Reproduz-se artigo de João Pico....de 2007! sobre este escandaloso assunto:
Protecção Civil precisa-se em Abrantes
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A notícia da edição de O MIRANTE de 26 de Julho com o título “ Protecção Civil preocupada com falta de limpeza das matas do concelho de Abrantes” é um perigoso amontoado de confusões e de contradições. O responsável da Protecção Civil é o presidente da Câmara e não a pessoa que é apresentada como tal, João Pombo, seu adjunto. As suas declarações são elucidativas. Nomeadamente quando diz, esta coisa espantosa: “os incêndios são inevitáveis no Verão”. Infeliz é também a citação da legislação que obriga a limpeza de propriedades num raio de 50 metros à volta das edificações. É que, desde logo, exclui a maioria das propriedades: as que não são confinantes com edifícios. Toda a gente sabe – e os responsáveis da Protecção Civil, deveriam sabê-lo melhor do que ninguém - que uma vez deflagrado o incêndio, qualquer edifício nas redondezas pode ser facilmente atingido: há chamas que “galgam” distâncias de 100 metros.O que não disse o responsável da Protecção Civil é que não existem “bocas de incêndio” calibradas para as secções de abastecimento dos auto tanques em muitas freguesias do concelho de Abrantes. Apesar da albufeira do Castelo de Bode percorrer cinco freguesias a Norte do concelho de Abrantes e de haver duas captações de água municipais, (a cargo dos SMAS, no Colmeal na freguesia das Fontes e na Cabeça Gorda na Aldeia do Mato), durante o terrível incêndio de 18 e 19 de Agosto de 2005 - arderam vastas áreas em oito freguesias contíguas. Os autotanques mal se esvaziavam tinham que regressar a Abrantes, por percursos de 20 a 30 quilómetros, com o propósito de se reabastecerem. Havendo cooperativas de regas com depósitos de 600 metros cúbicos de água, nunca os Bombeiros ou os SMAS se preocuparam em qualquer um dos casos, de adaptarem a esses depósitos, “as necessárias bocas-de-incêndio” devidamente seccionadas. Isto diz tudo, sobre eficácia real no combate aos incêndios no concelho de Abrantes e ao “planeamento” do que se diz ser a “protecção civil”…Quanto aos 3.200 hectares da ZIF da Aldeia do Mato, Rio de Moinhos e Martinchel, citada no artigo, cabe perguntar, o que há de diferente nessa área tão extensa. Se houvesse algo de bom ordenamento e limpeza e o responsável da Protecção Civil, logo o teria dito, até a título de bom exemplo. Para já, num “plano florestal” cada 100 hectares de floresta “obrigam” a uma represa de água ou mini-barragem. Onde está a primeira dessas necessárias 32 represas, já que a área da ZIF ocupa 3.200 hectares?! Não brinquem com as vidas e os parcos haveres das pessoas, eis a primeira grande iniciativa a incutir na mentalidade dos responsáveis da dita Protecção Civil. João Baptista Pico - Abrantes