O Capitão Nuno Cruz, que dirigiu, a mando dos Budas, a preparação dum golpe militar que incluia os quartéis abrantinos, em 1931. Com a prestimosa colaboração do Major Marques Godinho. Morreu exilado em Madrid, em 1934. Devida vénia ao blogue do finado Dr. Sá Marques.
A Capital de 27 de Outubro de 1931 conseguiu encher a primeira página com 3 manchetes abrantinas a 8 colunas.
Caso nunca visto.
A 2 colunas, explicavam que Martins Júnior, que dera aos prelos, ''Sonhar'', era um poeta lírico de igual craveira que Mendes Leal, Augusto Gil e António Nobre.
O crítico José Agostinho ou era burro ou fazia um frete ao próspero construtor civil (que escrevia pessimamente) agora retirado da vida político-golpista.
Um poeta reputado, Afonso Lopes Vieira chegara a prefaciar outro livro de Martins Júnior.
Na outra ponta do jornal, 2 colunas eram dedicadas a contar que a Federação de Tiro, fizera um banquete e homenageava António Martins, que era irmão do mimoso poeta.
No meio, a pérola abrantina, a Assembleia de Credores do falido Banco Mena & Pinto e ninguém se explicava como é que antes do banco falir, tinham comprado parte da posição social dum sócio por mil contos, uma soma astronómica para a época.
Entre os sócios tinham estado Luiz Mesquitella, Luiz Mena,Cândido Mota,Fernando Mena, Mário Oleiro, João Pinto.
No arquivo do Banco de Portugal há material sobre isto, também no Arquivo Salazar, mas o melhor está nos arquivos judiciais.
Entretanto em Novembro de 1931, entra em crise a Casa Bancária Viscondessa do Tramagal, que também vai falir. (1) E nesse ano instalara-se o primeiro grande banco nacional na cidade, o BNU.
Estas falências devem-se em grande parte à recessão, causada pela crise de 1929.
O Mena e Pinto em 5 de Junho de 1931 suspendera pagamentos. Por portaria de 19-6-1931, foi nomeado comissário do Governo Joaquim Guilherme Elbling Quintão, que não conseguiu restabelecer a situação da instituição de crédito.
Em 14 de Outubro de 1931, foi mandado liquidar o banco. Sendo nomeados representantes dos falidos José Barbosa Camejo e dos credores o Advogado Henrique Martins de Carvalho (inimigo político do Camejo).
Em 1934, foram julgados por burla, abuso de confiança e falsificação de documentos João Marques Pinto, Mário da Silva Oleiro e Jacinto da Mota Capitão (Eduardo Campos, Cronologia, 98). O Eduardo não informa da sentença mas houve pesadas condenações.
A liquidação foi-se arrastando até 1937 e o comissário Quintão foi muito questionado e por isso substituído, diz o Banco de Portugal.
Quando o Banco foi finalmente liquidado, só cerca de 14% dos créditos foram recuperados. Era 1940. (Fonte da maior parte da informação: Banco de Portugal).
Volto à primeira página da Capital, parecia uma do Correio de Abrantes et por cause. Apostamos que aqui houve a mãozinha abrantina.
Milhares de Abrantinos ficaram sem os depósitos. A Santa Casa ia falindo. Foi a acção e o dinheiro de Solano de Abreu que a salvaram. Como paga o Martins de Carvalho e bondosa família Silva Martins sanearam-no.
O Banco da Viscondessa liquidou-se mas conseguiu cumprir uma parte substancial dos seus compromissos.
Das instituições de crédito locais só se salvou a Caixa Económica do Montepio.
mn
(1) Eram sócios à época da crise '' : Narciso de Oliveira e Silva, Eduardo Caldeira Soares Mendes, Amélia Soares Valejo de Oliveira e Silva (filha e única herdeira da Viscondessa do Tramagal), Manuel Augusto Soares Valejo e João José Soares Mendes.'' Com a morte deste em Janeiro de 1931, o filho Fernando José Paim Barreto Soares Mendes, assumira a sua posição social.
(Fonte Banco de Portugal)
(2) A Cronologia do Centenário de Abrantes copia descaradamente a obra de Eduardo Campos para estes anos, omitindo as falências. Durante décadas era muito chato falar disto. Era tabu. Está visto que o Candeias Silva, o Gaspar e a Isilda continuam a achar que é tabu.
O tenente João da Silva Quilhó, alegado indutor da execução do bufo salazarista Carlos Silva, em Alferrarede foi um homem que esteve numa multiplicidade de conspirações e golpes desde 1928.
Varela Gomes, in ''A Guerra de Espanha'', destaca a sua personalidade de incansável lutador contra a Ditadura.
Entre os contactos abrantinos estava Lobato Falcão.
Em 1947 volta a participar na Abrilada ou seja no Golpe do General Godinho.
Sobre esta mania revilharista do recurso ao pronunciamento militar, ironizou Palma Inácio: '' estes gajos estão sempre a preparar levantamentos militares que não dão em nada”. ''.
Citado por Luís Vaz em ''Palma Inácio e o Golpe dos Generais''.
mn
À memória das Lojas e Triângulos que na região se enfrentaram à Ditadura
À memória dos que estão no Grande Oriente Eterno
O bufo da polícia fascista foi estrangulado e atirado a um poço.
Era 22 de Março de 1931
O Jornal era o Paris-Midi
E depois venham contar que não houve resistência à ditadura.
A coisa terá de ser complementada com os Arquivos da PIDE-DGS.
ma
1931, o tenente Oliveira Pio (1897-1971), que terminaria Coronel do Exército Republicano Espanhol, lidera um movimento golpista que inclui os quartéis de Abrantes, Tomar e Santarém.
A rede está ligada aos exilados republicanos em Madrid, os Budas, espiados pelo pide do Souto, Ferro Alves.
O dr.João Soares é um dos líderes civis do movimento.
Na foto, em 1959, com Delgado, um dos seus adversários de 1931, e com o indomável Hermínio, terror das mulatas de Guanabara.
mn
O dr Severino aparece a meio da tabela nos financiadores dos Seminários de Portalegre
Está empatado com o Dr.Serras e Silva, tio bisavô de Frei Nuno Serras Pereira. Isto era em 1931, cada benemérito sustentava x seminaristas.
Acontece que estavam cheios porque a Dona Delfina Pequito Rebelo, a Condessa de Ficalho, a D.Joaquina Almeida Garrett e outros pagavam a conta.
O Papa coitadinho não sabia nada de finanças, era um Santo.
ma
Para evitar acidentes destes e defender os trabalhadores da construção civil de Abrantes, em 1931 foi organizado pelo carpinteiro Apolinário Marçal e por outros operários deste ramo um sindicato.
O carpinteiro Apolinário Marçal era um dos sindicalistas activos
outro era o Luís Marques dos Santos que criou a Construtora Abrantina (hoje nas mãos da Lena), enquanto o Marçal criou a falida empresa que está na página do Jornal de Alferrarede.
O sindicato teve logo problemas, já se estava em ditadura e mandava em Abrantes (e queria mandar em tudo) o integralista Henrique Augusto Silva Martins, o pai dele mudou o nome da Moagem para Afonso XIII, e Manuel Fernandes contava, na Assembleia, que por vontade do cacique Abrantes se passaria a chamar Afonso XIV.
O projecto caciquista totalitário do fascista Martins consistia em dominar tudo o que se mexia na sociedade abrantina. Lembra-me coisas que acontecem agora.
Logo nesse ano (1931) é dissolvido pela Ditadura o Sindicato Agrícola, associação do latifúndio, que tantos problemas criara à República, e que era presidida por Solano de Abreu.
Diz o Eduardo Campos que em 8 de Agosto de 1931 tinham sido aprovados os estatutos da Associação Operária de Construção Civil. E que houve muitos protestos porque os seus fundadores não eram trolhas, mas puros comparsas aliciados pela tropa integralista.
Como reacção a esse sindicato-fantasma é que os autênticos trabalhadores da construção civil se associam. E eles são os que assinam o documento reproduzido.
Mas meter-se com o cacique
ia dar-lhes problemas....
Segundo Eduardo Campos, este Sindicato é dissolvido em Janeiro de 1934, juntamente com outros dois, e um mês depois o fascismo expulsava o monárquico liberal Solano de Abreu de Provedor da Santa Casa.
Pelo processo que compulsamos temos evidência de 1938 que o arquivo do Sindicato teria sido destruído pela ditadura
mn
estes documentos sindicais foram-nos cedidos (com muitos outros documentos) pelo falecido Mário Semedo. Para o caso dos documentos sindicais, o Mário pensara escrever um trabalho sobre isto, em colaboração com o historiador César Oliveira.
Mas a porca da política meteu-se à frente. E morte do César também. Também chegaram à nossa posse, via Mário, de quem se evoca a memória, documentos sobre o MIAA que serão aqui publicados
créditos: Eduardo Campos, Cronologia do Século XX em Abrantes
foto do cacique Martins: blogue do Dr.Rui Lopes
Representação da Associação Comercial de Abrantes na Semana do Mutualismo 1931. Foto o Século.
A extinção da ACA em 1931 foi em grande parte devida aos protestos desta contra uma subida de impostos desencadeada pelo governo da altura.
Visita da ACA, em Fevereiro de 1930, ao Ministro das Finanças para protestar contra os impostos.Só reconheço o 3º à esquerda na primeira fila, é o político e comerciante Manuel Lopes Valente Júnior.
E também à política que se sentiu muito a nível local (devido aos esforços dos caciques da época) de liquidar todas as associações independentes.
Será um estudo a fazer noutro momento.
Agradece-se a quem reconhecer os comerciantes não identificados, que dê uma ajuda
mn
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