(...) Por isso, o gentio ignaro arrasta uma existência dura e selvagem, entalado naquele calcanhar do mundo que fielmente o resguarda de todo o contacto com os prazeres modernos. São pouco mais do que animais bravios confinados nos quatro palmos de uma jaula.
Nascem, crescem, multiplicam-se e morrem à lei da natureza, sob o ôlho vigilante e paternal do bom Deus. Até aos seis meses, vivem como sanguessugas, chupando com pequenas intermitências os amojados peitos maternais. Então, usam desmamá-los de modo original, ou antes, bárbaro, subministrando-lhes fartas tarraçadas de vinho quente e quando Deus quer de aguardente medronheira. Doràvante, seu passadio quotidiano vai ser punhados de carrapato sêco ou de grão, servidos nos próprios têstos das marmitas à beirinha dos fogos lareiros, onde os lambões por vezes ardem como pinho sêco, na ausência das mães. Muitos morrem antes do ano, indo engrossar a legião dos anjos. Mas os que escapam fazem-se rapagões feros, sempre revestidos de basta porcaria, que a água é pouca para as hortas, e as donas não dispõem de tempo para asseá-los” (Virgílio Godinho, Calcanhar do mundo, 1942).
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)