6 de Março 1909.
Foi hoje o enterro do Taborda. Aqui ha tempos cahiu de cama e disse a alguem a chorar:
--D'esta vez é certo! Sinto que vou morrer... E a vida é tão linda!
Tinha oitenta e cinco annos. Os jornaes contaram d'elle esta coisa enternecedora: D'uma vez foi recitar um monologo a um asylo de raparigas da sua terra. O monologo começava assim: «Boas noites, meus senhores...». Entrou no palco e disse a phrase:
Boas noites, meus senhores...
E as meninas do asylo, que o conheciam todas, levantaram-se e responderam á uma:
--Muito boas noites, senhor Taborda!
A morte engrandece sempre, mas acho horrivel acabar na rua dos Calafates, entre a convenção e a mentira, andar por cima, andar por baixo, corôas secas, photographias e recordações de bastidores. Um velho tem direito a morrer entre arvores, em plena natureza. Os bichos, quando sentem aproximar-se o fim, procuram um buraco para se esconder... São mais felizes.
Raul Brandão, Memórias , Free Editorial
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)