Estava para me ocupar do douto padre Manuel Cordeiro, abrantino, jesuíta, professor de Teolologia Moral na Universidade de Évora, tanto que até li um livro em alemão.
O Cordeiro foi depois missionário nas partes de África, regressou ao reino, e arranjou colocação na Inquisição, tendo sido Capelão do Cardeal-D.Henrique, Arcebispo de Évora e Inquisidor-Geral. Rei depois de D.Sebastião ter perecido na Jornada de África.
Homem importante portanto e autor de calhamaços filosóficos em Latim.
Ia nisto, quando apareceu o homem que gostava de mulatas.
João Moreno Bolarejo, ''marítimo muito abastado'', com ''sangue limpo'', residente na vila, pretendeu ser familiar do Santo Ofício, em 1697, coisa que lhe garantia o início duma carreira promissora, entrada na Vereação ou na Mesa da Misericórdia e depois quem sabe, um hábito de Santiago ou de Cristo e a garantia que os descendentes não seriam incomodados pelo Santo Ofício e até podiam medrar na oligarquia. (1)
A Inquisição respondeu-lhe com um ''niet'', o Bolarejo gostava demasiado de mulatas, tanto que se casara com uma.
A sua mulher, Maria Lopes Burgeta, era mulata por parte da sua avó materna.
Resultado: não pôde ser bufo diplomado e reconhecido.
(1)Luiz Fernando Rodrigues Lopes, INDIGNOS DE SERVIR: OS CANDIDATOS REJEITADOS PELO SANTO OFÍCIO PORTUGUÊS (1680-1780), UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, 2018
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