Em 1912, o benemérito republicano Justo da Paixão, que liderava em Abrantes a aplicação da Lei de Separação, inicia um processo contra o pároco da Aldeia do Mato, P.Manuel Lopes Alpalhão. Este tinha sido louvado no Diário do Governo, por António José de Almeida, por oferecer um edifício para escola na Cabeça das Mós, Sardoal.
Querem expulsá-lo da casa paroquial, alegando que tinha recusado aceitar a pensão da República, seguindo assim as instruções da Hierarquia.
Também o Justo considera que se destacava por ser inimigo da República. O padre Alpalhão era conhecido pelas suas opiniões democráticas mas recusava render-se à apostasia, como o tinha feito o padre Neves das Mouriscas e o de S.Miguel que publicamente se ia casar com a ''amiga''.
O padre alegava que tendo dado a sua casa de família para Escola, se o expulsavam ficava sem habitação.
mn
Sobre a campanha republicana para o casamento da ''padralhada'' ver Maria Lúcia de Brito Moura, ''A "Guerra religiosa" na I República''
foto retirada do blogue do Sr.Maça
1912 nas ....''Hortas''
Na lista dos influentes regeneradores ontem publicada faltava o homem de São Miguel do Rio Torto e Rossio, o industrial de moagem João Augusto da Silva Martins.
Era dono da Fábrica Afonso XIII e pai de Henrique Augusto, monárquico destacado, do republicano Martins Júnior e do médico António da Silva Martins.
Uma das primeiras medidas da República foi retirar-lhe as licenças para moer cereais e fazer massas alimentícias.
Parece que no início de 1912, o industrial mudara o nome da Fábrica, retirando a homenagem ao Rei de Espanha.
Mas isso não o safou da retaliação republicana.
A contextualização destas medidas e o seu impacto na economia local terá de ficar para outra vez.
Se isto influiu na actividade militante dos filhos contra os homens de Ramiro Guedes, é coisa para apurar.
mn
Art. 43.° Os que caçarem a dentro dos fogos postos ou nos terrenos onde houve incêndios, pelo menos durante os primeiros quatro dias após êstes, e com os aludidos terrenos à vista numa orla de 200 metros aproximadamente, serão condenados em 20$000 réis de multa ou seis meses de prisão.
§ único. Se se provar que o incêndio obedeceu a intuitos filiados em qualquer objectivo de caça, alêm da penalidade em que incorre pela sua infracção, o indivíduo que for encontrado nas condições dêste artigo será considerado como conivente no crime de fogo pôsto e como tal sujeito às sanções penais estatuídas para tal fim.
Art. 44.° Todo o indivíduo que caçar por qualquer forma, quando os terrenos se achem cobertos de neve, ou nos que, por motivo de cheias, se achem cercados de água e onde a caça se tenha refugiado, e ainda num raio de 200 metros da orla dos terrenos inundados pelo mesmo motivo e nos dez dias que se lhe segue n serão condenados em 10$000 réis de multa, ou três meses de cadeia.
Art. 45 ° Aos que em trabalho de campo, especialmente nos trabalhos de charneca, conduzirem propositadamente os processos dêstes de forma a capturar a caça, serão condenados a 20$000 réis de multa e três meses de cadeia.
§ único. Exceptuam-se desta penalidade os que provarem que assim procedem para a apreensão da caça destinada a repovoamento, satisfazendo para isso o preceituado na lei.
Art. 46.° Fica transitoriamente proibida, durante cinco anos, a contar da data em que entre em vigor esta lei, a exportação de caça fresca.
Art. 47.° Fica revogada a legislação em contrário.
Lisboa, em 3 de Fevereiro de 1912. = O Deputado, Francisco Cruz.
O Dr. Cruz era um rico proprietário rural e industrial da Barquinha. Político e jurista.
Era filho de Joaquim da Cruz, e de D.Maria Rita dos Santos Carvalho. O Joaquim que era da Praia do Ribatejo foi um notório maçon, republicano histórico e 1º Presidente republicano da Mealhada. Era um próspero industrial de serração, com várias fábricas na região. O Francisco, além de político, administrou as empresas do pai. Em política o Dr.Cruz seguiu as pisadas do pai, maçon, carbonário, deputado evolucionista e depois nacionalista.
Deixou os bens para criar a Fundação Francisco Cruz, de benemérita actividade.
mn
E depois expliquem-nos que os republicanos e monárquicos e o povo e as criancinhas de 1912 não gostavam de touros, nesta vila ribatejana, que é a nossa terra!!!!
a redacção
está o dr. Solano de Abreu na foto, descubram-no.....
e a menina Amélia Baeta, filha do ....., bem do feitor dele
1912, Solano de Abreu retratado pelo melhor fotógrafo luso da época na melhor revista desse tempo, que dá conta da homenagem cívica ao mais talentoso artista teatral abrantino
Estátua de Taborda, agora segundo foto publicada pelo site Abrantes
Deixo os comentários ao gosto do freguês.
MN
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