incansavelmente vasculhou as ruínas
durante dois anos depois do terramoto.
Ele sabia que ali sob a torre caída
em cada palavra de cada manuscrito
estava a nossa perdida perdida memória.
E durante dois anos incansavelmente
procurou nas ruínas removeu as pedras.
Tu que dizes de ti a parte mais visível
não esqueças a lição de manuel de maia
o arquitecto que reconstruiu a história.
Algures dentro de nós há uma torre caída
algures na perdida perdida memória.
Procura aí a crónica e o poema
nessa torre do tombo destruída
não apenas arquivos papéis pergaminhos
procura o sangue do teu sangue o nome do teu nome
procura o tempo e seu sentido
sob a torre caída da nossa perdida
perdida memória.''
O Serrano percebia de cubos
e por isso o Arq. António Castel-Branco meteu-lhe este cubo na linha do horizonte.
e mesmo assim o gajo não percebeu a poesia que há num velho convento
Alcobaça
Desfolha a rosa e a rosácea
a beleza nasce uma só vez
desfolha a luz desfolha a sombra
na grande nave quase abstracta
a coroa e a pedra de Pedro e Inês
Desfolha a rosa e a rosácea
pétala a pétala os vitrais
e o número mágico e a geometria
o triângulo e o ponto das catedrais.
A beleza nasce uma só vez
não mais.
Manuel Alegre
A beleza que temos em Abrantes, a nossa paisagem não há-de ser arrasada por bimbos deslumbrados pelo discurso patético da pequena-burguesia Kultural.
já chega? a ver vamos
ma