Repesca-se a crónica do 1º de Maio de 1974, pelo saudoso amigo Mário Semedo. Como se verá a descrição que ele faz, é um bocado diferente das versões ultimamente divulgadas.....
Quarta-feira, 1 de Maio de 2013
Começa Maio, chuvoso, invernal e.......
é bom recordar que Maio já foi um mês de esperança e unidade, em que em tudo de bom parecia possível acreditar, naturalmente com reticências como as que o Mário Semedo retrata neste artigo, evocando o 1º de Maio de 1974 em Abrantes, pena é que o nosso amigo Mário tenha sido demasiado reticente para contar tudo o que sabia e sabe sobre esse Maio.....
Ribatejo 30-4-98
uma enorme manifestação dum povo ingénuo saudou políticos, alguns ineptos e irresponsáveis, na Esplanada que então se chamava António da Silva Martins, o pai de Rosa Casaco, segundo o pide disse
é a segunda foto.....
hoje a esplanada chama-se 1º de Maio e já não leva o nome do pai de Rosa Casaco (segundo afirmações do pide ao Expresso) e tem este aspecto
(...)
Com a colaboração involuntária do Sr.Dr. Pacheco Pereira, o maior marxista (1) do PPD.
Gamado ao Ephemera!
(1) Não se deve esquecer o Zé Barroso.....
ma
falta o São José Operário, coitadinho, se calhar está na missa
Ficamos a saber que o Chefe Hélder de Santarém policiava pidescamente o Tramagal, diz o Inspector Óscar Cardoso.
E acerca das festividades do 1º de Maio, que a propaganda caciquista dizia que estavam proibidas pelo dr. Salazar, podemos citar sisuda tese universitária que desmente esta atoarda.
O Senhor Doutor Elíseo Estanque diz que pelo contrário foi a República jacobina, que teve no dr. Afonso Costa um glorioso ''racha-sindicalistas'', que proibiu o 1 º de Maio e que foi o salazarismo que o domesticou e incentivou enquanto fosse católico, patronal, corporativo e controlado pela padreirada.
A tese que se cita, com a devida vénia, foi defendida na Faculdade de Coimbra da Alma Máter, a bela Coimbra.
Pode lê-la aqui.
ma
A Presidente da Câmara participou esta manhã nas comemorações do 1º de Maio, no Tramagal. A junta de freguesia promoveu a realização de uma homenagem junto ao busto de Eduardo Duarte Ferreira, industrial, fundador da MDF, que marcou de forma indelével a história do Tramagal.
(...)
Já no Largo dos Combatentes da Grande Guerra, ho.uve lugar às intervenções do Presidente da Junta, Vitor HugoCardoso, do neto do Comendador, Carlos Duarte Ferreira e da Presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque. Seguiu-se um concerto musical proporcionado pela banda convidada.
Desde 1901 que Eduardo Duarte Ferreira fazia questão de comemorar o Dia 1 de Maio, com os seus trabalhadores e com as suas famílias. Mesmo quando Salazar proibiu a festa no Tramagal, o Comendador fretou um comboio especial, pegou nos seus homens e mulheres, e rumaram todos para Lisboa. Para fazer a festa e celebrar o Dia do Trabalhador, manifestação popular que estava na altura proibida em todo o país.'' (...)
A Tagus, cujo boss na prática é o Pedro Saraiva,
homem ligado à Presidente abrantina, dadas as funções que ocupa e ainda por ter sido 6º candidato PS a Vereador, mostra neste vídeo como as muralhas do Largo da Feira (também conhecido por Esplanada Dr.António Silva Martins e Largo 1º de Maio) teriam sido construídas por D.Pedro II, para defender Abrantes dum provável ataque castelhano, dado que na época do monarca se desenrolava a Guerra de Sucessão de Espanha, onde Portugal alinhou com a Inglaterra, para impor um Habsburgo como monarca do país vizinho, contra a França que queria impor um Bourbón, que seria Filipe V.
Ou seja era um organismo ligado à CMA, que aparentemente recebeu fundos comunitários para fazer o vídeo, destacava a importância das muralhas, que agora a edilidade deitou abaixo, abandalhando a velha cerca, para meter lá um bunker.
Mas antes do Bunker da Céu, o Henver Hodja, espalhou bunkers pela Albânia Vermelha, em cada esquina, campo ou cemitério, esperando um ataque social-fascista....
Albânia, bunker do Hodja, caudilho maoísta local
Mas o ataque à muralha do Largo da Feira começou antes....
com esta incrível construção em cima da muralha do Largo do 1º de Maio, onde nessa data não se manifestaram os abrantinos, em 1974, a favor da nenhuma república, mas sim a favor da democracia, porque já havia república, só que ditatorial e fascista. E depois alguns dos dirigentes da manifestação quiseram traí-la, fazendo o possível para construir uma república soviética ...
a manif do 1 º de Maio de 1974 às portas do Quartel, hoje quase desactivado.
Moral da História: aqueles que sustentaram que as muralhas eram de D.Pedro II, (coisa discutível) autorizaram a sua destruição e ainda deram cabo de parte do baluarte de S.Domingos para construir o Centro de Saúde, onde estavam os Claras.
Ou seja o vandalismo deve ser vermelho, embora eu ache que é só analfabeto.
MA
reproduzido do grupo tramagal com a devida vénia
Começa Maio, chuvoso, invernal e.......
é bom recordar que Maio já foi um mês de esperança e unidade, em que em tudo de bom parecia possível acreditar, naturalmente com reticências como as que o Mário Semedo retrata neste artigo, evocando o 1º de Maio de 1974 em Abrantes, pena é que o nosso amigo Mário tenha sido demasiado reticente para contar tudo o que sabia e sabe sobre esse Maio.....
uma enorme manifestação dum povo ingénuo saudou políticos, alguns ineptos e irresponsáveis, na Esplanada que então se chamava António da Silva Martins, o pai de Rosa Casaco, segundo o pide disse
é a segunda foto.....
hoje a esplanada chama-se 1º de Maio e já não leva o nome do pai de Rosa Casaco (segundo afirmações do pide ao Expresso) e tem este aspecto
um cubo de betão no lugar da velha muralha de D.Pedro II (datação da CMA), uma obra adjudicada a uma empresa falida, a memória histórica da cidade ultrajada, o património vandalizado, o dinheiro público atirado à rua, a má administração no seu melhor e como não costumamos fazer tantas reticências como o caríssimo Mário, aqui vai a cara da responsável por isso
é 1º de Maio e os nossos bombeiros estão em luta, contra quem foi apanhada a fazer pagamentos ilegais, que se chama Maria do Céu e é nossa obrigação estar com quem defende a justiça e com quem está a ver os seus direitos espezinhados....
Finalmente Maio é mês de milagres para os crentes e enquanto se desvanecem as posibilidades de lutar unidos, em boa parte graças à atitude do PCP que em 1975 dividiu o povo e tentou estabelecer uma ditadura e agrediu Mário Soares à entrada do Estádio 1 º de Maio...., e por outra parte graças aos sucessivos governos da partidocracia que acorrentaram este país à usura internacional e à troika, e em grande parte devido a este Presidente chamado Cavaco que foi defendido nas colunas do Ribatejo por um tal Armando Fernandes, enquanto insultava Manuel Alegre....resta a esse povo... Fátima
Cantava Zeca Afonso que seria em Grândola à sombra duma azinheira, mas parece-me que a única azinheira que resta a este povo é esta.......
Fraco consolo, porque não acredito em milagres, mas deixemos ao menos ao povo o fraco consolo de encher no dia 13 de Maio a Cova da Iria...antes que estabeleçam lá uma bilheteira ......
Miguel Abrantes
Seria por meados do PREC. As Fundições do Rossio de Abrantes tiveram problemas de tesouraria como grandes parte das empresas deste país. Por outro lado o PCP e a ala militar gonçalvista mais os esquerdistas aliados a Otelo agiam para transformar Portugal numa Ditadura comunista.
A sabotagem e a ocupação das grandes e médias empresas era uma parte do plano para nos acorrentar e submeter a uma Ditadura que seria mais atroz e miserável que a de Caetano.
Em África, a descolonização transformara-se na maior bandalheira que alguma vez vira o Exército Português. Para resumir entregavam-se as colónias a ditaduras comunistas, como se entregavam companheiros de armas que se tinham batido pela bandeira das quinas aos adversários de ontem, para serem fuzilados na melhor das hipóteses.
Pecado: serem pretos.
Portugal cobria-se de lama e o último estertor do fim do Império foi Timor, onde a tropa da Fretilin fuzilava Magiollo de Gouveia.
Os trabalhadores da FRA, manipulados pelos agitadores da CGTP (algum dos quais participaria na tentativa golpista vermelha do 25 de Novembro) exigiam o pagamento do décimo-terceiro mês. Não havia dinheiro na empresa.
Para garantir as ''massas'', o administrador eng. Amadeu de Castro e Solla Mendes foi sequestrado. Ficava como refém até que o irmão, o dr. João Soares Mendes conseguisse arranjar o dinheiro.
A situação prolongou-se durante uns dias sem que a PSP, a GNR ou a tropa movessem um dedo para libertar o empresário que os comunistas tinham ''sequestrado''.
Pouco o pouco o piquete revolucionário começou a cansar-se e um designou um dos camaradas para ficar de guarda ao Engenheiro.
Certo domingo eram horas do almoço. Entrou o motorista da Casa Soares Mendes, que trazia o almoço do preso. O militante proletário por seu turno tinha recebido um farnel que a sua dedicada esposa lá fora levar. Começaram os dois a almoçar.
Amadeu Soares Mendes disse ao guarda: ò Manel, a minha comida é melhor que a tua, além disso tenho aqui um tinto de estalo, anda almoçar comigo.
-Ò senhor Engenheiro, o Patrão desculpe, mas não posso. Estou de guarda. Os gajos da Comissão de trabalhadores davam cabo de mim.
-Ò Manel, como é que os gajos descobrem? Vais contar-lhes?
Acabaram os dois sentando-se à mesma mesa e devorando o almoço que a excelente cozinheira de Quinta de São João fizera com um mimo especial para o Engenheiro Amadeu, que coitadinho estava preso.....
Naturalmente, sendo os bons garfos e melhores copos a comida e o tinto foram à vida.
-Ò senhor Engenheiro a sua cozinheira é porreira......
O Engenheiro também petiscara do farnel do carcereiro revolucionário concedeu: Olha que a tua Avelina também tem mão para estas coisas. Os joaquinzinhos estavam magníficos.
-Obrigado, ò patrão Amadeu. A minha Avelina está muito chateada com o sequestro. Diz que esses bandidos dos comunistas estão a dar cabo do país. Meteram-se com ela por ter ido a Fátima....
-Essa gente não sabe o que faz, ò Manel, o que vinha mesmo a calhar agora era um digestivo. Vamos beber um copo.
-Ò senhor Engenheiro não pode ser. Os gajos da Comissão fritavam-me....
-E como é que eles descobrem, não foram para Lisboa gritar que eram a ''Muralha de Aço?
-Não têm vergonha, andam sempre a passear, hoje Domingo foram para Lisboa, de semana andam sempre na revolução, a malta a trabalhar, esses vadios a passearem e eu aqui sem poder ouvir o relato.....
-Vamos à tasca os dois ouvir o relato.
centro escolar do rossio
Saíram da fábrica às escondidas e entraram na tasca da esquina onde a Emissora Nacional estava a dar o Benfica-Sporting......
O Engenheiro pediu um uísque. O proleta pediu um bagaço. O Engenheiro mandou vir uma rodada. O povo aderiu à festa. De vez em quando os ânimos enxofravam-se por causa do árbitro. Benfiquistas animados pelo bagaço discutiam com sportinguistas um pouco transtornados pelas minis. O Engenheiro continuou fiel ao uísque.
Quando a Avelina foi ver do marido para lhe levar o jantar deu com o chofer do Engenheiro. Preso e guarda tinham fugido. A chegada dos tipos que tinham ido a Lisboa aumentou a confusão.
O resultado do pandemónio foi a libertação do eng. Amadeu.
Graças a ele, um populista nato, os operários da FRA acabaram por considerar que a Comissão de trabalhadores eram um grupo de nabos. Graças aos esforços de Amadeu e João Soares Mendes e à sensatez dos operários e outros trabalhadores da FRA aquilo não descambou como no Tramagal.
A revolução à abrantina é assim. O nome do Manuel e da Avelina são fictícios. O relato da história foi feito pelo eng. Amadeu Soares Mendes uns anos depois.....
Joaquim Amante dos Reis, (ficcionista proletário)
Recebemos do ficcionista proletário Sr. Reis este texto que publicamos com o melhor gosto.
O Sr. Reis pode mandar mais quando quiser.
imagens seleccionadas por nós
MN
Greve de 24 horas, por aumentos de salários, respeitando a dignidade e os direitos dos trabalhadores, na fábrica de travões Robert Bosch, em Alferrarede, Abrantes. (13/Abr)
in http://jangada-de-pedra.blogspot.com.es/2012/04/lutas-de-2012-1-parte.html
Ainda há greves? Há.
Roga-se a esta edilidade tão amiga do Kapital que faça uma postura proibindo a luta de classes no concelho
in abril de novo
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