reacção tinha agentes seus nos agrupamentos pequeno-burgueses para o que desse e viesse. Em qualquer circunstância favorável aos seus desígnios, esses agentes tratariam de concertar as coisas a seu favor. É que os reaccionários não tinham ainda descartado a hipótese de os aventureiros oportunistas da pequeno-burguesia serem alguma vez bem sucedidos num dos seus frequentes «golpes». E dado que tal viesse a suceder, os seus agentes tratariam de encaminhar o sucesso para o ponto em que os fascistas lhe pudessem deitar a mão. Se esta previsão não se desse, havia que esperar o esgotamento de toda essa actividade política putchista e ligar mais tarde toda essa gente a um putche verdadeiramente revolucionário (...)
devida vénia a https://www.marxists.org/portugues/goncalves/ano/mes/palavras.htm
O livro é
Palavras Necessárias
(Elementos para a História do Movimento Operário Português)
mn
«Era uma especie de grande bolsa», assim abre o livro de Martins Junior, «onde os mercadores, sem cotação e sem escrupulos, iam leiloar todos os privilegios da sua terra.
Ali, reuniam-se aqueles que formavam uma quadrilha chamada, ou geralmente conhecida pela “Santa aliança dos do Olho Vivo”. Na cidade puseram ao casarão o nome de S. Bento da porta aberta, mas o nome não estava bem colocado, porque, a porta estava aberta sómente para os que cumpunham o ramo florido do negocio. [...] Ali, no templo do negocio, na grande bolsa da terra, só podiam entrar aqueles cujas habilitações no golpe estivessem amplamente demonstradas por atos publicos ou como tal conhecidas. Á grande bolsa ia de tudo: parvos ambiciosos, estupidos arreigados á ganancia desmedida e finórios que não tinham outro objectivo senão o de governarem-se de qualquer forma sem olharem mesmo aos meios para conseguir os fins. [...]»
Excerto do livro publicado no site da Frenesi Livros
Elogio da Obra na Brotéria, 1931, dirigida pelo Padre Silva Tavares, SJ
Como já se disse M. Júnior era o dr. João Augusto Silva Martins, recordado na toponímia. É a rua onde está a A. de Lavradores, na Arrifana.
Sobre ele. Ver o Coisas de Abrantes e o blogue
ma
O site Eu Gosto de Santarém publica uma conferência do dr. José Raimundo Noras, homem com provas dadas no estudo do republicanismo ribatejano, sobre os candidatos à Constituinte em 1911, na nossa região, particularmente sobre essas eleições no Mação.
Diz Noras que não houve listas de Oposição. Ora, segundo o Eduardo Campos, houve uma dissidência republicana, apresentando-se vários candidatos contra a lista oficial como o multifacetado Martins Júnior que se candidatou e perdeu. E o capitão António Maria Baptista, que chegaria a Presidente do Conselho (morreu no cargo) também foi candidato e perdeu as eleições. O João Damas também se apresentou contra a lista oficial.....e foi eleito ....
Além da informação disponibilizada pelo Sardoal com Memória, temos os resultados
O Prof Adelino Maltez salienta que 91 deputados foram ''nomeados'', dado que não houve eleições nos círculos onde não se apresentou a Oposição. No círculo de Tomar, de que fazia parte Abrantes e o Mação, como se apresentaram os dissidentes contra a Lista Oficial, houve eleições.
E curiosamente o dissidente eleito; João Damas bem como António Maria Baptista alinhariam com o afonsismo e o abrantino Ramiro Guedes, conotado com a ortodoxia, faria um longo percurso para a Direita, unionista primeiro, sidonista depois, etc.
Este apontamento é apenas um esboço para um assunto a estudar.
mn
Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes no século XX, para o documento reproduzido.
Martins Júnior estava em todas. Depois de ter participado activamente nos movimentos golpistas que precederam o 28 de Maio e de ser distinguido a rachar cabeças aos seus antigos amigos sindicalistas da Batalha, em 1928 já conspirava para dar um golpe-anti-fascista .
Pelo menos é o que se conta nesta carta dirigida ao deposto Presidente da República, Bernardino Machado.
O Golpe anti-fascista estava previsto para 1 de Março de 1928 e contava com a participação de Cunha Leal (já desiludido também com o 28 de Maio), o democrático António Maria da Silva e o construtor civil abrantino, certamente com a sua milícia privada, que depois se alistou na PVDE.
A carta ao Ex-Presidente vai assinada por António Resende e tem a data de 28-2-1928.
Martins Junior com Afonso Costa (foto Josua Benoliel)
Ficam já a saber que o Martins Júnior foi o primeiro fascista abrantino e se calhar o primeiro anti -fascista da cidade e concelho.
Não podia estar quieto, não havia revolução ou bernarda que lhe escapasse.
O documento acha-se na Fundação Mário Soares, donde se reproduz com a devida vénia e donde se retiraram alguns dados.
mn
Era 3 de Fevereiro de 1926, continua o orador
(...)
fonte: diário das sessões.
mn
tinha o Martins Júnior alguma razão em querer cortar cabeças de bonzos e especialmente de canhotos, lá isso tinha
uma das promessas do golpe era fuzilar todos os envolvidos na burla do Banco Angola e Metrópole, do Alves dos Reis
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