Assina Henrique Martins de Carvalho
O M. das Finanças mandou analisar a situação financeira do concelho e autorizou a concessão dum empréstimo de 300 contos, à taxa de juro de 5%..
Chamava-se Salazar .......e ninguém dirá que não era consciencioso antes de empenhar o dinheiro público.
O documento constitui um excelente testemunho de qual era a situação financeira do município em 1933
Já vi esforçados historiadores a analisarem a história local sem irem a papelada desta. Certamente é chata, mas imprescindível.
Devida vénia ao Arquivo Histórico do Ministério das Finanças .
ma
O advogado Álvaro Machado, natural de Abrantes (1891), foi preso em 1933.
Era Director-Geral duma Repartição do Ministério do Comércio.
Preso em 14-11-33, saiu em liberdade em 25-11-33
Informação do magnífico blogue ''Silêncios e Memórias'', do Prof. João Esteves. O nosso obrigado.
Quando houver tempo, procuraremos achegas biográficas.
ma
Diário da Manhã, 1933, Março
Manipulados lá foram vitoriar o rústico ditador
entre os presentes
um nacionalista de fresca-data
ma
Resultados do plebiscito de 1933 para aprovação da Constituição do Estado Novo.
As abstencões contavam como votos a favor.
Apesar duma fortíssima campanha a favor do SIM, duma União Nacional bem implantada (sobretudo nas freguesias como Mouriscas, Rossio, São Miguel, Alvega) com mais de mil filiados, da fraude eleitoral, o concelho de Abrantes foi aquele, no Distrito, onde houve mais votos contra a legitimação da Ditadura.
Cento e oitenta votos contra Salazar!
Propaganda salazarista no Pego (1940)
A União Nacional local dirigida por Henrique Augusto Silva Martins, Josué Gonçalves e Valente da Pera (Rossio), Santana Maia (Mouriscas)
Caldeira de Mendanha (Alvega), etc ....deve ter ficado de cara à banda....
ma
números do Diário da Manhã de 21 de Março de 1933
Em 1933, o chefe de oficinas do ''Jornal de Abrantes'', afecto ao grupo político do dr. Manuel Fernandes, Bernardo Luís de Albuquerque vai preso.
Qual fora o crime?
Escrever à margem dum exemplar do ''Correio de Abrantes''
Abaixo os malandros!
Abaixo os gatunos!
O Tribunal entendeu que era um ataque à Ditadura!
Mas o leitor abrantino sabia que o Albuquerque chamava ''malandros e gatunos'' à seita de Henrique Augusto Silva Martins, Martins de Carvalho, do fidalgote de Alvega, ''conde Caldeira de Mendanha''', ao fascista do Rossio, Valente, e ao resto da tropa.
Apanhou 3 meses de cadeia remíveis a grossa soma
e o escárnio público de ser insultado em escandalosa parangona no ''Diário da Manhã'', orgão do fascismo
nota oficiosa do Administrador do Concelho, Costa Andrade.
Mudou o poder desde então?
Vejo processos crimes em autarquias (em Abrantes também, como o que foi movido contra Joaquim Ribeiro) contra críticos, que são deste género.
Tentar intimidar, como dizia o Diário da Manhã, quem é crítico.
Tinha razão o nobre Albuquerque (este sim era de fidalga ascendência, apesar de ser tipógrafo) contra os ''malandros'' ?
Tinha. Ponto Final
ma
Era 1933 e os distintos vultos da dividida União Nacional abrantina (facção oficial), composta por França Machado, Henrique Augusto da Silva Martins,
capitão Andrade (administrador do concelho), Josué Gonçalves ( boss do Rocio, com o Valente como adjunto)....
o conde dr. Caldeira de Mendanha, o simpatiquíssimo e bont-vivant dr. Artur Almada e Melo (delegação de Alvega), dr. Manuel Agostinho Santana Maia (Mouriscas e Santa Casa), major Matos Raimundo (um cadete do 5 de Outubro,. agora passado ao integralismo fascizante, Pequito Rebelo benzia-se quando lhe falavam nos integrais de Abrantes), e os chefes da oficina da Fundição (onde o Josué mandava ou mandara) Manuel Martins, João Alho e Zacarias Freire e ainda o operário amestrado Eduardo Martins e certamente o industrial Simão de Alferrarede (que aderira à UN e ao henriquismo em 1930) rebolavam-se de gozo com a notícias das importantes mudanças na imprensa oficiosa abrantina
Na Casa Portugal......onde o ''Correio de Abrantes'' fascizava, insultando Solano e Manuel Fernandes.....
passava a funcionar também a delegação do pasquim fascista ''Diário da Manhã'' e o França Machado, cuja prosa alentejana deixava um bocado a desejar, como sustentava, cáustico, o dr. Apolinário da Silva Oleiro, na Assembleia, passaria a escrever notícias e locais divulgando a obra do patrão (político e patronal, porque trabalhava na Moagem).
Por baixo da notícia, lá estava a advertência, cuidado com a polícia política.
O coronel Rosado, comandante de Artilharia, henriquista, bradou :'' Ò Ramiro a ver te acalmas ''e mandou dar voz de prisão ao dr. Manuel Fernandes, se se aproximasse do Castelo.
Resultado foi expulso da Assembleia e passou a frequentar o Club Abrantino.
ma
Diário da Manhã, 2-2-1933
O caciquismo de 1933 lembra muito o actual ...
Na Fonte está escrita Obra da Ditadura, também estará no posto público de telefone?
Viva Manuel Rodrigues!
Viva Salazar!
Viva Henrique Augusto!
Morra Manuel Fernandes!
Assim falou o povo, enquanto soavam as girândolas!
Depois houve comes e bebes e o padre abençoou o telefone.
ma
mais divertida é a reportagem no Correio de Abrantes, órgão do henriquismo
Manuel Rodrigues, Ministro da Justiça, José Caldas, Ministro do Interior, inauguram o Mercado Diário de Abrantes, era Presidente Henrique Martins de Carvalho. O artigo salienta que a acção impulsionadora para o erguer foi do Vereador Henrique Augusto da Silva Martins, que era ao tempo chefe da União Nacional
Era (data da inauguração) 1 de Janeiro de 1933
O Presidente da UN aproveitou a feliz ocasião para disparar uma série de insultos sobre os ''mal-dizentes'' da Oposição
Os visados, caracterizados por '' incapazes de construir e de passarem a vida numa intriga dissolvente'' , reuniam-se na Assembleia de Abrantes e eram o dr.Manuel Fernandes, o tenente João Duarte Marques, o filantropo Solano de Abreu e outros ''perigosos'' conspiradores como o major maçónico José Garcia Marques Godinho, o advogado Apolinário da Silva Oleiro e o primo, o director do Museu, Diogo Oleiro...que estendiam as redes da conspiração ao Tramagal.......ou seja à família Duarte Ferreira, ao Rossio (os Soares Mendes) e a Alferrarede...onde o velho líder democrático António Farinha Pereira...nas tertúlias reviralhistas dizia pestes do Valente da pera, ''vendido ao integralismo''
O valoroso cacique terminou o discurso comparando-se ele e os amigos a ''Mouzinho de Albuquerque''
Como todos sabemos Manuel Fernandes mostrou a esta tropa que era capaz de construir e sem dinheiro do Estado, mas com o dinheiro dos bons e leais abrantinos que fizeram o Colégio de Fátima, o La Salle, o S.Pedro, o Hotel ......
ma
nota: Diário da Manhã, órgão da Ditadura
sobre o Mercado: ver um bom artigo do Armindo Silveira na Zahara
Povo contra demolição do mercado
Edilidade quer arrasar Mercado Diário
Henrique da Silva Martins explica os benefícios da Ditadura! Era o lançamento da UN.
D.Manhã algures em 1933
mn
Segundo este relatório do SPN o Jornal de Abrantes abandonou o republicanismo em 1933 para passar a simpatizar com a Ditadura. O Correio de Abrantes já lambia as botas aos fascismo.
O relatório foi publicado neste importante trabalho académico da Doutora Júlia Leitão de Barros, que convém ler .......
BARROS, Júlia Leitão de. O Cerco Ideológico do Estado Novo à Imprensa de «Província». Caleidoscópio: Revista de Comunicação e Cultura, [S.l.], n. 5/6, july 2011. ISSN 1645-2585.
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