Em 2003, o dr Álvaro Batista e o C.Silva, publicaram um estudo no ''Ficheiro Epigráfico'', onde davam conta da descoberta duma lápide ou ara romana inédita, em S.Facundo, e procedia à sua leitura.
A leitura do prestigiado arqueólogo abrantino foi esta:
''Triteu, (filho de?) Turao?, cumpriu de bom grado um voto a
Peica (?).''
Advertiam depois Álvaro Batista, e o seu colaborador, que Peica era uma divindade indígena, que continuava a ser honrada, quando a romanização ia já adiantada (Sec. II) e que não se conhecia paralelo, com esta Deusa (?) na Península.
Posteriormente, outros autores, como o Professor José María Blázquez, um dos mais eminentes romanistas ibéricos, estudaram este assunto.
Acha que o teónimo seria Peicai e encontrou-lhe um paralelo em Numância: Paicacomai.(1).
Estaríamos portanto perante uma peça de história abrantina (e ibérica) a preservar a todo o custo e que devia ter um lugar de honra num museu de História da Cidade.
Como não a vi em nenhuma exposição, inquiri a CMA, donde estava a peça:
Eis a alucinante resposta da Drª Filomena Gaspar, responsável pelo Museu D.Lopo de Almeida, e ao tempo empresária de arqueologia.
Como é que possível que o património em Abrantes, esteja assim?
Como é que uma peça única na Península Ibérica leva descaminho?
Era Vereadora da Cultura, Isilda Jana.
Finalmente diz a Lei, que a Isilda incumpriu :
Quem encontrar, em terreno público ou particular, ou em meio submerso, quaisquer testemunhos arqueológicos fica obrigado a dar conhecimento do achado no prazo de quarenta e oito horas à administração do património cultural competente ou à autoridade policial, que assegurará a guarda desses testemunhos e de imediato informará aquela, a fim de serem tomadas as providências convenientes.
2 - A descoberta fortuita de bens móveis arqueológicos com valor comercial confere ao achador o direito a uma recompensa, nos termos da lei.
mn
(1)José Maria Blasquez, TEÓNIMOS HISPANOS. ADDENDA Y CORRIGENDA. V-Acta Palaeohispanica X
Palaeohispanica 9 (2009), pp. 39-61
(2) Informação interna da autarquia de 30.4.12
De Alvaro Batista a 24 de Outubro de 2021 às 11:31
Bom dia minha gente
Antes de mais quero agradecer o facto do vosso reconhecimento pelo trabalho que tenho desenvolvido neste concelho de Abrantes e vizinho de Constância, mormente pela sua Carta Arqueológica, que diga-se, tem sido inexplicavelmente ignorada, bem como a defesa dp património arqueológico do concelho. Não têem arqueologo e deviam ter, até porque o território anda ao deus dará em questões de defesa a que são obrigados por lei.
Mas, o que me trás aqui é a Ara a PEICA de S. Facundo e o devido esclarecimento que agora venho aqui realizar.
A Câmara de Abrantes não tem culpa de esta Ara não estar no seu acervo, bem como esta ter sido sonegada da quinta do Dr. Abel, precisamente em 2003, quando dei com ela na quinta e quando estava por protocolo para a Fundação Estrada. Pois bem, é hora de ela aparecer e dar entrada no MIAA, como acervo da Câmara a que legitimamente pertence.
Mas fale-mos do MIAA, porque é importante que nele fale-mos, quando se elogia o trabalho do Álvaro Batista.
Para que conste. O MIAA é camarário, é um Museu Municipal e não da Fundação EStrada, do Luis Oosterbec ou do Carrilho da Graça. Protocolos são feitos e podem ser renovados. Se a Fundação Estrada quer um Museu, deve-o fazer particularmente. Porque digo isto? Simples, porque quando entrei no MIAA recentemente fiquei desiludido com o que vi, como o ando de à muito com o tratamento que tem feito com o espólio dos concelhos a que as Cartas Arqueológicas me dizem inteiramente respeito. Quando se mexe coloca-se nos sitios devidos e o espólio, como natural do Concelho de Abrantes diz respeito ao concelho e não é propriedade de A, B ou C, estando o meu dever de o doar ao Município, como foi sempre meu propósito. Se faltar algum temos porras podem crer, pois ninguém me trata como descartável e muito menos trata a colecção do Municipio como algo redutor, desprezível ou sem qualquer importância ou valor. Como bons arqueólogos, deveriam saber que na colecção camarária o Álvaro Batista era e é fundamental para ser consultado e até para estar à frente do que diz respeito ao nosso municipio. Não sei que raio de protocolo fizeram com a Fundação Estrada e qual o papel do Doutor Luis Oosterbek ou o do Carrilho da Graça, mas decerto, saberem melhor do que eu sobre a arqueologia do concelho de Abrantes e até Constância não sabem. Mas, sabem utilizar o espólio por ele recolhido, e nunca fizeram nada para ele ser promovido a técnico superior. Deixemo-nos de hipocrisia. Museologia só vem depois do trabalho arqueológico de campo e de gabinete. Não andem pois para aí a viverem à custa do trabalho que o Álvaro Batista fez aqui desde 1980, porque se temos algum conhecimento se deve a ele. Se se escavou na Amoreira, se deve à minha pessoa como o se fez no povoado de Santa Margariga, que diga-se é uma vergonha, perante a importância deste nada mais ali se ter feito ou sequer o local estar a ser intervencionado para salvar a maior informação disponivel. Isto é arqueologia, isto é ciência isto é dever das Câmaras envolvidas.
Não gostei do que vi no MIAA, porque é irrisório. , o que se irá expor sobre o nosso concelho num Museu que é camarário e não é da Fundação Estrada. A Câmara tem técnicos que sabem o que devem ou não expor nas suas vitrines sobre este concelho e não precisamos de quem quer que seja que tome o lugar que a mim me diz respeito, por reconhecimento, trabalho desenvolvido. Tenham vergonha na cara e façam o que deve ser feito, respeitando o próximo com a dignidade com que todos devemos ser tratados. Se querem subir e terem pseudo importância o façam à custa do vosso trabalho e não do alheio.
A impoortaância do espólio abrantino supera o da Fundação Estrada por uma simples razão. Sabe-se o local de proveniência, tráz luz sobre a ocupação do concelho e nos informa que muito existe a fazer e a proteger. O da Fundação Estrada nos diz que tudo o que luze não é ouro.
O Museu do MIAA é camarário e como tal deve ser considerado. Se a Fundação quer um Museu tem espaço no antigo cinema do Rossio para o fazer, como era pretensão em 2003. Sabem porque estou a ser claro, porque não gosto que me chamem de ladrão e não ver as pessoas e espólio do meu conselho a ser mal tratado e a me ser recusado uma declaração em como trabalhei para a Fundação Estrada. Assunto encer
obrigado Álvaro pela sua opinião
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