O retrato de Abrantes em 1908.
A única empresa que se manteve até há pouco em mãos da mesma família, Pharmacia Silva
outras empresas que sobreviveram Fundições Soares Mendes, Jornal de Abrantes, Farmácia Mota Ferraz e a Silva, Ourivesaria Lemos
de assinalar dinastias de médico: Moura Neves, Milheiriço ( representado pelo dr.Fontes), Santos Heitor
Fonte: Anuário Estrangeiro
Perguntam-me quem inventou a gabardine. O Burberry só a melhorou. Este é o catálogo de 1908.
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Em 1908, o ditador João Franco impôs a lei do descanso semanal. Vinha obrigar os patrões a deixar descansar os trabalhadores ao domingo. Quem é que se opôs?
Os republicanos e em particular os republicanos abrantinos, alguns deles ou grandes proprietários rurais, grandes comerciantes ou donos de armazéns de azeite.
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É uma chatice os documentos da época estragarem as hagiografias progressistas.
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Apesar da sua amizade com o ditador João Franco Castel-Branco, dizem as más línguas da imprensa republicana da época, que o dr. Campos Mello aderiu à Republica em meados de Outubro de 1910, enquanto João Franco passava a ser um homem a abater.
Ainda não encontrámos nenhum desmentido do Campos Mello acerca da sua adesivagem.
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D.Ilustrado, 1908
Depois do Bernardino, falou o Brito Camacho
Faltava o Guedes, que também tinha de disparar retórica, antes de sair para ir pedir dinheiro ao Manuel João da Rosa para pagar a conta da festa....
Diário Ilustrado 30 de de Dezembro de 1908, ''sueltos'' atribuíveis ao correspondente abrantino, solicitador Almeida Frazão, as palavras dos dirigentes republicanos devem ter sido proferidas a 27 de Dezembro, num comício no Teatro Taborda, onde estiveram o Camacho e o Bernardino, ex-ministro regenerador.
Tratou-se de inaugurar o Centro Escolar Republicano de Abrantes, entretanto o dirigente republicano António Farinha Pereira tinha as filhas internas no Colégio do Bom Sucesso, de freiras dominicanas em Lisboa.
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Inícios do século XX, tem de ser entre 1908-1910, dado o selo ser de D.Manuel II (a data não está bem clara no carimbo), um convidado da Casa de Alferrarede envia um postal para França e especifica que o seu quarto ficava numa das fachadas laterais do ''chateaux'' neo-gótico dos Anadia
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O Doutor Bobela do Sardoal
Já não o conheci e não admira, pois que o liquidou o dever, há-de haver, neste vale de lágrimas, de dissabores e ilusões, há uns bons cinquenta anos.
No entanto lembra-me muito bem, a consideração, respeito e gratidão com que os meus falecidos pais falavam dele, contando um ou outro facto da sua vida e actos de filantropia que praticava com os desgraçados dos que precisavam de recorrer à sua inesgotável bondade e paciência, com que atendia tudo e todos.
Era um grande discípulo e grande admirador do sábio Raspaial, cujo tratado o acompanhava sempre debaixo do braço e quando ia ver algum doente metia-o no bolso da sua ampla sobrecasaca, sentando-se em cima dele como num pedestal.
Nas conversas com os amigos, sobre diversos assuntos que abordava com facilidade, concluía sempre com um envaidecido orgulho:
-Pois sim, sim, vocês têm razão!...Mas para mim e para a família basta-me o que tenho aqui!...
E batia com a ampla mão no fundo das costas, onde tinha o seu querido tratado Raspalhista!...
Um dia, estando no seu gabinete de trabalho, aguardando algum doente, viu entrar um antigo amigo e condiscípulo, grande ricaço abrantino, cujo nome omito para não ferir susceptibilidades, visto existirem filhos do nosso homem, que ocupam lugares proeminentes na sociedade abrantina.
Depois dos abraços e apertos de mão do estilo, o nosso homem tomou um ar sério e todo aprumado, disse:
-Oh! Meu caro Bobela, como velho amigo e condiscípulo, venho pedir-te um grande favor e, como sei que és razoavelmente reservado, dir-me-ás se o que peço pode ou não ser atendido - e sorrindo com certa amargura, continua: - Há um tempo a esta parte que sofro de uma doença original e conquanto esteja em princípio, já me tem causado desagradáveis dissabores!...
O Bobela ouvia-o muito atento e aguardava a descrição do amigo, para lhe minorar os sofrimentos, quando lhe diz à queima-roupa:
-Tenho a doença da mentira!
-Da mentira?...
-Da mentira, sim, pois o que é isto que tenho, senão uma doença?...
-Eu não falo a pessoa alguma que não pregue logo uma mentira. Não faço uma visita que não diga mentiras, desde que entro, até que saio. Se encontro um amigo, zás, uma mentira e algumas chegam a ser comprometedoras!... Quero evitar e não posso.
Têm-me causado grandes dissabores!...Portanto, isto é uma doença que cumpre evitar quanto antes. Por isso, vim hoje visitar-te e pedir-te que me resolvas o problema, ou sou forçado a desaparecer da sociedade!...
O Bobela, acalmando-o, disse-lhe:
-Não estejas triste, nem desesperes...Isso é uma doença de que muita gente sofre, mas de que em geral, ninguém se queixa, pois ela só faz danos aos outros a quem se refere. Há realmente remédio para essa doença, mas não tenho presente a fórmula, pois que é o primeiro caso que trato. Portanto passa por cá amanhã, que eu vou consultar os meus alfarrábios, para ver o que é que hei-de receitar.
O nosso hóspede ficou radiante de alegria e prometeu este mundo e o outro, ficando de voltar no dia seguinte.
O Bobela, muito sisudo e circunspecto, ficou murmurando da ousadia do amigo, tomando o pedido como gracejo e amesquinhamento à sua proficiência de médico habilíssimo, que era. Mas, sem se desconsertar, foi ao berço do filho, um pequeno que tinha apenas alguns meses, e revistando-o, encontrou ingrediente bastante para confeccionar o remédio que o amigo precisava e com tanto afã lhe pedira.
Trouxe uma espátula cheia que estendeu num vidro, juntando-lhe certa porção de farinha de trigo. Mandou o criado à Farmácia do Laré buscar um vintém de Lycapodium e fazendo seis grossas pílulas que meteu numa caixa, aguardou a visita do amigo, que realmente não se fez esperar, na manhã seguinte.
O nosso homem, logo ao entrar, perguntou: -E então?...
-Está pronto - disse o doutor - Tu és um felizardo. Encontrei a fórmula que é de um médico italiano. E mais, fiz o remédio, pois receei que não soubesses fazê-lo, visto não vir na farmacopeia. Portanto, aqui o tens!... Já almoçaste?
-Ainda não. - Respondeu o nosso homem...
-Pois é óptima ocasião para tomar a pílula, visto que são para tomar antes das refeições.
O doutor mandou vir um copo com água e o nosso homem tomou a pílula. Mas como estava ainda fresca e era grande, desmanchou-se na boca, fazendo com que ele, tomando o paladar, dissesse:
-Homem, sabes bem o que me dás? Isto sabe a trampa...
-Óptimo! Óptimo! - disse o Doutor Bobela, esfregando muito as mãos. Começas a falar a verdade logo à primeira!... Continua! Continua! Que isto é remédio radical!!!
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