O vídeo é porreiro e divertido, mas omite a violência usada pela repressão contra o povo do Pego.
Maria Lúcia de Brito Moura, ''A Guerra Religiosa na 1º República'' Lisboa, 1910
Em 1916 a GNR matou 2 pessoas e fez vários feridos nas festas do Pego, conta o Eduardo Campos na Cronologia.
ma
O postal é de 1916. O patrioteirismo galvaniza parte da Nação, porque em África e na Flandres milhares de lusos enfrentam a metralha dos boches. Os postais reflectem esta onda patriótica, há um nicho de mercado a aproveitar. Os submarinos alemães aterrorizam os mares e as famílias dos marinheiros portugueses tremem pela sorte dos seus familiares.
É neste bélico contexto, que um marujo abrantino, o grumete Manuel Paulo Cardoso, deseja à irmã, Boas Festas.
A mana é a D.Amélia Paulo, que regerá a Casa Vigia, rainha da Palha.
mn
O então major Alfredo Baptista Coelho comandava interinamente, no Castelo, a Artilharia. Teve de se enfrentar ao golpe de Machado Santos (1916). Oficial de dilatada carreira colonial, distinguiu-se em campanhas em Moçambique no início do século XX e finais do dezanove . Foi um dos companheiros de armas do lendário Mouzinho de Albuquerque e seu amigo. Desempenhara o cargo de Governador Geral dessa colónia. Foi ainda Ministro das Colónias (1919) , já coronel, depois da queda de Sidónio.
O site Santo Tirso com História, que o biografa, relata a acção em Abrantes:''(...) Quando regressou de vez do Ultramar, e antes de partir para França, foi colocado no regimento de Artilharia aquartelado em Abrantes. Dirigiu-se para ali. Não estando o comandante, e como não havia oficial de patente superior (era major), teve de assumir o comando do regimento.
Atravessava-se uma época de agitação política, com graves reflexos na disciplina militar.
No próprio dia da chegada, foi chamado ao telefone pelo comandante do regimento de Infantaria aquartelado na mesma povoação. Esse oficial queria sondá-lo sobre a atitude que tomaria na hipótese de se dar certo movimento de que se falava. Baptista Coelho, mostrando estranheza pela pergunta, respondeu que em qualquer circunstância, a sua atitude, como certamente a do seu interlocutor, seria o cumprimento dos regulamentos militares. E desligou o telefone. Mas ficou apreensivo, receando alguma surpresa. Caiu a noite. Não se deitou, e manteve-se de ouvido à escuta. Em certa altura, ouviu um estranho ruído, que era o do arrastar de peças de artilharia. Desceu, de pistola em punho. Ordenou que as peças voltassem ao seu lugar. E foi obedecido. Deu voz de prisão aos sargentos que dirigiam o movimento. E foi obedecido também. A sua voz e a sua atitude mais uma vez fascinavam os seus subordinados.
De madrugada, soube que o almirante Machado Santos chegara de noite a Abrantes, à frente dum regimento que sublevara, e se acolhera ao quartel de Infantaria, cujo regimento aderira também ao movimento.
Apareceu pouco depois o coronel comandante do regimento de Artilharia, a quem relatou o acontecido.
Esse oficial, que conhecia o valor de Baptista Coelho, procurou convencê-lo a ir prender Machado Santos!
A ideia parecia de louco. Mas o coronel insistia e converteu o pedido em ordem. Baptista Coelho, embora julgasse ser esse o último dia da sua vida, não hesitou.
Dirigiu-se ao quartel de Infantaria e fez-se anunciar ao almirante, que pouco depois o recebia.
As primeiras palavras travadas deviam ter sido verdadeiramente dramáticas. Baptista Coelho nem tinha força material, nem autoridade legal para prender um oficial que era de patente mais elevada. O almirante, estupefacto, ao ouvir-lhe que vinha ali, em obediência a ordem superior, para o prender, sentiu o impulso, como logo anunciou, de lhe dar um tiro na cabeça. Mas, em face da heróica serenidade de Baptista Coelho, conteve-se e convidou-o a entrar numa sala. Conversaram demoradamente, a sós. E, por mais inverosímil que o facto pareça, daí a pouco Machado Santos acatava a ordem de prisão e entravam os dois no quartel de Artilharia.
O movimento revolucionário estava gorado e o Almirante mostrava-se agradecido pela maneira correctíssima e nobre como tinha sido tratado por Baptista Coelho.
Apesar das instâncias deste, a atitude do coronel para com o almirante foi diferente. Telegrafou comunicando a grande nova (sem falar de Baptista Coelho!), de que tinha sob prisão Machado Santos e de que partia com ele para Lisboa. Ali tiveram os dois a recepção que era de esperar: o coronel, pouco depois general, foi recebido como herói; e o fundador da República, exposto à fúria da populaça, que fora prevenida da sua chegada, sofreu os maiores vexames e enxovalhos.(...)''
publicado originalmente:
Prof Dr.António Augusto Pires de Lima in O Concelho de Santo Tirso – Boletim Cultural - Vol. II - N.º 1 - 1952
Edição da Câmara Municipal de Santo Tirso
Ou seja o coronel Abel Hipólito puxou para si os galões da vitória que eram de Baptista Coelho.........
devida vénia Arquivo Histórico Ultramarino
mn
ver Memórias de Gonçalo Pimenta de Castro
O general Abel Hipólito, de larga trajectória abrantina (era de Viseu) condecora o famoso sargento Caldas.
Como se nota pelas divisas o Abel ainda era coronel de artilharia (tinha comandado o Castelo).
O sargento Caldas (António Maria) fazia 50 anos de serviço militar e uma destacada comissão de beneméritos comprara-lhe uma medalha de ouro.
Os organizadores foram João da Silva Mendo, João Tojal, João Herrault Rico,e Adelino dos Santos.
Era Abril de 1916.
Os organizadores ou o coronel Hipólito fizeram chegar as fotos à maior revista gráfica da época.
A Ilustração Portuguesa.
Dados de lá, quase tudo.
ma
Telegrama ao Presidente da República (Bernardino Machado) do General Comandante das Forças Militares em Moçambique sobre morte de Leopoldo da Silva
Arq. F. Mário Soares com a devida vénia
mn
1916
mn
Recomenda-se a visita a este programa da RTP que evoca o golpe Machado Santos (1916) que partindo de Tomar terminou no Convento de S.Domingos, com a rendição dos sublevados a Abel Hipólito, que chegou a ameaçar bombardear Abrantes com ''aeroplanos''.
No site está disponível imprensa da época, em parte censurada (havia censura prévia) e a lista dos presos. Entre eles vários militares e civis abrantinos....sendo à primeira vista o mais conhecido Abel Malhou Zúniga.
devida vénia ao Coisas de Abrantes
(Arquivo Histórico Militar-pub pela RTP)
Zúniga tinha estado na Rotunda em 5 de Outubro de 1910, sob comando de Machado Santos.
O programa é da responsabilidade da jornalista Sílvia Alves, que fez um trabalho excelente.
mn
A golpada nos concursos públicos é uma prática recorrente na nossa vida local e nacional.
Trata-se de criar lugares para os amigos, para os clientes, para os filhos do amigo, para os parasitas filiados na seita partidária (ia escrever mafia, que talvez fosse mais exacto) e preterir quem, por qualificações académicas ou mérito, tem o direito de conquistar o lugar em disputa.
Parece que se recandidata o tipo que aldrabou um concurso, para arranjar um lugar prá esposa.
Contra isto só a força do Direito, mas os Tribunais são caros e morosos.
Em 1916, a Comissão Executiva da Câmara de Abrantes aldrabou o concurso público para nomear a professora primária da aldeia de S.Miguel do Rio Torto.
A classificada em 2º lugar , que respondia pelo doce nome de Amélia de Jesus, foi escolhida pela CMA, apesar doutra professora primária ter ganho o concurso.
Interrogo-me, quem seria o esposo
da Amélia de Jesus?
A coisa foi para o Tribunal, que anulou a patifaria camarária, própria dum grupo de pulhas....
in Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra,1916
Mas este tipo de práticas continua hoje viçoso por todo o país e por variado tipo de instituições...
Ou seja os pulhas continuam a sobreviver....
E a candidatarem-se
ma
''O Século'' de 15 de Abril de 1916, o Governo só deixava sair da Estação de Alferrarede os toros de pinho da indústria da milionária D.Clemência Dupin. A patronal pede a abolição da medida porque várias fábricas de conserva de peixe podiam fechar. As fábricas precisavam do azeite que saía de Alferrarede, produzido pela União Fabril e por outros produtores.
Na época sentia-se falta de víveres, tinha havido assaltos de populares aos armazenistas e estes tinham hasteado bandeiras francesas e inglesas, para significar que parte dos víveres armazenados, e às vezes açambarcados, se destinavam às tropas aliadas.
A medida governamental (insensata para variar) destinava-se a ''acalmar'' o Zé Povo, garantindo que haveria abastecimento de azeite em Abrantes.
ma
ps-não era isto que estava para sair, mas uma coisa sobre a perseguição por parte da autoridade administrativa fascista às Testemunhas de Jeová, em 1969, em Alferrarede. Como as Testemunhas eram pacifistas e os belicistas precisavam de carne para canhão prá ''epopeia colonial'', vá de perseguir as Testemunhas. Mas a notícia do Século é mais curiosa.
Como dizia um amigo meu, o Ricardo Salgado podia ter aprendido em Abrantes o seu ''métier''. A falência deste banco, bem como a falência do banco da Viscondessa do Tramagal teve consequências catastróficas para as poupanças dos abrantinos
Mas nos anos 30 houve julgamentos e condenações, vejam a cronologia do Eduardo Campos
A foto é de 1916
Solano de Abreu teve de movimentar-se muito para salvar os 80 contos que era o dinheiro que a Santa Casa tinha depositado numa destas instituições
mn
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