últimas eleições da monarquia
''Portugal passa por ser uma nação de bandoleiros''
Manuel João da Rosa
António Farinha Pereira
João António dos Santos
Joaquim Maria de Almeida Beja
Justo da Paixão
EM ABRANTES
''Abrantes, 21 — A Câmara Municipal deliberou prestar todos os auxílios e socorros que possa aos habitantes da povoação do Rocio, inundada pelo Tejo. E em cumprimento dessa deliberação mandou fornecer já camas, luz e casa a homens, mulheres e crianças, para quem o administrador do concelho pediu albergue..
A casa destinada para esse asylo é a antiga cadeia, hoje transformada
em espaçosas e confortáveis salas.
O administrador requisitou rancho do quartel de caçadores para aquella
pobre gente. Abrantes tem cortadas as comunicações com todas as freguezias do sul e quasi todas as do norte.
Requisitados pela administração do concelho, estão sendo distribuídos
perto de 300 ranchos por dia a inundados pobres do Rocio. São, como deixamos dito, fornecidos pelo quartel do batalhão de caçadores n. 1.
Na ribeira de Alferrarede morreu uma criança afogada.
As ribeiras de Valle de Rãs, Coalhos, Alferrarede e Rio Torto tomaram
um volume de água extraordinário''
jornal brasileiro 1910
O Raio, Revista Humorística republicana
Janeiro de 1910
Era Patriarca de Lisboa, D.António Mendes Belo.
mn
Em 10 de Outubro de 1910, o diário madrileno ABC (monárquico e o mais vendido no país vizinho) publicou declarações do lavrador Manuel João da Rosa, vereador republicano abrantino, que acabara de ser empossado P. da Câmara sobre a implantação da República cá na terra e a situação geral do País.
continua aqui
Manuel João diz que não esperavam o golpe para 5 de Outubro, mas mais tarde, Novembro. Confirma o que escreveu Martins Júnior de que em Abrantes a cúpula local do PRP não sabia de nada. Mas sabemos que havia um militar Farinha Pereira em contacto com a Carbonária, em Lisboa. Também diz que a Infantaria ( S.Domingos) não se opôs e que Artilharia (Castelo) foi mais renitente. Mas que se gritou nas suas barbas: Viva a República!.
O oficial mais graduado em S.Domingos na noite de 4 para 5 era o capitão António Maria Baptista e havia 5 oficiais republicanos duma guarnição de 30. Eram republicanos : '' Tenente Raimundo, cap. António Maria Baptista, Tenente Moreira, tenente Alpedrinha, ten. Sousa'' segundo Martins Júnior.
O oficial mais graduado no Castelo era o major Abel Hipólito, de simpatias franquistas.
Nenhum dos oficiais de S.Domingos sabia o que se passava, e estavam timoratos face à revolução, sustentou M. Júnior (Presidente Landru na República da Calábria).
Identificação do vereador entrevistado pelo ABC, agendas pessoais de MJ da Rosa para o ano 1910.
ma
foto de Manuel João-Álbum Republicano
recorte do ABC- jornal on-line hemeroteca
P.Luís Gonzaga de Azevedo, Proscritos, (Jesuítas na Revolução de 1910), 2º volume, Bruxelas 1914
Ou de como uma brigada de bons ''liberais'', chefiados pelo futuro dr.José de Oliveira Vinagre, detém uma ''perigosa quadrilha'' de jesuítas na Estação do Rossio de Abrantes.
Finalmente, como era homem de bom coração, não os levou detidos para os calabouços da cadeia comarcã e deixou-os fugir para Espanha.
Já se viu noutras cenas que afinal de contas o ''revolucionário'' tinha bom coração.
ma
Em 1902, Paiva Couceiro aproxima-se de João Franco Castel-Branco, que mais tarde viria a ser o homem-forte de D.Carlos.
Paiva Couceiro é um herói de África e depois do suicídio de Mouzinho, é visto como o militar mais prestigiado.
Os partidos disputam-no. Entre eles o PRP. Couceiro manda várias exposições às Cortes, protestando contra contratos que entregam interesses portugueses a estrangeiros (como o Caminho de Ferro de Benguela) ou contra que sejam financeiros internacionais a fiscalizar as contas nacionais.
Dos vários convites partidários, escolhe o do PRL-Partido Regenerador Liberal, recém- formado por João Franco.
O poder incomodado pelo activismo do capitão Couceiro, transfere-o para Évora.
Há uma chuva de cartas a solidarizar-se como o Herói de África e uma delas sai de Abrantes, a 9-12-1902 , assinada por Abel Hipólito, oficial de artilharia da guarnição do Castelo que diz '' Associo-me do coração ao teu modo de pensar e lamento que o teu alevantado proceder tenha tido o desfecho que teve'' (...). (1)
E manifesta a sua solidariedade com Paiva Couceiro, que será eleito deputado franquista em 1906 e depois nomeado Alto-Comissário em Angola.
Vários oficiais africanistas apoiam João Franco e em Abrantes, o futuro ''Herói da República'' entra na órbita do franquismo.
Há mais correspondência entre Hipólito e o ''Paladino'', que não consta deste livro. Talvez se volte a ela, mas convém saber que os republicanos abrantinos temiam no 5 de Outubro a reacção das tropas do Castelo, onde estava Hipólito, conhecido por ser um ''franquista''.
Para abreviar em 1919, na Monarquia do Norte, Paiva Couceiro comanda as tropas monárquicas e Abel Hipólito, as republicanas que jugulam o levantamento.
mn
Ver (1) Ribeiro de Meneses, ''Paiva Couceiro, diários, correspondência e escritos diversos'', Dom Quixote, Lisboa, 2011''.
Usou-se a informação disponibilizada por Ribeiro de Meneses para contextualizar a carta.
Para a rapaziada que faz cronologias republicanas cá no burgo, acrescentar à história oficiosa
Devida vénia à Fundação Mário Soares que tem um papel inestimável para a pesquisa histórica portuguesa e que haveria de salvaguardar a todo o custo (ver o artigo de Pacheco Pereira no Público)
Com quem viria falar o Bombarda?
Com Ramiro Guedes?
Com o capitão António Maria Baptista?
ou outros????
mn
A Capital, diário republicano, 4 de Dezembro de 1910
(gamado ao Zé Luz que no face faz um notabilíssimo trabalho de preservaçao da memória de Constância)
Inácio de Loyola, na Quinta de Santa Bárbara, antiga propriedade da Companhia, o medalhão escapou à sanha republicana porque a Quinta era em 1910, propriedade do deputado e médico abrantino Zeferino Falcão
Há uma gralha, o Jornal chama a Martins Júnior....José, chamava-se João
Martins Júnior diz ''Afonso Costa é o Marquês de Pombal do século XX''
'' O mais lídimo representante da raça latina''
A ''excursão'' do Martins Júnior parece ter sido feita um pouco à revelia da estrutura local e distrital do PRP
a excursão oficial do Ramiro Guedes fora a 6-11-1910
havia uma evidente rivalidade política, que se iria acentuar com os anos e que terminaria com Martins Júnior comandando golpistas armados contra a República....
mn
O Thalassa retrata assim as relações da Carbonária com as forças militares abrantinas, estacionadas no Convento de S.Domingos, quando dos esforços para que o regimento de Caçadores 1, aí aquartelado, aderisse ao golpe de 5 de Outubro
O quartel não aderiu, o principal republicano que lá havia o capitão António Maria Baptista cortou-se
Ilustração Portuguesa, o cadáver do Baptista depois de ter uma trombose em pleno Conselho de Ministros, depois de receber uma carta ameaçadora....
A República foi proclamada lá pelo civil Martins Júnior, que assaltou o Quartel quando todos estavam a dormir
Uma descrição presencial do bambúrrio em Abrantes (4)
Uma descrição presencial do bambúrrio em Abrantes (3)
Uma descrição presencial do bambúrrio em Abrantes (2)
Uma descrição presencial do bambúrrio em Abrantes (1)
mn
não me digam que o João Augusto da Silva Martins, Martins Júnior, autor da
não é autor abrantino (numa perspectiva inclusiva ou lá o que isso seja....)
ma
ainda hoje falarei do irmão dele, acerca do Thalassa
O Prof José Adelino Maltez acaba de destacar no facebook a personalidade e o livro dum abrantino, de rica família monárquica, que implantou a República no burgo e que depois foi mais rico (pelo seu trabalho) e mais revolucionário.
O livro foi aqui referido.
Foi o dr. Rui Lopes, o primeiro nos últimos 30 anos a resgatar, cá no burgo, o seu nome dum esquecimento imerecido . Seguiu-lhe este blogue a culta senda e o Jornal de Alferrarede e o Coisas de Abrantes já publicaram coisas sobre ele, incluindo o resgate da memória do Centro Republicano com que se opôs aqui, ao caciquismo do Partido Democrático e de politicastros como o Valente da Pera, que terminou os seus dias no PS de Abrantes.
Certamente para dar àquilo um toquezinho republicano, porque anti-fascistas de renome como o dr. Orlando Pereira, a Drª Maria Fernando Corte-Real Silva ou o dr.Correia Semedo não quiseram dar o seu nome para ilustrar a facção.
Já se chamou aqui a atenção para este livro, como para outro deste autor, que são uma crítica implacável ao devorismo da sociedade civil e uma duríssima condenação à apagada e vil tristeza da 1ª República.
Como dizia
ANTT / O Século Joshua Benoliel
deportado, nos Açores, pela República, valha-me Hintze Ribeiro, que foi melhor que toda esta medíocre gente como o Bernardino.
mn
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