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O melhor jornal da Europa, o Monde tem vindo a realizar uma série de reportagens sobre a personagem contraditória do eng. Jorge Bergoglio (formado em química, padre jesuíta) que actualmente é Pontífice Romano.

A última é sobre a atitude ambivalente do ex-Arcebispo porteño em relação aos homossexuais.

Não se pode pedir a um octagenário, de formação homófoba ( a Igreja é homófoba), originário dum país onde o machismo é endémico, regedor duma comunidade que atravessa uma tempestade onde os curas abusadores são 85% gays e as vítimas essencialmente do sexo masculino, que por muito caridoso e aberto de espírito que seja, que tenha uma mentalidade completamente aberta aos novos tempos.

Dizia Ortega y Gasset  que um homem está dependente das suas circunstâncias.

E Bergoglio, escolhido por João Paulo II, para Arcebispo de Buenos Aires, não é capaz de fugir da ortodoxia e é prisioneiro dela.

Homem aberto e culto, chegou a organizar conferências para aos alunos de literatura do secundário, num colégio de província onde dava aulas, com Jorge Luís Borges, que atravessou num autocarro 700 km de pampa para estar presente, façanha difícil para um cego, também é um político e está prisioneiro dos equilíbrios eclesiais romanos.

Mas há atitudes que cheiram a beata hipocrisia e a excessivo cálculo político.

Monsieur Laurente Stefanini, Embaixador de França, actualmente na Unesco foi vetado em condições humilhantes para ser o representante da França no Vaticano.

Conta-o ao Monde

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foto Unesco