Sou um homem ligado à Justiça e ao Direito, e não ficaria bem com a minha consciência se deixasse passar alguns factos que a põem em causa e que comprometem a própria democracia e a liberdade.
Apresentei-me a candidato a Presidente da Federação de Coimbra do PS exactamente para combater o “satus quo” reinante, unir o Partido e reabilitá-lo na sua imagem e dignidade, duramente afectadas com os recentes acontecimentos.
No decorrer da campanha fui entendendo as mensagens que me foram chegando pelos militantes e dirigentes distritais quanto à sua saturação no que respeita ao ambiente interno do PS, tendo igualmente constatado que se não encontravam reunidas as condições mínimas para umas eleições democráticas, transparentes e isentas, onde os militantes socialistas pudessem exercer em liberdade e consciência o seu direito de voto.
Expus tais factos aos Órgãos Federativos e Nacionais do Partido Socialista, não tendo obtido, ainda, qualquer resposta.
Não sou de desistir das empresas a que me abalanço, mas também não posso permitir que dentro do meu próprio partido, cuja linha principal é a luta pela liberdade, tolerância, democracia, isenção e transparência da vida politica, se subvertam tais valores com interpretações enviesadas das decisões legitimamente tomadas.
Desde logo apresentei a minha candidatura a Presidente da Federação sob protesto, tendo, de seguida, impugnado a Comissão Organizadora do Congresso, pela circunstância de não ter qualquer legitimidade por não ter sido eleita pelo órgão próprio.
Desta impugnação, e de outras apresentadas, não obtive, até ao momento, qualquer resposta dos órgãos competentes.
O processo eleitoral para as eleições federativas de Coimbra encontra-se viciado, não garantindo as mínimas condições de legalidade e transparência, tratando de forma desigual as candidaturas existentes.
Pela minha parte, e porque a minha consciência me obriga, não poderei pactuar ou dar legitimidade a um acto que considero indigno e ilegítimo. Por tal razão suspendo imediatamente a minha candidatura não só à Presidência da Federação, como também quanto à apresentação de listas ao seu congresso.
Cabe agora aos Órgãos Nacionais a última palavra.
Por último, um profundo e reconhecido agradecimento aos camaradas que me apoiaram, acompanharam e trabalharam na minha candidatura, alguns deles com elevado prejuízo da sua vida pessoal e profissional, lembrando-lhes que a luta não termina aqui...
Coimbra, 12 de Maio de 2016
com a devida vénia
estamos certos que a Secretária Nacional do PS, Maria do Céu Albuquerque se interessará pela reposição da legalidade

a redacção