Não se tem publicado nada sobre o teatro abrantino no dezanove. JM.Batista conta uma cena de 1844, no Teatro, que depois se chamaria Taborda, estavam os actores no palco e o público a ver a peça, quando chegou notícia duma revolução em Torres Novas.
O público abandonou em pânico o teatro e recusou-se a ver mais peças, deixando a companhia à míngua. Só não morreram à fome, porque a hospitalidade dos abrantinos lhes tirou a barriga de misérias.
Entretanto os revolucionários marcharam sobre Castelo Branco, ignorando a praça de Abrantes.
JM.Batista, Jornal do Centro Promotor das Classes Laboriosas, 1853
O articulista refere-se à revolta de Torres Novas contra Costa Cabral e o público andava avisado, porque os insurrectos marchando de lá, aboletaram-se bem perto em Tomar, antes de demandar a capital da Beira Baixa.
Cá no burgo residia ampla colónia de refugiados espanhóis, conhecidos por radicais, e havia o temor que se juntassem aos alçados.Costa Cabral dá ordens para prender os ''anarquistas'' e conduzi-los em coluna militar para o Forte de Peniche. (1) Mais pormenores no artigo citado, que tem relevante informação sobre a situação militar da vila.
mn
(1)Ver artigo de Luis Dória na Análise Social sobre a revolta e a estadia do Barão de Leiria, em Abrantes, ao comando de forças cabralistas, no link.
Revista Universal Lisbonense
O Conde do Tojal denuncia em 1844, a Costa Cabral, que uma quadrilha de contrabandistas aterrorizava os lavradores de Campo Maior.
Em conivência com o Director das Alfândegas faziam entrar trigo de Espanha e se os lavradores protestavam incendiavam-lhes os montes.
O trigo, entrado à margem da Fazenda Nacional, era depois levado pelos almocreves para Abrantes donde era distribuído por todo o país.
Tojal era Ministro da Fazenda e achava que este contrabando punha em causa as Finanças Nacionais.
ma
Já se viu como os abrantinos receberam fidalgamente os refugiados boers no século XIX.
Convém ver outro caso de recebimento de refugiados políticos, e já agora agradecer à CM Sardoal, onde foi apresentada uma oportuna exposição sobre refugiados austríacos, ou seja crianças desta nacionalidade aí acolhidas (como o foram na cidade) depois da 2ª Grande Guerra.
Dessas crianças pelo menos uma ficou em Abrantes, a Srª D.Gerte Moura Neves.
Em 1844, Portugal estava de novo em guerra civil entre os cartistas do Conde de Tomar e a esquerda liberal.Operações militares sucediam-se no país e na região e em Espanha os radicais levantaram-se em vários pronunciamentos contra vitória dos ''moderados'' nas eleições. Perderam e parte deles veio parar a Abrantes e o coronel Manuel Martinini, um castelhano por aqui radicado, casado com a rica proprietária de Constância, D.Emília de Sousa Falcão, recebeu os seus compatriotas e correligionários, porque ele próprio se levantara em armas uns dez anos antes contra o miguelismo, montando uma guerrilha que assolara todo o Alto Alentejo, proclamando em Nisa e outras terras, D.Maria II e a Carta. E acabara por se refugiar além-raia com os seus bravos.
Os refugiados espanhóis foram acolhidos nas vastas herdades da Família Falcão em Constância.
Estou à espera que haja um empresário capaz de ser solidário como o Coronel Martini.
Revista Universal Lisbonense, 1844
Mas também se verá como houve insolidários que ameaçaram chamar a tropa....para que Abrantes não recebesse refugiados.....e no caso portugueses.
mn
Como Emília de Sousa Falcão ofereceu a espada de Martini a um Imperador
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