Sexta-feira, 6 de Julho de 2018
O primeiro grande comício abrantino (1895)
O político de Alcaide é Ministro do Reino e portanto controla os governadores civis e estes o aparelho caciquista, composto pelos padres, influentes e cabos de esquadra. Da sua cor, porque também há o aparelho do P. Progressista, que em Abrantes conta com a Família Abreu ( a de Solano), o padre Martins (Vigário de S.João e depois de S.Vicente), o banqueiro Visconde do Tramagal, uma poderosa família aristocrática de Alvega, a família Falcão etc.
Do lado do P. Regenerador, está omnipresente o major Avellar Machado e o seu homem de mão, o bacharel Emílio Segurado e quase todo o aparelho burocrático e eclesiástico do concelho, que lhe obedece.
E o Visconde da Abrançalha, o riquíssimo morgado Ataíde, o rendeiro e feitor dele, o Álvaro Damas e o dr. António Bairrão, do Tramagal, Presidente da Câmara, mais outro tramagalense , o farmacêutico Motta Ferraz..
Hintze governa em ditadura (ou seja com as Cortes fechadas) e anuncia que muda a lei eleitoral restringindo o número de votantes, acabando com a representação das minorias, centraliza o poder com novo código administrativo, suprimindo concelhos, vai tentar também liquidar na prática a Câmara de Pares.
E ameaça aumentar os impostos.
José Luciano lança uma enorme campanha de protesto, que em Abrantes se traduz num comício em que falam o banqueiro do Tramagal, o dr. Zeferino Falcão, o padre Martins, o publicista republicano Magalhães Lima , o político e académico Frederico Laranjo (que seria Par do Reino em 1898) e convidam o dr.Ramiro Guedes, líder da pequena formação republicana local.
Presentes representantes dos Lojistas de Lisboa e da Associação comercial dessa cidade
O ''meeting'' reúne umas 3 mil pessoas....,segundo Eduardo Campos, que deve ter confiado demais na propaganda progressista.
Presidiu ao comício o morgado e banqueiro João Themudo de Oliveira Mendonça, que no cartão de visita gostava de exibir ''Visconde do Tramagal, bacharel formado em Direito e vice cônsul de Hespanha em Abrantes'', secretariado por Ramiro Guedes e pelo rico comerciante, residente no Largo de S.Julião (onde está o pátio traseiro do Palácio Falcão), José Pedro Machado, António Dias Estevinha e António Maria Santos.
Choveu mas parece que isso não assustou a assistência.
O Ramiro Guedes botou discurso e fez o seu primeiro banho de massas, graças ao P.Progressista.
Disse o Visconde Mendonça '' A nossa Constituição, que custou rios de sangue e lágrimas, está hoje calcada aos pés''.
Mas a estrela foi Frederico Laranjo, cabo eleitoral na região (era de Portalegre) dos progressistas:
Tudo isto é a versão do P.Progressista no seu órgão jornalístico
De forma que convém avisar que em 3 de Fevereiro houve um comício progressista, do partido de José Luciano de Castro, em que o minúsculo PRP abrantino fazia de figura decorativa.
A imprensa regeneradora conta a coisa doutra forma e diz que só estavam 500 pessoas.
Diário Ilustrado, órgão regenerador, 4-2-1895
Só para terminar convém citar o padre Martins, uns meses depois, na véspera das eleições de Novembro, quando Avellar foi reeleito, depois duma burla eleitoral medonha, '' Não creio na eficácia das lutas de palavra, nem de imprensa, perdida como está a noção de lei, necessitamos além da abstenção um movimento enérgico e decidido ''.
(reunião de Lisboa do P.Progressista)
O Padre andava furioso com o dr.António Bairrão e companhia pela destruição do Convento da Graça, a medida estrela dos regeneradores locais.
Mas tudo se acalmou....o rotativismo ainda tinha pernas para durar e a ''velha raposa'' ou seja José Luciano voltaria ao poder em 1897
mn
ver Eduardo Campos, Cronologia do Século XIX
http://maltez.info/respublica/portugalpolitico/eleicoes_portuguesas/1895.htm
MORRER SEM SER AMADA...
Em Abrantes, Portugal, suicidou-se uma moça que teve a infelicidade de completar 33 annos sem encontrar um joven que lhe
quizesse amar.
Preparou uma limonada com cabeças de , phosphoros e bebeu-a.
Deixou esta carta: «Morro, e ninguém chore a minha morte. Nunca fui amada senão pelos meus— amor banal que nada exprime!
Infeliz que sou !»
Coitadinhal... Só na campa encontrou alivio à sua dôr ..
in Cidade de YTU, Brasil, 20 de Outubro de 1895
1895. Está no governo o Partido Regenerador dirigido por Hintze Ribeiro, com apoio de João Franco, que começa uma carreira política que dá que falar.
O político de Alcaide é Ministro do Reino e portanto controla os governadores civis e estes o aparelho caciquista, composto pelos padres, influentes e cabos de esquadra. Da sua cor, porque também há o aparelho do P. Progressista, que em Abrantes conta com a Família Abreu ( a de Solano), o padre Martins (Vigário de S.João e depois de S.Vicente), o banqueiro Visconde do Tramagal, uma poderosa família aristocrática de Alvega, a família Falcão etc.
Do lado do P. Regenerador, está omnipresente o major Avellar Machado e o seu homem de mão, o bacharel Emílio Segurado e quase todo o aparelho burocrático e eclesiástico do concelho, que lhe obedece.
E o Visconde da Abrançalha, o riquíssimo morgado Ataíde, o rendeiro e feitor dele, o Álvaro Damas e o dr. António Bairrão, do Tramagal, Presidente da Câmara, mais outro tramagalense , o farmacêutico Motta Ferraz..
Hintze governa em ditadura (ou seja com as Cortes fechadas) e anuncia que muda a lei eleitoral restringindo o número de votantes, acabando com a representação das minorias, centraliza o poder com novo código administrativo, suprimindo concelhos, vai tentar também liquidar na prática a Câmara de Pares.
E ameaça aumentar os impostos.
José Luciano lança uma enorme campanha de protesto, que em Abrantes se traduz num comício em que falam o banqueiro do Tramagal, o dr. Zeferino Falcão, o padre Martins, o publicista republicano Magalhães Lima , o político e académico Frederico Laranjo (que seria Par do Reino em 1898) e convidam o dr.Ramiro Guedes, líder da pequena formação republicana local.
Presentes representantes dos Lojistas de Lisboa e da Associação comercial dessa cidade
O ''meeting'' reúne umas 3 mil pessoas....,segundo Eduardo Campos, que deve ter confiado demais na propaganda progressista.
Presidiu ao comício o morgado e banqueiro João Themudo de Oliveira Mendonça, que no cartão de visita gostava de exibir ''Visconde do Tramagal, bacharel formado em Direito e vice cônsul de Hespanha em Abrantes'', secretariado por Ramiro Guedes e pelo rico comerciante, residente no Largo de S.Julião (onde está o pátio traseiro do Palácio Falcão), José Pedro Machado, António Dias Estevinha e António Maria Santos.
Choveu mas parece que isso não assustou a assistência.
O Ramiro Guedes botou discurso e fez o seu primeiro banho de massas, graças ao P.Progressista.
Disse o Visconde Mendonça '' A nossa Constituição, que custou rios de sangue e lágrimas, está hoje calcada aos pés''.
Mas a estrela foi Frederico Laranjo, cabo eleitoral na região (era de Portalegre) dos progressistas:
Tudo isto é a versão do P.Progressista no seu órgão jornalístico
De forma que convém avisar que em 3 de Fevereiro houve um comício progressista, do partido de José Luciano de Castro, em que o minúsculo PRP abrantino fazia de figura decorativa.
A imprensa regeneradora conta a coisa doutra forma e diz que só estavam 500 pessoas.
Diário Ilustrado, órgão regenerador, 4-2-1895
Só para terminar convém citar o padre Martins, uns meses depois, na véspera das eleições de Novembro, quando Avellar foi reeleito, depois duma burla eleitoral medonha, '' Não creio na eficácia das lutas de palavra, nem de imprensa, perdida como está a noção de lei, necessitamos além da abstenção um movimento enérgico e decidido ''.
(reunião de Lisboa do P.Progressista)
O Padre andava furioso com o dr.António Bairrão e companhia pela destruição do Convento da Graça, a medida estrela dos regeneradores locais.
Mas tudo se acalmou....o rotativismo ainda tinha pernas para durar e a ''velha raposa'' ou seja José Luciano voltaria ao poder em 1897
mn
ver Eduardo Campos, Cronologia do Século XIX
http://maltez.info/respublica/portugalpolitico/eleicoes_portuguesas/1895.htm
A lista da direcção da Sociedade é divertida. O P.Manuel Martins era influente do P.Progressista, Vigário de São Vicente e Advogado. Ramiro Guedes, médico e republicano como o comerciante Farinha Pereira e o farmacêutico Oliveira Netto.
Almeida Frazão era solicitador e dirigente local importante do partido franquista.
Ou seja conseguiram estar unidos para vitoriar o vate.
Abrantes já lhe fizera uma homenagem local.
mn
10 de Junho de 1895
o modelo da bicicleta era mais ou menos como este
mn
recorte: Diário Ilustrado
Manuel Mattos e Silva, licenciado em Direito, juiz da comarca de Ponte de Sor, natural do Souto, de abastada família aí residente (outro Mattos e Silva, médico foi Colega em Coimbra de Avellar Machado que aí estudou matemática), gostava de pedras antigas e queria montar um Museu na vila alentejana, onde sentenciava pleitos.
Leite de Vasconcelos foi guia de Mattos e Silva na iniciação do juiz ao estudo das antas da região, correspondeu-se com ele e fez uma frutífera incursão a Ponte de Sor e a Montargil, onde recolheu vasto espólio arqueológico.
Mattos Silva recolheu uma importante colecção arqueológica e tentou montar um museu local, mas face ao pouco interesse que as suas intenções encontraram na terra, acabou por doar toda a sua colecção ao Museu de Arqueologia de Belém..
Sobre o assunto
Quase tudo o que digo consta no artigo citado, que convém ler. Acho que há alguma imprecisão sobre as andanças do Leite por Montargil, que aliás foram acompanhadas pelo Comendador e latifundiário Falcão de Souza, mas isso consta noutro registo.
Ver tanto discurso de especialistas municipalizados a falarem sobre arqueólogos abrantinos e arqueologia local, e omitirem o jurista prestigiado e importante arqueólogo amador, que foi o Dr.Mattos Silva é de bradar à Céu.
Faleceu o magistrado em 1937 em Ponte de Sor.
Provavelmente foi o primeiro abrantino a escrever sobre arqueologia em termos ''científicos'',
ma
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