Miguel Pereira Coutinho bateu Cunha Belém nas eleições de 1874 e foi eleito Deputado por Abrantes
O adversário de D.Miguel Pereira Coutinho
O amigo de D.Miguel Pereira Coutinho
O antecessor de D.Miguel em São Bento, um grande Deputado abrantino: Santos Silva
O funeral do deputado Santos Silva
gravura e biografia: Revista Occidente 1906
Quem eram os dois caciques ''progressistas'' (1)? O Abreu era o pai do Dr.Eduardo Solano de Abreu e de Tiago Solano de Abreu, um dos homens mais ricos da terra, graças à herança de Brás Consolado, o sogro. O outro era o ex-miguelista Raymundo Soares, este
Entre os protagonistas há vários antepassados de muitos abrantinos actuais, uns pintados como ''bons'' (os amigos dos regeneradores) e outros como péssimos, os que sustentavam a candidatura de D.Miguel Pereira Coutinho.
Quando houver pachorra talvez se traçe a biografia de cada um. O José Sebastião de Almeida Beja nasceu em 1793 e casou-se com uma pessoa da família dos antepassados de D.António Castel-Branco, a D.Jacinta de Castro Ataíde. Era um liberal vintista e teve problemas com os absolutistas.....caso do Raimundo Soares.
Naturalmente deve ter-se em conta que isto é um artigo eleiçoeiro, que provém dos amigos do candidato Cunha Belém. A versão dos ''históricos'' deve estar no ''Diário Popular''.
Só uma achega mais, o Visconde da Abrançalha tinha sido convidado para candidato progressista e recusou. Como se sabe mais tarde seria um fiel partidário dos regeneradores.
Quando houver mais tempo tentar-se-á estudar este assunto com mais pormenores.
mn
Fonte: Diário Ilustrado-1874
(1) Partido Histórico Progressista, chefiado pelo Duque de Loulé. A cooperação política e militar entre a esquerda liberal e o miguelismo tinha marcado parte da política da época, veja-se a Maria da Fonte
A perfeita bandalheira política, o correspondente do jornal regenerador aproveita um fatal incêndio em que morre um miúdo para insultar D.Miguel Pereira Coutinho, o candidato histórico (progressista). Mas há na notícia matéria para todos os gostos, o combate aos fogos funcionava mal, a Mesa da Misericórdia fora saneada e o vigário de São Vicente não apresentava contas, coisa que nos lembra uma situação parecida.
Teremos de identificar algumas das personagens, porque à primeira vista só reconheço o padre Sá Pereira, que seria um protegido de Avellar Machado.
O Largo do Encontro é o actual Largo Ramiro Guedes, onde está a Ondalux.
Consultadas as Cronologias do E.Campos e do Candeias não falam nisto, mas o Eduardo diz que no final deste ano a Câmara deliberou comprar nova bomba de apagar fogos e deu a velha aos rossienses, certamente um reflexo do flop no combate ao fogo fatal no Largo do Encontro.
mn
PS- Era Presidente da Câmara o capitão Joaquim Ferreira, que me parece que era um avoengo do caríssimo Manuel Bougard
fonte: Diário Ilustrado, 1874
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Alvega 10 de Junho de 1874
Em 10 de Junho de 1874, o jornal regenerador procurava desmentir as notícias veiculadas pela Oposição e pela Imprensa da capital acerca dos tumultos de Alvega, organizados pelos partidários de D.Miguel Pereira Coutinho em resposta à pressão feita pelo Administrador do Concelho e outros vultos, que tentavam pressionar a população a votar em Cunha Belém.
Foi inútil a pressão, como já se disse D.Miguel Pereira Coutinho venceu a eleição.
Eleito Deputado a 14 de Julho de 1874, a 15...... D.Miguel Coutinho estava nas cerimónias fúnebres do falecido deputado abrantino Santos e Silva, seu colega do Partido Progressista Histórico, cujo assento parlamentar era agora seu.
Santos e Silva morria pobre, organizava-se um peditório para a família e filhos
O Cunha Belém não é mencionado entre os que estavam no funeral de
estaria em casa a carpir as mágoas.
Em contrapartida alguns dos mais importantes políticos da época como Fontes Pereira de Melo (então presidente do conselho), Ávila e Bolama, o Duque de Loulé (líder do seu partido) e alguns dos vultos mais importantes da imprensa e da cultura da época como Pinheiro Chagas, Mendes Leal.....acorriam a homenagear o falecido.
ma
fontes: Diário Ilustrado
A História Cronológica do Concelho de Abrantes, de Candeias Silva, é omissa em relação às eleições legislativas de 1874
A propaganda regeneradora alcançou em 1874 o delírio. Chegou a acusar o Coutinho de ser apoiado por miguelistas e republicanos, numa união sagrada. Ora ia o Coutinho pelo P.Histórico, cujo fundador era o Duque de Loulé, casado (embora vivesse separado) com a Infanta D.Ana Maria de Jesus, irmã do fundador do regime, el-Rei. D.Pedro IV. Era um liberal de esquerdas, Nuno Rolim de Moura Barreto, mas não era um republicano.
O Cunha Belém, alto-dirigente da maçonaria, era um reaccionário e terminou expulso do Parlamento por um desfalque. Mas na propaganda apresentada aos abrantinos, descreve paternalmente D.Miguel Coutinho como um inútil embora ''bom rapaz''.
E apresenta-se a si próprio como um homem de estudos ''científicos'' (o Coutinho estudara Filosofia e Matemática em Coimbra, mas não acabara o curso) e colaborador de todas as gazetas de Lisboa.
Estivera alguns anos em Abrantes, como militar, só faltou acusar D.Miguel de não ter feito a tropa.
Ou seja para o Cunha Belém e para o estado-maior regenerador abrantino, o aristocrata era um inútil, um parasita, um candidato pára-quedista a deputado (tinha mais raízes familiares no concelho que o outro) mas não lhe chamaram ladrão.
Quem se viu acusado de ''ladrão'' (1), foi o Belém quando o expulsaram do Parlamento, enquanto D.Miguel assistia à cena deliciado.
ma
(1) O Belém foi mais tarde ''reabilitado'' .
D.Ilustrado 1874
Francisco de Abreu, influente progressista, era o pai de José Eduardo Solano de Abreu (que herdou a influência política paterna) e de Tiago de Abreu.
Os regeneradores tentavam-no desprestigiar e ao mesmo tempo ao candidato do PP, D.Miguel Pereira Coutinho.
Mas o triunfalismo regenerador ia ter amargos de boca, os apoiantes do Coutinho chegaram a montar um motim em Alvega no dia da ida às urnas e houve alguma prisão e sangue, segundo a Imprensa progressista, um simples incidente segundo os caciques que estavam no poder.
Pereira Coutinho foi eleito Deputado por Abrantes.
Talvez se veja isto um dia destes.
De forma que a moral da história é esta: não se deve menosprezar um nobre candidato, mesmo que seja novato, pensaria certo Avellar.
O Coutinho apresentava-se sobre a sigla do Partido Histórico, a formação da esquerda liberal, patrocinada pelo Duque de Loulé, que dois anos depois, pelo Pactoda Granja, dava origem ao PP-Partido Progressista.
Pelos regeneradores o candidato abrantino era Cunha Belém
D.Miguel Pereira Coutinho, o amigo do pai de Solano, chegou longe, foi um dos homens mais influentes dos progressistas, logo a seguir a José Luciano de Castro.
Paradoxalmente terminou franquista e morreu em 1906, altamente elogiado pelo jornal que o insultava em 1874
1906
Na cidade viveram uns parentes seus até há anos, designadamente o Sr. Pereira Coutinho, marquês de Soydos, que era um digno empregado da CGD e que fora aluno da Broa.
mn
PS-Consultada a Cronologia do Século XIX, do Eduardo Campos, não diz nada sobre quem foi D.Miguel, nem dos esforços do Abreu para o apoiar, quanto mais dos distúrbios em Alvega. É o que dá fazer história com base em actas de câmaras e administrações do concelho regeneradoras. Teremos de consultar mais papelada para estudar isto, mas fica aqui o esboço.
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